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sábado, 22 de janeiro de 2011

Magnólia (1999)


Anos 1990. Uma década de muitas surpresas e frutos para o cinema. Produções iam e vinham, preenchendo nossos olhos, e, algumas até hoje guardam seu lugar na história. Dentre muitos, Magnólia foi uma das revelações mais destacáveis desta década, isso, por ser diferente de tudo feito até então. O filme foi responsável por alçar o nome do diretor Paul T. Anderson ao reconhecimento definitivo. Estamos falando de um dos trabalhos mais originais e extremos já criados, Anderson (responsável também pelo roteiro) injetou neste projeto nada mais que a realidade, e sobre esta incluiu as venturas e desventuras que vivemos em nosso dia-a-dia, e com isso ele interligou múltiplas histórias, para assim tornar sua trama ainda mais verossímil.

Vamos por pétalas...

Não se trata de um filme fácil. Todos os fatores em Magnólia o tornam uma trama complexa, difícil de digerir e de se entender totalmente. Primeiramente, sua longa duração (pouco mais de três horas de filme) só desafia ainda mais seu espectador. Para alguns a extensa metragem pode parecer desnecessária, ou até, arrastada, entretanto, cada detalhe deste filme é necessário para angariarmos até o clímax e ao (famoso) desfecho e assimilarmos as mensagens e metáforas deixadas por Anderson.

O filme narra nove e histórias paralelas, de diferentes pessoas, cada uma aparentemente oposta e desconhecida a outra. E em um fatídico dia, essas tramas intercalam-se criando uma ode de acasos e descasos na vida de cada um destes. Primeiro somos apresentados a uma introdução original, distinta de tudo já visto, onde mostra a casualidade dos eventos e como os atos influenciam no destino das pessoas. A começar, temos a história de um policial bom samaritano, que num dia normal de trabalho depara-se com situações completamente inesperadas. Paralelamente, temos o drama de um apresentador de programa de sedução interpretado de forma equilibrada e competente por Tom Cruise. De outro lado, a história de um velho doente em estado terminal que vive remoído pelos erros cometidos no passado, cuidando deste enfermo, Philip Seymour Hoffman encontra-se numa atuação forte e absoluta na pela de um gentil enfermeiro. Temos ainda a história de uma jovem viciada em drogas, e de uma mulher com problemas psicológicos, dependente de remédios numa atuação impecável de Julianne Moore. Outras histórias completam este ciclo perfeito criado por Anderson, todas complexas, conectadas de forma sublime, e cada qual com sua mensagem e sua resolução.

Magnólia não é um filme para se classificar em uma palavra. Na verdade, todos os elementos empregados por Anderson servem para que, acima de tudo, sintamos o que ele quis passar durante toda a projeção. Para apreciar a obra não é necessário entendê-la por completo, o necessário é manter a mente e os sentidos ativos, pois cada história, cada personagem, se faz presente ali para criar para o espectador, um espelho de seu cotidiano, casualidades que vivemos todos os dias, e muitas vezes nos passam despercebidas, mas que de alguma forma, afetaram em nosso futuro.


Todos os acontecimentos aqui duram um período de 24 horas. Isso é mais que suficiente para nos aprofundarmos nos dramas dos personagens, e quem sabe até, nos identificarmos com estes, pois todos os temas são nada mais que uma análise da sociedade e da realidade em que vivemos e enfrentamos a cada dia de nossas vidas. Anderson acertou em tudo que propôs, Magnólia remete ao espectador uma ode de sentimentos e reflexões que poucas obras seriam capazes de proporcionar.

Pode parecer exagero tantos personagens marcando espaço na película, porém cada um desses tem seu objetivo, sua mensagem e sua história para nos mostrar. Não há estereótipos. Há apenas um retrato nu e cru de como as pessoas são, de como agem sobre seus erros e como encaram suas falhas. Todos estes possuem uma profundidade ímpar e são interpretados de forma magnífica por um elenco não menos esplêndido. Sendo cada uma dessas atuações, definitivas para dar a força e o significado exigidos pelo brilhante roteiro de Anderson.

O cineasta realizou um trabalho completo, sem pormenores. Sua direção é desempenhada de forma espetacular e junto com seu roteiro firmam ainda mais as qualidades de Magnólia. Os demais quesitos técnicos do filme só reforçam mais seu poder, desde sua estética belíssima, passando pela parte técnica, e findando na linda trilha sonora.

Magnólia é um dos trabalhos mais importantes de sua década. Seus méritos só mostram o quão bem realizado este foi, e o quão poderoso é. Não agradará todos os públicos, ao contrário, será bem aceito apenas para aqueles que estiverem abertos as mensagens e análises que a obra repassa. O mais importante é que Paul Thomas Anderson construiu mais que um filme, pois Magnólia é uma obra-prima que firmou seu lugar não apenas em uma década, mas em toda história do cinema, e assim permanecerá, para sempre.

Nota: 10.0

6 comentários:

  1. Otima critica, otimo filme, otimo blog. Otimo tdo. A esquipe toda tah de parabens! Sou fã de vcs!

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  2. Parabéns pelo texto, mostra bem a essência deste filme que, ao meu ver, é uma preciosidade!

    sigo o blog e linkei ao meu!

    abraço a todos!

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  3. Muito obrigado, Heitor!
    É muito importante para nós o comentário e a participação de pessoas como você! =D

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  4. Bem legal o blog de vocês! Tenho um em estilo parecido, que se eu não me engano conta com o apoio do Rafael W. Vocês fazem algum tipo de parceria ou coisa assim? Caso sim, ou queiram me dar alguma dica visitem o link abaixo e entrem em contato comigo!

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