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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Avatar - A lenda de Aang (2005 a 2008) & O Último Mestre do Ar (2010)



"Só posso resumir a experiência de assistir a esse ‘O Último Mestre do Ar’ com as palavras de minha filha de 12 anos: ‘Papai, eles bagunçaram tudo!’”

A maioria dos diretores de Hollywood começa com filmes de baixa qualidade, cheios de defeitos, e vai progredindo conforme se habitua com os truques do cinema. É muito comum grandes artistas começarem com obras medíocres e atingirem a genialidade. Mas é absurdamente anormal que um diretor comece de forma esplendorosa, mantenha um nível de genialidade por anos a fio e, depois, caia lentamente até a monstruosidade e a aberração artística. Assim foi com M. Night Shyamalan, o infame idealizador de O Sexto Sentido (que eu não considero, nem de longe, a sua maior obra). Mas este O Último Mestre do Ar, sua tentativa desesperada de retornar à grandeza, não é uma descida lenta tal qual a sua carreira vinha seguindo. É uma queda brusca no abismo da precariedade, um horror que somente os diretores mais incompetentes, preguiçosos, orgulhosos e exibidos são capazes de cometer. O Último Mestre do Ar não é um filme. É um estorvo!

Após assistir (dolorosamente) ao filme, saí duplamente revoltado do cinema. Primeiro, porque o filme em si é uma tremenda porcaria. Mas, muito mais importante (e revoltante), é que minha outra raiva vinha do fato de Shyamalan ter usado uma das séries animadas mais cultuadas do século e ter, lentamente, destruído tudo que era possível destruir. A série Avatar: A Lenda de Aang não foi só um grande desenho. Foi um divisor de águas na estrutura da Nickelodeon, sua produtora, e em tudo que se conhecia sobre séries animadas e animes ocidentais. E Shyamalan, num acesso inexplicável de amadorismo, conseguiu estuprar toda a magia da série. Toda. Absolutamente toda. Nada sobrou do encanto de “Avatar” (pelo amor de Deus, não confundir com a obra de James Cameron) neste “filme”.

Mas prefiro deixar a raiva para o final. Isso porque são poucas as chances de se expressar o amor por uma série animada aqui no Brasil. Ao invés de comentar somente o pseudo-filme de Shyamalan, o que seria apenas uma atividade braçal e depressiva de xingamentos e impropérios, resolvi primeiro fazer uma análise do desenho na qual ele se inspira. E será impressionante acompanhar tantos extremos: a perfeição e a mediocridade. Portanto, quem quiser ir direto ao filme, pode pular esta primeira parte do comentário. Para aqueles que querem conhecer a animação, exibida com muitas interrupções na TV pública apenas pela Rede Globo , basta continuarem o texto.

AVATAR: A LENDA DE AANG – A SÉRIE


O trio principal e o lêmure voador Momo: mitologia fascinante aliada a personagens inesquecíveis.
Provavelmente uma das séries animadas mais importantes e veneradas do século, “Avatar” era para ser apenas mais um projeto voltado para o público pré-adolescente da Nickelodeon. Inspirado na cultura oriental e em suas histórias épicas, A Lenda de Aang era de certa forma pouco ortodoxo para a grade da Nickelodeon, mas ainda assim conseguiu o aval dos produtores para a realização de uma temporada. Nem eles nem os próprios idealizadores do desenho, contudo, esperavam a reação da mídia logo após os primeiros episódios.

Além da grande audiência conseguida nos primeiros episódios, muito incomum para uma série totalmente inédita, a crítica ovacionou aquele desenho que era tão bem compreendido tanto por crianças quanto por adultos. Isso porque “Avatar” não um anime comercial e gratuito; “Avatar” era a representação perfeita do anime-arte. Um roteiro complexo e incrivelmente maduro, personagens profundos, conflitos existenciais... todas as características de uma boa história (e de um bom filme) estavam presentes na série, o que a levou a ser conhecida, ao menos nos EUA, como “O Senhor dos Anéis” do animes.

