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sábado, 15 de janeiro de 2011

O Virgem de 40 Anos (2005)


Originalidade é o que mais falta na Hollywood atual. O espaço agora é dedicado para adaptações e refilmagens, que cada vez mais, vem tomando conta das telas de cinema, e esquecendo de injetar na mente do espectador algo de novo ou interessante. O gênero da comédia é um dos que mais tem sofrido as consequencias disso, uma vez que as piadas e as situações que antes nos faziam dar gargalhadas, hoje já se tornaram datadas e aborrecidas.

O Virgem de 40 Anos, fezlimente, não é um exemplo disto. È sim, uma comédia escrachada, repleta de estereótipos e algumas piadas grosseiras que tanto já vimos por ai, mas seu grande trunfo é ser pastelão e, ao mesmo, tempo, inteligente, mas que em nenhum momento, se mostra como algo reflexivo. É o besteirol na sua pura e melhor forma.
O gênio por trás disso tudo é Judd Apatow, que aqui iniciava sua carreira no cinema, e que recentemente fez o interessante Tá Rindo do Quê?. Mas diferente do misto de comédia e drama estrelado por Adam Sandler, aqui Apatow permanece no terreno do exagerado, do surreal. Afinal, desde quando é possivel um homem no auge de seus 40 anos ainda ser virgem? E o filme investe fortemente em situações absurdas, quase fantasiosas, mas que são mostradas de modo tão inteligente que se torna impossivel não deixar as gargalhadas rolar durante toda a duração do longa.

Então, para aqueles que ainda não viram, irei me ausentar de qualquer linha sobre a sinopse, mas devo ressaltar o quão grandioso é o personagem de Andy (pelo menos, para o gênero). Andy é uma verdadeira criança, uma patetão de dar raiva, que ao invés de buscar seu prazer no sexo, encontra-o em seus brinquedos – brinquedos que ele ganhou quando era criança, e que nunca teve coragem para abrir (“Eles valem mais dentro da caixa”). E o resto do filme se resume as tentativas dos amigos em fazer Andy finalmente ter sua primeira noite de prazer, e onde o rapaz irá encontrar algumas aventuras amorosas.
E as situações que se sucedem são verdadeiramente hilárias: a cena da depilação merece destaque, foi um dos momentos em que mais ri na década! Mas o filme ainda guarda outros momentos muito divertidos, como a camisinha que é usada como luva, a visita a um centro de ajuda sobre sexo, enfim, uma cena mais brilhante que a outra.

E Steve Carrel, que antes participava apenas como coadjuvante em filmes como Todo Poderoso e O Âncora, encontrou aqui o mote para provar que é um comediante de talento, digno de rivalizar com grandes nomes do gênero, como Jim Carrey e Bem Stiller. Não fosse a maravilhosa perfomance do ator, Andy dificilmente se tornaria tão simpático e engraçado como é. Foi uma grande revelação, sem dúvida.
Ainda contando com uma trilha sonora repleta de boas canções, O Virgem de 40 Anos é um programa cômico de primeira linha. Por vezes cai no mau gosto, por vezes soa ingênuo, mas é sempre original, irônico, inteligente e... Steve Carrel!

Nota: 7.0

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