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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Adam (2009)


Nestes últimos anos, o cinema independente vem ganhando cada vez mais espaço e atenção entre premiações, festivais, etc. Pequena Miss Sunshine e Juno são grandes exemplos de como estes filmes de baixo orçamento vem conquistando a afeição de muitos críticos pelo mundo. Adam, filme do estreante Max Mayer, recebeu o prêmio Alfred P. Alohan no festival de Sundance, solidificando assim, a notoriedade que as produções mais “tímidas”, se assim pode-se dizer, vem adquirindo ultimamente.

Adam é um filme que fala de amor. Indo mais a fundo, vemos que ele também fala sobre a aceitação (neste caso, uma pessoa com a síndrome de Arpenger) e de superação (as limitações que a doença impõe sobre a vida da pessoa). De primeira vista, não é uma abordagem realmente interessante, já que filmes como Uma Lição de Amor, Uma Mente Brilhante e Forrest Gump, só para citar exemplos, já haviam utilizado o mesmo ponto de partida: mostrar uma pessoa com problemas e como ela convive no meio da sociedade. Se o roteiro (também assinado por Mayer) peca neste ponto, merece aplausos, ou até mesmo reverência, por conseguir um resultado tão agradável e surpreendente diante de um material precocemente limitado.
Claro, o filme não apresenta grandes sinais de inovação em sua narrativa, que por sinal, é bem convencional. Mayer se limita apenas em contar a história, nada mais, nada menos. Neste sentido, o filme ganha pontos por sua simplicidade e pelo modo como consegue evitar os clichês. Construindo belos diálogos e situações delicadas, Mayer nos presenteia com um leque de cenas emocionantes, que equilibram muito bem o tom dramático com o clima cômico. Sim, o drama e a comédia andam lado a lado, sem se sobreporem um ao outro, mas complementando o ritmo leve e encantador. Não há como não rir e, ao mesmo tempo se emocionar, quando vemos Adam vestido de astronauta, pendurado no lado de fora da janela de sua vizinha apenas para limpar a poeira da vidraça.


Se Mayer, como estreante, surpreende na cadeira de diretor, muito mais pode ser dito sobre a presença de Hugh Dancy (Os Delírios de Consumo de Becky Bloom). Sendo um dos jovens atores mais promissores da atualidade (o ator iniciou sua carreira no cinema em 2001 com o filme Falcão Negro em Perigo, mas somente agora está se tornando mais conhecido), era de se esperar, pelo menos para mim, que Dancy fizesse um bom trabalho. E devo dizer, fiquei totalmente surpreendido com a brilhante interpretação de Dancy na pele do protagonista. Equilibrando perfeitamente o jeito desajeitado e tímido de seu personagem, o ator entrega uma atuação digna de uma indicação ao Oscar. Não há como negar, o ator caiu como uma luva! Quanto a Rose Byrne (Presságio), que interpreta a vizinha de Adam, Beth Buchwald, ela até faz um bom trabalho, mas fica devendo quando se põe ao lado de Dancy. Felizmente, a química entre os dois funciona muito bem, tornando a relação daqueles dois estranhos bem mais natural e realista.
Delicioso, inteligente e, acima de tudo, inspirador, Adam se configura como um dos melhores drama/comédia da década passada, perdendo somente para o irresistível (500) Dias com Ela. É uma experiência divertida, agradável e emocionante. E também improvável!

Nota: 8.0


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