Era de se esperar que, com o sucesso estrondoso do desenho (média de 5 milhões de espectadores norte-americanos) e dos produtos comerciais dele advindos, era de se esperar que a Nickelodeon aprovasse mais temporadas. Entretanto, deixando a ganância um pouco de lado, os realizadores do desenho confirmaram apenas duas novas temporadas. Toda a série, enfim, seria composta de três temporadas, três “livros”: “Água”, “Terra” e “Fogo”, um trilogia na qual a jornada épica de Aang e seus amigos se concluiria. Isso é que é arte pela arte! Um desenho meticulosamente planejado, sem ser explorado na forma de mais continuações desnecessárias. Recentemente a Nickelodeon confirmou um novo “Avatar”, cuja história se passa cem anos depois dos eventos da primeira série, mas é de se esperar que os realizadores permaneçam fiéis à filosofia: dois anos foram gastos desde o fim do último “Avatar” para que a Nickelodeon anunciasse a continuação, o que indica que mais esta nova série será mais uma obra bem planejada.


Zuko, o príncipe renegado e a personificação do conflito existencial: a profundidade emocional dos personagens espanta.

Tanto no desenho quanto no filme (comparar os dois é penoso, quase uma heresia) a história é a mesma: numa terra fictícia, povoada por espíritos e outros seres fascinantes, o mundo é divido em Quatro Nações: a Nação do Fogo, de longe a mais poderosa e econômica e cientificamente avançada; o Reino da Terra, a mais extensa de todas; as Tribos da Água, povos dispersos pelos pólos da terra, distribuídos em pequenas vilas pesqueiras e gigantescas cidades; e os Nômades do Ar, monges pacíficos cujas terras não possuem delimitação fixa. Cada Nação possui alguns habitantes com a habilidade de manipular (“dobrar”, no desenho) os respectivos elementos: ar, água, terra e fogo. E apenas uma pessoa em todo o mundo é capaz de dobrar todos os elementos: o Avatar, um misto de ser espiritual com humano cuja função é defender o equilíbrio do mundo.

Equilíbrio que, obviamente, é quebrado quando a Nação do Fogo, orgulhosa pelo próprio poderio militar e industrial, decide iniciar uma campanha imperialista contra as demais nações, promovendo um genocídio entre os Nômades do Ar por saber que seria entre eles que o próximo Avatar nasceria. Esta é a premissa. Já o resto da história, somente assistindo para saber. A trama de “Avatar” se mantém simples e, ao mesmo tempo, profunda e complexa. É a base de uma jornada épica em nome da amizade, da honra e da coragem.

Incrível como um desenho animado feito para a televisão, focando originalmente um público pré-adolescente (o que, hoje, significa “um público culturalmente descerebrado”), possa ter tantas qualidades cinematográficas! Junte todos os episódios e você terá uma trilogia de grandeza comparável à do “Senhor dos Anéis” (sem exageros): episódios que nunca enjoam, nunca cansam, numa história que vai se aprofundando e evoluindo perfeitamente, envolvendo o espectador num mundo mágico e novo. Quando se assiste ao último episódio da série, numa cena belíssima a la E o Vento Levou, fica-se com saudades daquele mundo. Fica-se com pena de tudo ter acabado, fica-se com nostalgia. Sejamos sinceros: que desenho animado hoje é dia é capaz de provocar tamanha afeição? Ben-10?


O bondoso Iroh, de longe o mais carismático personagem da série. E olha que a competição é pesada...
A arte do desenho, apesar de desenvolvida por ocidentais, respeita e honra toda a tradição do oriente. A definição dos traços ocidentais se mescla com as inconfundíveis marcas do anime: os personagens são desenhados sem exageros ou afetações; contudo, durante momentos de surpresa, susto ou qualquer emoção forte, vemos as impagáveis “caretas” do anime. A terra mágica na qual se passa a trama é grandiloqüente, beirando a fantasia ilimitada das mentes orientais. Vemos torres impossivelmente altas, construções faraônicas, templos imponentes localizados em montanhas nas quais nenhum engenheiro do séc. XXI poderia construir a mais simples casinha. A cena dos Templos Ocidentais na terceira temporada (“Fogo”) expressa muito bem esse estilo, onde os templos foram construídos de cabeça para baixo, unidos às paredes das montanhas.

