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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pague Para Entrar, Reze Para Sair (1981)


Mais uma bobagem que recebe o título de clássico.

O gênero terror teve seu ápice nas décadas de 70 e 80, e algumas produções que marcaram este período, hoje são tidas como clássicos. Mas em alguns casos, o título “clássico” é precipitado e até errôneo, como é o caso deste filme (The Funhouse). Tudo porque, naquela época estavam em ascensão os slashers e o subgênero trash, e um filme que envolvesse ambos os estilos, com certeza seria um relevante sucesso. Chega então Tobe Hooper com seu mais novo projeto, Pague Para Entrar, Reze Para Sair.

O diretor Tobe Hooper encontrou o ápice de sua carreira em 1974, quando realizou algo inédito (ou quase) para o cinema, até hoje O Massacre da Serra Elétrica é considerado um dos melhores representantes do gênero terror. Com a fama alçada após este sucesso, Hooper optou por fazer algo parecido, um terror visceral (não tanto quanto o outro) que segue a mesma fatídica linha comum neste gênero, muito sangue e pouco conteúdo. Infelizmente, a fórmula que serviu para muitos, não funcionou neste aqui.

Ao testemunharem um brutal assassinato em um estranho parque de diversões, quatro jovens passam a temer por suas vidas, quando são perseguidos por um tenebroso ser. O roteiro é esdrúxulo, as obviedades da película só o tornam mais difícil de digerir, a sensação é de tudo já visto e revisto centenas de vezes, os clichês, até para sua época, tornam o filme ainda mais maçante e previsível.

O pior é que, Pague Para Entrar, Reze Para Sair já nasceu demasiadamente datado. Seu argumento já era manjado décadas antes de sua produção, e mesmo desta forma, Hooper insistiu a levar a cabo este trabalho, preenchendo as telas com um filme oco, e sem méritos emergentes.

No ritmo do enredo pobre, estão às atuações nulas, vazias e mal caracterizadas. Simplesmente o habitual, jovens estúpidos que vão atrás de diversão (ou prazer) e acabam se dando mal. Nem funcionava naquela época, e muito menos hoje. Um filme inteiramente reciclado.

foto de Pague Para Entrar, Reze Para Sair

Algumas coisas, pode-se dizer que funcionam na película, o cenário bizarro do parque de diversões é convincente, e se tal adereço fosse melhor trabalhado, digo, fosse posto um roteiro correto ao menos, o filme poderia engrenar - parcialmente -.

A parte técnica é mediana, a montagem dos cenários é interessante, a direção de arte faz um trabalho adequado aos padrões sugeridos a este baixo orçamento. Não tem a beleza de Poltergeist - O Fenômeno (outro filme do mesmo diretor). Mais uma vez ficou devendo.

A direção de Hooper é irregular, não soma em nada ao filme, algumas cenas são de extremo mau gosto, e o final é particularmente ruim (até demais). Os elementos repetidos pesam muito em cima de Pague Para Entrar, Reze Para Sair, que acaba não passando de uma produção ordinária, seca e dispensável.

Em pensar que no ano seguinte, Hooper fez um relevante trabalho com Poltergeist - O Fenômeno, talvez o melhor filme de sua frágil filmografia (vide Crocodilo e Noites de Terror). No fim das contas, Pague para Entrar, Reze para Sair não é um filme marcante - de maneira alguma -, muito pelo contrário, é mais um filme passável e com algum tempo, esquecível.

A maior ironia é que Pague Para Entrar, Reze Para Sair foi feito sobre o embalo da explosão do gênero na década, e atualmente tido como um clássico do horror, e esta produção que um dia foi realizada para assustar seu público, hoje só causa inúmeras risadas involuntárias.

Nota: 2.0

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