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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Caçador de Pipas (2007)


Com o passar dos anos o cinema torna-se cada vez mais acessível a algumas surpresas, algumas inéditas contendo argumentos e roteiros definitivos, outras grandes adaptações de clássicos literários, peças teatrais e refilmagens de filmes renomados que marcaram época. Todas estas, distintas, e cada uma com seu valor específico nas telonas. O filme em questão, O Caçador de Pipas é uma adaptação do romance homônimo de Khaled Hosseini. Rapidamente o livro (que não li) tornou-se um best-seller mundial, conquistando leitores de todas as partes do mundo, e dessa forma, atraindo olhares do mundo cinematográfico a obra literária.


O romance publicado em 2003 ganhou o mundo através de sua história dramática sobre a infância de dois garotos no Oriente Médio. Pode-se dizer que foi fluida a rotação das páginas as telas, já que O Caçador de Pipas viria a ser lançado em 2007, ou seja, o tempo não estava a favor do roteirista e dos demais encarregados para fazer uma adaptação à altura de sua fonte. Pois bem, a missão designada aos realizadores não foi cumprida de maneira adequada (como o previsto), e todo o argumento foi dissolvido em um drama artificial e sem qualquer sensibilidade verdadeira.

Ao roteiro, temos a história de amizade e carinho de dois amigos de infância, Amir e Hassan, que eventualmente, estão prestes a se separarem para sempre. Logo após um torneio de pipas que ambos participavam em sua cidade, tem-se início um terrível ato de traição de um dos garotos, o que fará suas vidas serem marcadas drasticamente. Após muitos anos passados, o garoto, agora arrependido de suas atitudes, retorna para uma busca incessável pela redenção e o perdão de seu amigo.


É claramente perceptível, as virtudes que este enredo tinha para oferecer a película, infelizmente, tudo foi posto em terceiro plano para dar espaço ao comercialismo e a publicidade, tudo em lances de grande arrogância, na qual tentam comprar o público com lágrimas fajutas e sentimentalismo ordinário. Bem, nesta adaptação pouca coisa é aderida a mente daqueles que não leram o livro, e menos a quem já o conferiu.

foto de O Caçador de Pipas


O ângulo do qual o Afeganistão é posto é peculiar, pois somos submetidos a uma visão desfocada do local, já que o diretor Marc Forster não é originário da região do Oriente Médio, e isso o põe a mercê da falta de conexão com seu próprio trabalho, trilhando o projeto a uma irregularidade ainda maior. A estética do filme é eficaz, o contraste das cores, o figurino, a fotografia... Neste quesito o filme entra em destaque. E fim.

As atuações são inexpressivas e não transmitem a seu espectador à profundidade e o conteúdo necessário de seus respectivos papéis, isso é ainda mais perceptível na segunda metade do filme, onde além da história se desequilibrar ainda mais, somos submetidos a atuações canastras do elenco adulto, sem qualquer apego a seus personagens ou conexão a seu público. E a sempre visível tentativa (frustrada) de criar-se uma obra atemporal só faz a situação piorar e, gradualmente, o filme pender ainda mais ao desmoronamento.


O Caçador de Pipas ficou aquém de todas as expectativas que o grande público formou. A produção esbarrou em todas as projeções que almejou, e, derrapou em todas as falhas que pretendia se desviar. No fim, fica a frustração de uma premissa interessante ser desperdiçada pelo comercialismo descarado, pela ausência de naturalidade da trama e a incompetência dos envolvidos. Mas em aspectos externos, o objetivo, para os realizadores, foi alcançado, o filme foi um considerável sucesso, e isso só auxiliou mais e mais na venda da renomada obra original. E, atualmente, é isso que conta.

Nota: 3.0



3 comentários:

  1. O livro é N vezes melhor, com certeza, mas o filme conseguiu me agradar muito, apesar dos empecilhos.

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  2. Acho O Caçador de Pipas forçado, manipulador e, que no fim das contas não passa de um amontoado de cenas que tentam de maneira frustrante comover o público. Ao todo, o filme beira ao insuportável.

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  3. Sempre achei que a adaptação do livro seria algo impossive, e se fizessem, seria um trabalho árduo pra transmitir a mesma emoção. Mas Marc Foster fez um trabalho glorioso e marcante. Assim como o Rafael, e ao contrário de muitos, amei o filme.

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