Os roteiristas de “Avatar” deveriam dar uma aula de como se criar personagens. Para se ter uma idéia do quão bem trabalhados foram os personagens do desenho, já foram publicadas obras de psicanálise no EUA nas quais alguns personagens são usados como exemplos de certas características psicológicas! Cada personagem da série possui uma profundidade impressionante, muito bem trabalhada ao longo das três temporadas. O espectador cria uma afeição por eles! Impossível não se apaixonar pelo jeito maternal porém decidido de Katara ou não rir com as trapalhadas de seu irmão Sokka (que, surpreendentemente, se revela um dos mas destemidos do grupo. Tanto Aang quanto a dobradora de terra Toph (impagável!) são carisma puro! Porém são os vilões que chamam atenção. O desenho não se rende a maniqueísmos baratos (excetuando-se, talvez, o arquiinimigo do Avatar, o lorde do fogo Ozai). Zuko, o príncipe renegado, é a síntese do conflito bem-e-mal, a personificação da honra e do tormento pro ela causada. Sua irmã Azula, que exibe por quase toda a série sinais de sociopatia, tinha tudo para ser a expressão pura e simples do Mal. Mas se revela, ao fim, uma personagem cuja ausência completa de amor na infância (Zuko tinha a sua mãe Ursa e a seu tio Iroh como consolo e carinho) a levou a desenvolver um perfeccionismo doentio e uma mania de controle a fim de manter as pessoas próximas a si. E seu fim é amargo. Abandonada por todos que julgava serem seus “amigos”, paranóica, Azula deixa de ser a pessoa fria e calma de sempre para se render às pressões de seus sentimentos por tantos anos reprimidos. Muitos vilões são mortos pelos mocinhos ou se convertem á bondade, como Zuko. Essa é a fórmula habitual. Mas não com Azula: ela enlouquece, se rende ao seu estado feral, ao desespero completo e irreversível, numa das cenas mais perturbadoras de toda a série.


A insana Azula: poucos são os vilões, seja no cinema ou nas séries animadas, que causam tanto ódio e tanta pena ao mesmo tempo.

Toda a cultura do mundo de “Avatar” foi meticulosamente desenhada. Vestimentas, culinária, danças, lendas, tudo é inserido calmamente ao longo dos episódios, em perfeita sintonia com a trama principal. A movimentação da câmera chega a ser artística! A trilha sonora sofre com as limitações que toda trilha de séries televisivas possui, com músicas por vezes repetidas e pouca variedade de sons. Normal. Ainda assim, isso não impede a série de construir momentos memoráveis, que derrotam muitas cenas de grande clássicos do cinema. Basta conferir a batalha final entre Zuko e Azula nos dois últimos episódios da série: uma trilha melancólica substitui os sons do ambiente, com todas as explosões resultantes do duelo. As chamas de cada personagem, uma azul e outra amarela, digladiam-se em um espetáculo de cores. Junte a isso toda a carga emocional que a cena carrega e você terá a cena mais bonita (e triste) de toda a série.

Avatar: A Lenda de Aang supera muitos dos grandes filmes que hoje ocupam os “tops” dos mais renomados críticos. Se fosse um filme, excetuando-se o óbvio fato de sua duração colossal, creio que só ficaria abaixo do próprio “Senhor dos Anéis”, no quesito épico e fantasia. Uma obra que não é somente uma diversão para todas as idades, mas uma reflexão do ser humano, de suas contradições e seus sentimentos, um apanhado das mais belas filosofias orientais, reunidas de uma maneira inventiva, jamais se rendendo ao clichê. Um desenho animado que dá uma verdadeira aula de cinema até para os diretores mais profissionais. Um desenho, enfim, que faria Peter Jackson e J. K. Tolkien ficarem orgulhosos.


