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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

It - Uma Obra-prima do Medo (1990)


Mais uma adaptação para o cinema de uma obra do mestre do horror Stephen King, dessa vez baseado no seu livro “A Coisa” de 1986. Então, no inicio dos anos 90, It – Uma Obra Prima do Medo viria a ser lançado.

Em primeiro lugar vale destacar que esse subtítulo absurdo, diga-se de passagem, não é herdado do original, pois a fábrica das piores traduções de títulos é o Brasil, e tendo em vista que o filme passa anos-luz de ser uma obra prima, não que seja ruim, mas seu patamar está muito abaixo do que seu subtítulo propõe.

A trama envolve a história da pequena cidadezinha de Derry que há muitos anos atrás foi aterrorizada por uma estranha criatura, “A Coisa”. Suas vítimas eram crianças e se apresentava como o palhaço Pennywise. Então anos mais tarde o palhaço reaparece, e sete que amigos que foram vítimas dele no passado, resolvem-se unir e acabar de uma vez por todas com a coisa. Como era considerado por muitos o melhor livro de King, esperava-se uma grande adaptação, e, infelizmente isso não aconteceu e It ficou aquém de muitas expectativas e de seu subtítulo. Mas esse fator não significa que o filme seja ruim.

Nem que de longe, este filme nos lembra dois clássicos dos anos 80, o primeiro é Conta Comigo (também baseado numa obra de Stephen King), nesse assemelhasse pela atmosfera, especialmente quando as cenas de It são flashbacks da infância, e também no visual. O outro filme é A Hora do Pesadelo, pois como perceberam pelo roteiro trata-se de um ser em que suas vítimas são, especialmente crianças, e ambos aparecem em lugares inusitados, sendo que um dos vilões (Freddy Krueger) ataca pelos sonhos, e o outro (Pennywise) surge em lugares misteriosos, como: Bueiros e esgotos.

It é uma produção de época, demasiadamente datado em diversos aspectos, por isso, hoje, o filme funciona mais como entretenimento do que como uma sessão de arrepios. A tensão e o suspense são primários, e estes funcionaram apenas para com as crianças e os mais sensíveis (muito sensíveis!). Na verdade, este é mais uma daquelas típicas produções que nos deixam saudosos de nosso período de infância, remetendo-nos a nossas próprias aventuras infantis, e talvez por isso, ele é hoje, mesmo com muitas falhas é bem quisto pelo público.

Destacando: As atuações não são das melhores, e por vezes inexpressivas e artificiais, o desfecho é particularmente ruim (ridículo, para dizer o mínimo), e a extensa duração (quase três horas de filme!) só aumenta ainda mais o cansaço. Mas então porque It é um bom filme? Porque o roteiro foi bem trabalhado (a medida dos padrões), a direção não é grandiosa, mas é competente, e uma atuação compensa - praticamente - todas as demais, trata-se de Tim Curry (Rocky Horror Picture Show) como o macabro Pennywise, sua atuação é marcante e soma pontos com a interessante direção de arte e a boa atmosfera de suspense a qual o filme nos submete.

Talvez no filme inteiro o único grande destaque seja o próprio palhaço Pennywise, desde sua ótima caracterização até seus diálogos muito bem montados, ele realmente passa um clima de horror maior para a trama, e suas passagens são sempre macabras, e consegue desvia para si atenção do espectador sempre que entra em cena.

Julgando em certos quesitos pontos o filme poderia melhorar - muito mais! -, mas o resultado final é interessante, e apesar dos defeitos citados, vale à pena conferi-lo, pois It, muito embora esbarre em suas falhas, consegue ser estranhamente divertido e misteriosamente fissurante.

Nota: 6.0

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