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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ET (1982)



NOVO. adj. Que existe há pouco tempo; acabado de fazer. Moço, de pouca idade. Que é dito, tratado, visto pela primeira vez. S.m. O que é recente: o velho e o novo se confrontam. Fonte: Dicionário Aurélio

O que podemos encarar como novidade num mundo onde as coisas parecem repetir um moto perpétuo e cíclico que sempre parecem nos levar sempre ao mesmo lugar? Neste Dia das Crianças, resolvi rever um dos maiores clássicos para crianças e adultos da história do Cinema que há muito não assistia. Queria, quem sabe, resgatar em mim as sensações primeiras de me encantar de novo como se fosse a primeira vez com uma história que já conhecia de cor e salteado.


Mesmo sendo mais conhecida que Titanic, vamos ao enredo de ET (idem, 1982, Steven Spielberg): depois de uma visita ao planeta Terra, extraterrestres de um planeta distante, ao se sentirem ameaçados por investigadores que chegam na floresta onde aterrissaram, terminam por esquecer um de seus conterrâneos. O estranho ser arruma abrigo na casa de um menino, Eliiot, que vive em um lar que atravessa a turbulência da separação dos pais, junto com seus dois irmãos, Gertie e Michael. Depois de um tempo com o ET escondido em casa, os tais investigadores começam a investigar a casa e encontram o alienígena doente, assim como o pequeno Eliiot, já que ambos possuem uma estranha e delicada conexão.

Dito assim, parece mais uma daquelas benditas ‘sessões da tarde’ que repetem ad infinitum o mesmo mote do longa de Spielberg, mas, mesmo quase 30 anos depois de sua estréia, é incrível perceber a genialidade do trabalho da roteirista Melissa Mathison e do diretor. As imagens dispostas e os diálogos nunca são óbvios, mas servem diretamente ao enredo sem mastigar excessivamente os conflitos ou situações propostas. São numerosos os exemplos: desde o fato de nunca mostrar explicitamente os investigadores ou o que, de fato, estão fazendo; passando pela maneira de expor a separação dos pais de Eliiot ou o modo de conectar ele com o extraterrestre de forma sutil; a maneira de dispor na narrativa o plano que os três executam no Halloween para permitir que ET se comunique com seus pais na floresta, dentre outros exemplos que conseguem tornar a história sempre com elementos novos a serem descobertos.


Além disso, temos um elenco muito competente que, reunido, constroem personalidades completas para seus personagens: desde a pequena Drew Barrymore, que conquista pela sua singeleza e simplicidade, passando por Dee Wallace e Peter Coyote, que compõem um painel sensível do mundo adulto que ainda se permitem cativar pelos sonhos do universo pueril; chegando a Henry Thomas, que vive intensamente seu Elliot e o conduz para dentro dos nossos corações, indo mais fundo do que qualquer Macaulay Culkin ou gêmeas Olsen jamais foram. Para completar, a fotografia, a montagem e a trilha sonora ao mesmo tempo majestosa e delicada John Williams ainda nos expandem e nos elevam para aquele imaginário grandioso e ingênuo.

Aquele encontro entre dois seres que se sentem diminuídos diante de um mundo adulto e sisudo sempre se renova por que parece sempre se fortalecer quando o vemos novamente. Assistir e reassistir este filme torna-o ainda mais novo tanto para quem o viu criança quanto para quem o vê quando adulto, ao contrário de tantos outros que cansam desde a primeira vez que os vimos. Como conter as lágrimas quando ouvi a frase “I’ll be right here” ao som da sinfonia de imagens e sons promovida por Spielberg? Este é um dos mistérios da arte de um verdadeiro mestre.


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