A luta final entre Zuko e Azula é uma das cenas mais lindas que eu já vi.

Notas:
- Livro Um – Água: 8,0
- Livro Dois – Terra: 9,5
- Livro Três – Fogo: 10



***Selo OBRA-PRIMA*** 
O autor deste comentário considera esta série uma
verdadeira obra-prima.

O ÚLTIMO MESTRE DO AR – O FILME


Incrível como nem mesmo essas imagens estáticas do filme são convincentes!

M. Night Shyamalan pega toda a profundidade da série animada mais cultuada da década e joga tudo fora , resumindo a trama à uma narração enfadonha e a uma sucessão desordenada de eventos.

O bom de se ler críticas negativas sobre um filme é que, apesar do filme ser ruim, a leitura é divertida. Muito divertida. E a diversão da leitura é proporcional à ruindade do filme; deste modo, ler as críticas que O Último Mestre do Ar vem recebendo tem sido uma das atividades mais prazerosas dos últimos tempos. Principalmente se considerarmos que as críticas norte-americanas (com as quais eu recheei este comentário) são as melhores, por terem uma mordacidade e um humor negro deliciosos! Assim, malhar este filme monstruoso de Shyamalan tem sido tão proveitosos quanto malhar Judas!

Mas vamos direto ao ponto: há aqueles que dizem que todas essas reações são exageradas, que a pressão para que Shyamalan crie um novo clássico tem dirigido os críticos a desprezar tudo que o diretor faz. Concordo que as críticas negativas foram falhas quanto aos filmes A Vila e Corpo fechado (este, na minha opinião, a maior obra-prima do diretor). Só que, neste O Último Mestre do Ar, qualquer insulto é piedoso. Qualquer ofensa é um elogio! Esqueçam o nome de Shyamalan, pois nada no filme indica que ele foi dirigido por um (outrora) gênio do cinema! Este filme está mais para o cinema de Uwe Boll ou Ed Wood, só que com um orçamento muito mais generoso...


Noah Ringer, como Aang. Além de ser uma tremenda profanação ao personagem, o pequeno ator consegue a proeza de despertar o ódio em qualquer espectador.

Este filme faz ‘Dragonball Evolution’ parecer uma obra-prima!

É sempre difícil começar uma crítica de um filme-bomba por simplesmente não se saber por onde começar. São tantos os defeitos! Bom, em primeiro lugar, vamos ao tão falado roteiro. Escrito por Shyamalan, ele trás uma seqüência inimaginável de clichês e falas ridículas, diálogos risíveis, frases feitas, chavões de todos os tipos! A cena em que a avó de Katara e Sokka explica a origem do Avatar é simplesmente um longo monólogo auto-explicativo que resume todo o mundo de “Avatar”. Em poucas palavras: o diálogo entrega todo o filme ali! Essa é uma das características mais irritantes de um roteiro: por achar que sua platéia é burra demais, o roteiro entrega a história de bandeja em muitas cenas, discorrendo sobre o que um personagem acaba de fazer, quais são as suas intenções, qual o próximo passo a ser tomado... como se nós não fôssemos capazes de descobrir por conta própria!

Outra coisa de cair de o queixo é a narração! Botar uma narração em “Avatar”! É como pôr uma narração em O Senhor dos Anéis ou Bem-Hur! É sempre perigoso trabalhar com narrações em filmes, pois a linguagem do cinema, originalmente, a dispensaria. Mas uma narração que descaradamente fica descrevendo o que o personagem faz, resumindo a história sempre que pode, jogando fatos na cara do espectador como se fossem dispensáveis, tudo para pular cenas e avançar ao final... isso é o cúmulo! Além de que a narração é feita pela dublagem insossa de Katara. Na verdade, todas as dublagens ficaram deploráveis, mas a culpa não é toda dos estúdios brasileiros. A culpa é dos pseudo-atores desta abominação!


