O Último Mestre do Ar
O filme foca na primeira parte do desenho, o Livro Um: Água (o que nos garante sequencias). Aqui, como o próprio livro já diz, mostra toda a tribo da Água, ou pelo menos, tenta mostrar. Sua história ficou completamente atropelada e sem nexo. Os laços familiares simplesmente foram deixados de lado, ou foram muito mal explorados, como o de Katara e sua avó, tão importante no desenho. Sei que não devo repetir as frases “no desenho era assim”, mas nada leva a um ponto aceitável, alguém se propor a adaptar algo, de sucesso ou não, e não manter uma básica linha de acontecimentos lógicos, principalmente porque aquele filme se dirigirá aos fãs do material adaptado.
A parte técnica ficou devendo muití[repita essa letra cem vezes]ssimo. Como já mencionaram, todo o cenário parecia mais uma alegoria de escola de samba. Os efeitos especiais não convencem e chegam a irritar (jogar milhões de jatos d’água e serpentes de fogo na tela não apagam toda a feiúra do resto). O roteiro ficou extremamente mal trabalhado, mastigado e cheio de furos, como um queixo suíço – se Aang não domina todos os elementos, por que eles se comportaram daquela forma no barco de Zuko? Os figurinos conseguem até ser taxados como aceitáveis, mas um estudo melhor, ou mesmo uma re-assistida no desenho poupar-nos-ia do vexame. A trilha-sonora é um clichê dos mais ruinzinhos possíveis. Todos os efeitos sonoros são cópias (você já os ouviu em algum filme por aí), e tentam inutilmente elevar a emoção do pobre sentado diante de toda aquela aberração e dar um tom “épico” para as cenas de lutas, que também não funcionam. Se vocês acham que está ruim, vai ficar pior.
A parte técnica ficou devendo muití[repita essa letra cem vezes]ssimo. Como já mencionaram, todo o cenário parecia mais uma alegoria de escola de samba. Os efeitos especiais não convencem e chegam a irritar (jogar milhões de jatos d’água e serpentes de fogo na tela não apagam toda a feiúra do resto). O roteiro ficou extremamente mal trabalhado, mastigado e cheio de furos, como um queixo suíço – se Aang não domina todos os elementos, por que eles se comportaram daquela forma no barco de Zuko? Os figurinos conseguem até ser taxados como aceitáveis, mas um estudo melhor, ou mesmo uma re-assistida no desenho poupar-nos-ia do vexame. A trilha-sonora é um clichê dos mais ruinzinhos possíveis. Todos os efeitos sonoros são cópias (você já os ouviu em algum filme por aí), e tentam inutilmente elevar a emoção do pobre sentado diante de toda aquela aberração e dar um tom “épico” para as cenas de lutas, que também não funcionam. Se vocês acham que está ruim, vai ficar pior.
A direção de M. Night Shyamalan, que também roteirizou o filme, é lamentável. Depois de ótimos filmes, como O Sexto Sentido, Corpo Fechado e Sinais, ver seu decline intelectual é lastimável. Parece que ele, numa noite tediosa, assistiu ao desenho e pensou “Ei, vou fazer um filme desse desenho”, e saiu escrevendo todas as partes boas e interessantes para juntar num amontoado de situações, e terminou como terminou: cheio de cenas que não se ligam e cortes abruptos e sem explicação (às vezes pensei que o DVD havia pulado, mas não, Shyamalan “pensou” no corte daquela forma). A escolha dos personagens foi outro ponto desastroso. Minha nossa, eles não assistiram ao desenho?! Eles não viram que o tio de Zuko, Iroh, era baixinho e gordo? Eles não viram que o Sokka é o alívio comigo de tudo (Rathbone é muito inexpressivo, e parecia ainda estar atuando como Jasper)? Mas para mim, o maior disparate foi a nação do Fogo. Por que Dev Patel foi escolhido para ser o Zuko?! O tipo físico dos dois, no desenho e filme, é totalmente diferente! A nação do fogo inteira parecia mais os figurantes de Quem Quer Ser Um Milionário?: um bando de indianos. Opa, o diretor é indiano, coincidência?
Dói-me, dói-me muito ver o desenho que eu amo sendo regurgitado nessa maneira. Há sim adaptações piores que esta, mas quando alguém toca de forma tão grotesca em algo que você gosta, torna-se pessoal. Ainda bem que não assisti em 3D – imagine ver tudo aquilo quase tocando você? Cruzes! Só posso caracterizar O Último Mestre do Ar da seguinte forma: muito mais feio que o outro Avatar. Sim, aquele azul...
Nota: 0,5
Mediano.
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