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domingo, 30 de outubro de 2011

Gigantes de Aço (2011)



Gigantes de Aço e o abismo ao outro...

Pensar o desenvolvimento tecnológico implica pensar em mudanças comportamentais geradas pelas distâncias espaciais e temporais cada vez menores. Se, até certo tempo, o correio era um dos meios de comunicação mais empregados, hoje, as respostas praticamente imediatas do e-mail e do chat tornam-se imprescindíveis no mundo hiper-veloz e fluido da contemporaneidade. Entretanto, em meio a tanto aprimoramento nas tecnologias, as relações humanas continuam oscilando entre dilemas cada vez mais complexos, mas que, ao mesmo tempo, remetem a contextos anteriores.

Guardando grandes semelhanças com Falcão – O Campeão dos Campeões e a cinessérie Rocky, Gigantes de Aço (Real Steel, 2011, Shawn Levy) versa sobre Charlie Kenton, um treinador de robôs de luta que, na vida familiar, ganha mais pontos por sua irresponsabilidade do que por sua competência. Quando sua ex-esposa falece, ele precisa decidir se seu filho Max possa permanecer sob sua custódia ou da sua cunhada, Debra. A pedido do esposo de Debra e com uma grande quantia de dinheiro envolvida, Charlie aceita permanecer com o menino por duas semanas, enquanto o casal viaja de férias por algum lugar paradisíaco. A princípio, seguindo a cartilha “pai e filho que não se bicam”, o robô lutador torna-se elemento essencial para a reparação dos erros e culpas do passado, servindo para a condução do relacionamento a um equilíbrio.


Contando com um dos clichês mais batidos da história do cinema, o roteiro e a direção do longa ganham pontos somente pelo modo como conduzem os elementos fantásticos da narrativa: a ficção científica torna-se mais próxima da realidade. Os ringues e rodeios em que os robôs lutam de modo algum se distanciam das vaquejadas ou dos UFCs que acompanhamos semanalmente na TV, fazendo-nos perceber o quanto estamos próximos da nossa visão do futuro, à medida que estamos mais distantes uns dos outros. Quanto ao elenco, Jackman não se furta das grosserias à la Wolverine, assim como Evangeline Lily também carrega ecos de sua Kate, mas ambos funcionam em cena. Quanto ao restante do elenco, trabalham corretamente para o tipo de longa que jamais lhes pediria para fazer mais do que o necessário para não torná-lo insuportável.

Mesmo com efeitos especiais excelentes, as desnecessárias duas horas para um mote tão simplório terminam atendendo somente às expectativas de quem procura diversão descompromissada, o que torna a experiência entediante em alguns momentos.

Nota: 5,0


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