Enquanto ele brilha, todo o resto se apaga. Na verdade, todo o resto já nasceu apagado, mas deixa pra lá...

O pior elenco de todos os tempos!

Sim, meus amigos! O Último Mestre do Ar vem ganhando fama pelo seu elenco. Nunca, na história dos blockbusters, houve um casting tão horroroso! O quê que Shyamalan estava fazendo durante a pré-produção?! Quem ele constratou para ser o diretor de testes?! Um chimpanzé! Ninguém, ninguém, ninguém... eu repito: NINGUÉM se salva neste filme! O trio principal é um desastre apocalíptico! Katara é chata, enjoada, só faz cara de tristeza e desolação o filme todo! Sokka, que na série era o lado “bem humorado” do grupo (e fonte de ótimos risos), aqui não é nada mais que um reclamão que nem consegue fazer cara séria direito! E o avatar...! Oh, o avatar! Dá vontade de socar o personagem Aang no meio do filme! Sério! Ele não interpreta, ele recita as falas! Fazendo cara de amuo o tempo todo, o garoto não esboça uma única reação o filme todo! E as desgraças não param: Dev Patel simplesmente não foi feito para ser vilão, quanto mais um vilão complexo e psicologicamente profundo como Zuko! Seu tio, Iroh, parece ser a única leve exceção, pois sua interpretação é a única que convence. Infelizmente, nada em seu semblante lembra o velhinho gorducho e bonachão, mas cheio de fibra, da série.

E de onde raios foi a idéia de Shyamalan em preencher todo o elenco da Nação do Fogo com atores indianos?! Indianos! Numa história épica baseada na tradição oriental! Numa Nação em que seus habitantes lutam kung fu como forma de manipular o fogo! Botar indianos no meio da história é como realizar O Poderoso Chefão com japoneses! O Lorde do Fogo Ozai, que na série era verdadeiramente maligno e temido, aqui é a cara de Silvester Stallone na bomba de Robert Rodriguez Pequenos Espiões 3D! O general Zhao é... meu Deus, ele é ridículo! Ele faz rir! E a princesa psicopata e mentalmente torturada Azula...! Graças aos céus ela só aparece em pontas neste filme, mas já dá para perceber a quão precária e forçada é a sua atriz!


Shaun Toub, como Iroh, e Cliff Curtis, como o Lorde do Fogo Ozai. "Cara, crachá, cara, crachá", né?


As fantasias de Halloween do meu filho são mais bem-feitas do que o figurino deste filme!

Os figurinos são um caso raro! Shyamalan parece ter contratado o figurinista de Dungeons & Dragons! As armaduras da Nação do Fogo são ridículas! As roupas de Aang são somente um trapo cinza! As locações seriam belíssimas, mas Shyamalan nem se importa em aproveitá-las. A arte do filme, pelo menos na construção dos edifícios e estruturas, é perfeita, com um CGI esplendoroso, mas quem diz que o diretor liga para isso?! Simplesmente joga as cenas na tela com a narração de Katara ao fundo e depois parte para mais diálogos enfadonhos! A Nação do Fogo é destruída ao ser retratada como uma terra de extensas planícies verdejantes! Meu Deus! O nome da terra é Nação do FOGO! Um arquipélago vulcânico e montanhoso, onde montes verdejantes convivem ao lado de vulcões incandescentes e lagos de lava! Mas não! A Nação do Fogo, na linda e fagueira mente de Shyamalan, mais parece o Condado d’O Senhor dos Anéis!

A coreografia, junto com as cenas de ação, é outro horror! É sabido que são necessários golpes marciais para se “dobrar” os elementos, ok. Mas aqui neste filme os golpes não têm nada a ver com as ações que os elementos executam! Aqui nós vemos personagens que estão mais para bailarinas russas, dançando e fazendo piruetas sem que os elementos os acompanhem. Parece que o técnico de CGI se esqueceu de colocá-los, só pode! É extremamente ridículo você ver um personagem dançar por uns dois minutos e, só no último movimento, arremessar um jato de ar ou água ou pedra ou qualquer outra coisa! A cena em que os dobradores de terra executam uma coreografia ridícula sem que NADA aconteça é antológica!

