Às vezes,
as agruras da vida nos surpreendem nossa vida de obviedades com uma rasteira para que possamos nos reerguer e
reencontrar os eixos sob uma nova condição, porém mais fortes e determinados do
que antes, com um aprendizado que nos permite atravessar outras situações
semelhantes com maior desenvoltura. A partir disso, podemos pensar: diante das surpresas que vivenciamos, qual nossa parte óbvia?
Em
Larry Crowne (idem, 2011, Tom Hanks), vemos o protagonista homônimo passar pelo mesmo tipo de situação: começa a freqüentar
a universidade comunitária depois de ser demitido de seu emprego como vendedor
de uma loja de conveniências por ter somente o ensino médio. Durante seus
estudos em Economia, ele conhece os alunos cool
que formam uma gangue de admiradores das scooters
que modificam seu visual; e, em Oratória, encontra diversos tipos tímidos que
não almejam melhorar sua capacidade de falar em público, assim como a
antipática e desbocada professora Mercedes Tainot, por quem começa a se
apaixonar ao longo do enredo.
Uma das maiores surpresas do longa reside no roteiro frouxo e sem criatividade de
Tom Hanks e Nia Vardalos, que entregam os diálogos e situações
mais óbvias que poderiam acontecer em um filme – como a cena final entre
Roberts e Hanks -, além de situações que, se não ficam resolvidas, pouca
diferença fazem na história – como o ciúme do namorado de uma das colegas de
Crowne na universidade -, surpreendendo cada vez menos seu público enquanto a
narrativa avança. A direção de Hanks tampouco consegue dinamizar sua
empreitada por ser à moda antiga em excesso, perdendo o charme que uma história
passada nos subúrbios poderia trazer. Em seu elenco, somente seus coadjuvantes
conseguem fugir – um pouco, não muito – da obviedade e trazer elementos mais
interessantes para a construção de seus personagens, já que Hanks consegue desperdiçar o talento de gente como Taraji P. Henson, Wilmer Valderrama e Pam Grier para relegá-los a quase pontas.
Veredito:
este seria um bom filme nos anos 30. Hoje, démodé demais para um ator do porte
de Hanks. Realmente, foi uma grande surpresa.
Nota: 5,0
Ainda não assisti para ter uma opinião.
ResponderExcluirAbraço
Tom Hanks e Julia Roberts.
ResponderExcluirNão pode ter coisa mais "Água com açucar"