O Cinema Alemão vem, de alguns anos para cá, projetando nos circuitos de exibições uma série de produções que tentam recriar momentos negros da história de seu país. Foi assim com "A Queda", que se não me falha a memória data de 2004, com o ótimo "A Vida dos Outros" (2007) e com este recente e comentadíssimo "O Grupo Baader Meinhof". O longa, que tem direção assinada por Uli Edel, se propõe a contar a trajetória do tal grupo que dá nome ao filme e que era formado por jovens alemães de classe média revoltados com o crescente ideal de imperialismo dos Estados Unidos que destruia o Vietnã à época. O resultado, de antemão, é curioso; a história que Der Baader Meinhof Komplex avalia é interessantíssima, e deve ser conhecido por poucos, mas é uma lamentável pena que o nível do trabalho que rendera uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro este ano acabe por aí, e tão somente aí, já que não ganhara o prêmio.
Der Baader Meinhof Komplex se situa no período pós-nazista, em meados de 1970, e de cara nos apresenta à Ulrike Meinhof, jornalista com ideologias que futuramente viriam a encabeçar o grupo revolucionário. Uli Edel vai, inicialmente com boa perspicácia, apresentando um a um os componentes do contigente Baader Meinhof. Assim é com Andreas Baader, com Gudrun Ensslin (a belíssima Johanna Wokalek) e a todos os outros. Edel consegue expor o momento a que o surgimento do bando acontecera; a primeira geração após a segunda Guerra é retratada de forma inteligene, pois passa ao espectador um misto de paranóia dos jovens que enxergam exageradamente atitudes fascistas em todas ações e também o absurdo ímpeto revolucionário da populção. A segunda Edel faz registrando e recriando massacres e combates entre polícia/população com extrema violência realista, realmente desconfortante mas necessário, ago quase documental. À medida que Andreas, Ulrike e outros se encontram, vai surgindo o grupo que ficara conhecido como uma das células terroristas revolucionárias alemãs mais violentas e conhecidas do capítulo ocorrido. Edel também registra com maestria e ferocidade os motivos que movem Baader, Ensslin e Meinhof, se utilizando de discursos completos e passagens jornalísticas que ilustram o cenário de desconfiança mundial vivido.
A direção de Edel é segura até o último fotograma. Depois de apresentar os integrantes, o diretor ainda encontra espaço para dividir com a história cenas de ação do grupo terrorista, fazendo a demonstração de atos que desencadearam nos mais violentos; a cena em que as duas moças deixam um prédio enquanto ele se explode às suas costas, e a do assassinato do juiz em meio ao trânsito são surrealmente expansivas, além de culposamente empolgantes. Outro elogio à Edel é sua capacidade de recriar magistralmente o clima de instabilidade vivido na Alemanha Ocidental - algo que só reforça o clima de revolução política e social de Der Baader Meinhof Komplex.
A partir do ponto que a policia prende os cabeças da organização, Edel dá uma freada no ímpeto voraz com que vinha narrando; também se perde um pouco ao deixar escapar o significado de tanta violência. Das duas, uma: ou falha na hora de tomar posição à favor, ou no mínimo coragem para um estudo mais profundo, - ou a segnda, que acredito ser mais sensata e coerente, a de que Edel queira se manter contra. Nesse caso, ele oculta a motivação, o propósito, para tudo parecer gratuíto. Questões estas à parte, Der Baader Komplex é um interessantíssmo longa, uma produção importantíssima para um país que até hoje se auto avalia para não cometer novamente erros devastadores. Der Baader Meinhof Komplex é instigante em medidas catastróficas, importantíssimo e talvez o filme mais importante do ano; merecia definitivaente o Oscar não só pela técnica do diretor, mas também pelo debate que ocasiona. Cabe ao espectador assistir e tirar suas conclusões acerca.
Nota: 7.0
Der Baader Meinhof Komplex se situa no período pós-nazista, em meados de 1970, e de cara nos apresenta à Ulrike Meinhof, jornalista com ideologias que futuramente viriam a encabeçar o grupo revolucionário. Uli Edel vai, inicialmente com boa perspicácia, apresentando um a um os componentes do contigente Baader Meinhof. Assim é com Andreas Baader, com Gudrun Ensslin (a belíssima Johanna Wokalek) e a todos os outros. Edel consegue expor o momento a que o surgimento do bando acontecera; a primeira geração após a segunda Guerra é retratada de forma inteligene, pois passa ao espectador um misto de paranóia dos jovens que enxergam exageradamente atitudes fascistas em todas ações e também o absurdo ímpeto revolucionário da populção. A segunda Edel faz registrando e recriando massacres e combates entre polícia/população com extrema violência realista, realmente desconfortante mas necessário, ago quase documental. À medida que Andreas, Ulrike e outros se encontram, vai surgindo o grupo que ficara conhecido como uma das células terroristas revolucionárias alemãs mais violentas e conhecidas do capítulo ocorrido. Edel também registra com maestria e ferocidade os motivos que movem Baader, Ensslin e Meinhof, se utilizando de discursos completos e passagens jornalísticas que ilustram o cenário de desconfiança mundial vivido.
A direção de Edel é segura até o último fotograma. Depois de apresentar os integrantes, o diretor ainda encontra espaço para dividir com a história cenas de ação do grupo terrorista, fazendo a demonstração de atos que desencadearam nos mais violentos; a cena em que as duas moças deixam um prédio enquanto ele se explode às suas costas, e a do assassinato do juiz em meio ao trânsito são surrealmente expansivas, além de culposamente empolgantes. Outro elogio à Edel é sua capacidade de recriar magistralmente o clima de instabilidade vivido na Alemanha Ocidental - algo que só reforça o clima de revolução política e social de Der Baader Meinhof Komplex.
A partir do ponto que a policia prende os cabeças da organização, Edel dá uma freada no ímpeto voraz com que vinha narrando; também se perde um pouco ao deixar escapar o significado de tanta violência. Das duas, uma: ou falha na hora de tomar posição à favor, ou no mínimo coragem para um estudo mais profundo, - ou a segnda, que acredito ser mais sensata e coerente, a de que Edel queira se manter contra. Nesse caso, ele oculta a motivação, o propósito, para tudo parecer gratuíto. Questões estas à parte, Der Baader Komplex é um interessantíssmo longa, uma produção importantíssima para um país que até hoje se auto avalia para não cometer novamente erros devastadores. Der Baader Meinhof Komplex é instigante em medidas catastróficas, importantíssimo e talvez o filme mais importante do ano; merecia definitivaente o Oscar não só pela técnica do diretor, mas também pelo debate que ocasiona. Cabe ao espectador assistir e tirar suas conclusões acerca.
Nota: 7.0
É um retrato histórico atento, sobre uma realidade pouco falada e que importa não esquecer. Gostei deste filme, muito competente.
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