Vamos ser honestos: Shyamalan é um idiota.

E de quem é a culpa por esta monstruosidade nojenta e desgastante? Quem é o grande vilão que destruiu uma das obras mais lindas da animação? Shyamalan! O grande e genial Shyamalan! É simplesmente impressionante como um diretor que realizou os grandiosos O Sexto Sentido, Corpo Fechado, Sinais e A Vila possa ter descido ao nível mais baixo possível da direção cinematográfica! É um caso que nem Freud consegue explicar! Shyamalan se tornou um diretor pedante e neurótico. Sem se importar com os conselhos de terceiros, conduzindo tudo a bel-prazer, insultando seus subordinados e brigando com os produtores, Shyamalan é um peixe solitário no próprio aquário (que não pára de vazar, diga-se de passagem).


Dev Patel, que conseguiu se consagrar em "Slumdog Millionaire", arruinou a própria carreira nesta catástrofe de proporções galáticas.

O Último Mestre do Ar tinha o potencial de se tornar o novo O Senhor dos Anéis do cinema, o novo arrasa-quarteirões, o novo “James Cameron que se cuide”, o novo papa-Oscar! Mas o resultado é um filme vergonhoso, tão vergonhoso que entrar em sua sessão é a mesma coisa que entrar num sex-shop: rezamos para que não sejamos reconhecidos por outra pessoa! O que levou o diretor a entrar em um gênero sobre o qual não tinha experiência alguma, a fantasia épica? Ninguém sabe. Shyamalan é um gênio, sem dúvida, pois ninguém que realiza as obras antes mencionadas pode fazê-lo por um mero golpe de sorte. Mas agora ele é um gênio perdido, cuja soberba ocultou todos os seus talentos, cuja cegueira o arrasta para um poço cada vez mais escuro! Tal como Zuko, Shyamalan é um homem perdido na própria honra e, pela sua desorientação, fere e magoa a todos que estão ao seu redor.

Resta torcer para que, como Zuko, o diretor encontre sua redenção... antes que termine como a pobre Azula: insana, solitária e miserável.


NOTA: 2,5



***Selo LIXO PURO*** 
O autor deste comentário considera este filme uma
abominação cinematográfica. Existem filmes que
são tão ruins que divertem. Este, contudo, só causa revolta.
Considere-se avisado.

12 comentários:

  1. Não sou fã do desenho (na verdade, só vi 1 episódio), mas não achei o filme tão ruim. Bom ele não é mesmo, mas me diverti em algumas partes. As atuações são horrorosas mesmo.

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    1. É exatamente por isso que você achou o filme meia-boca. A série Avatar da TV é um desenho épico; seja pelo visual, pelos personagens ou pela história que é extremamente interessante e extensa. A comparação com a série é o que aniquila o filme. Uma pena você não ter gostado, pois poucos são os desenhos tão bem planejados e executados.

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  2. Sou muito fã da saga Avatar - a lenda de Aang, de longe o melhor desenho animado épico de todos os tempos. Mas eu não achei o filme tão horroroso como vc descreve, esta certo que comparado ao desenho ele é fraco, e que comparado as outras obras de Shyamalan é a das piorzinhas, até pq o estilo desse filme, não é o do Shyamalan, acho que seria melhor se fosse dirigido por Peter Jackson ou Chris Columbus, que tem mais digamos "experiencia" em épicos e efeitos especiais. Só que eu gostei do filme, e foi por causa do filme que me interessei em assistir o desenho, e foi ai que eu entendi a revolta de alguns, principalmente pelos personagens que não são nada parecidos com os "verdadeiros" e as atuações são horriveis, só perde pros da SAga crepusculo, rs, uma coisa que definitivamente não gostei foi a grotesca mudança nos personagens Aang e Sokka, no filme ambos são sérios e deprimidos, sendo que no desenho o Aang é uma criança em sua essencia, adora brincar e o Sokka nem se fale, dou altas gargalhadas com o sarcasmo dele, sarcasmo que no filme desapareceu completamente. E outra, o fato de ter cortado algo aqui ou ali e espremido toda a primeira temporada, mas gente, peloamordedeus, a primeira temporada tem 20 capitulos de 25 minutos cada, como ele iria colocar tudo no filme? Esse tipo de revolta, é a mesma daqueles que leram os livros do Harry Potter e depois viram os filmes, pq dificilmente um filme retrata com perfeição a história, e isso se deve principalmente ao limite de tempo.
    Bom... eu como disse, gostei muito do filme, e eu trabalho em um locadora de filmes, O ultimo mestre do ar desde que chegou é o filme mais locados e todo mundo gosta, até hoje ninguém reclamou, e outras pessoas assim como eu, se interessaram pelo desenho e começaram a assisti-lo pela internet, lógico que todos concordam que o desenho é bem melhor.

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  3. A quem dica q o filme não é tão ruim...
    Só pode ser pq não a grande trilogia q eh "Avatar"

    Quando vi o filme...tbm fiquei mto desaforado... O filmes é uma formiga e a trilogia é um Deus!(Sem exagero)

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  4. A grande verdade é que o filme não é ruim é péssimo, um ultraje com a serie e com os fãs de AVATAR. É o tipo de filme que não consigo voltar elogios. Foi mal produzido, interpretado, excetuando-se pelo fato da estória ser a mesma de AVATAR.

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  5. Kra eles estragaram o Anime,estragaram o desenho todo,como fizeram com Dragon Ball,quando eles tão dobrando um elemento parece que estão dançando,Aang parece um OPRIMIDO bem diferente do anime onde ele era agitado e Divertido,Katara vou nem falar,Soka um chato que no faz nem uma piada...acabaram com o desenho mudaram algumas partes esse filme É MUITO DIFERENTE DO DESENHO,PQ O DESENHO NÃO É ASSIM...fikei puto com a modificações que ele fez tive vontade de espancar o diretor os atores tudo...os desenhos da minha infancia sendo estão sendo destruidos já se foram 2 avatar e Dragon Ball...kra isso foi uma humilhação pro fãs que gostam de AVATAR... RESUMINDO AVATAR FOI UMA DECEPÇÃO PRA MIM.eu espera algo melhor assim como o desenho espero que nem lance o ultimo mestre de ar :livro terra,
    se não isso é SACANAGEM acabar de vez o desenho,mas avatar continua sendo meu desenho preferido

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  6. vei na boa, eu sou fã do avatr desdos 8 anos, td dia assistia, lutas, piadas, tristeza alegria e PAIXÃO no avatar...e no final, afff 1sem cmentarios
    assisti o mestre do ar OFILME no cinema em 2010.. ameii: qr q chegue logo o livro terra pq eu amo a Toph(drobadora da terra),,, só q o sokka num é engraçado qnem o do anime, o ator q fez o zuco ñ é LINDO cmo o do desenho, a katara td blz, o noan, hoje tm 15 anos cmo vai fazer o papel dun menino de 12. Afinal no desenho a paixonites já deu: taang( toph e aang). kaand(katara e aang), tokka(toph e sokka), zutara(katara e zuko) & por fim TOKO(zuko e toph),,já pensou a toph cm o zuko kkkk lindhu ñ?/bjs

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  7. ... toh contigo! Avatar - A lenda de Aang é de longe o melhor desenho que eu já assistir e, com certeza, o filme destruiu a imagem do desenho.

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  8. Esse filme é muito legal, já ve mais de duas vezes. O desenho nem se fala, está entre os melhores que eu já ve. Não me canso de ver nenhum... Ang o ultimo mestre do ar.

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  9. quantos filmes tem a saga Avatar - A lenda de Aang???

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