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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Besouro Verde (2011)


Besouro Verde há muito vinha se mostrando um projeto bastante curioso. Seu diretor é Michel Gondry, bastante conhecido pelos filmes Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (considerado por boa parte da critica como uma obra-prima), e Rebobine, Por Favor, filme que homenageava o cinema e os amantes da sétima arte. Do outro lado, havia o nome de Seth Rogen, que junto com o roteirista Evan Goldberg, já havia roteirizado grandes titulos do gênero da comédia, caso de Superbad – É Hoje. Ver, então, essa dupla investir em um projeto completamente diferente de sua filmografia até então se tornou, no minimo, interessante.

Besouro Verde é baseado em uma série televisiva de mesmo nome, que foi ao ar em 1966, mas que já havia ganho uma versão radiofonica, e que levou o nome de Bruce Lee à Hollywood. O fato é que o personagem nunca foi uma grande referência sobre “como alcançar muitos fãs”, então, tanto o diretor quanto os roteiristas possuiam uma liberdade que muitas outras produções de super-heróis não possuiam: a de brincar e modificar com o material original, sem se preocupar muito com as investidas e reclamações dos fãs. Pois bem, apesar de ser um filme divertido e engraçado, Besouro Verde não entrega tudo o que prometeu.

Britt Reid (Rogen) é um playboy milionário que não tem grandes objetivos na vida além de ser uma versão masculina de Paris Hilton, farreando e se divertindo sem parar. Seu severo pai, James (Tom Wilkinson), é um milionário jornalista das antigas, obcecado pela verdade e dono do jornal “Sentinela Diária”. Após a morte de James, Reid conhece Kato (Jay Chou), mecânico prodígio de seu pai e especialista em artes marciais.
Os dois passam, então, a buscar um modo de deixar um legado, uma marca no mundo. Após salvarem um casal em apuros, resolvem se tornar heróis mascarados, agindo como vilões, mas derrotando os criminosos. Assumindo a alcunha de Besouro Verde e de seu parceiro sem nome, Reid e Kato são ajudados, meio sem querer, pela secretária pessoal de Britt, a bela Lenore (Cameron Diaz). Logo, os dois heróis iniciantes se vêem na mira do implacável chefão do crime Chudnofsky (Christoph Waltz).


Pra começar, o ponto de partida já não possui nada de original. A história de um playboy com problemas familiares (mais especificamente, relacionado ao pai) já foi abordado por Homem de Ferro, por exemplo, o que já deixa o filme isento de maiores surpresas. Sabendo disso, o roteiro resolve ir para um lado, de certa forma, inusitado para um filme do tipo: o bromance. Sim, o filme possui um certo ar de comédia romântica, mas ao invés de investir em algum tipo de relacionamento amoroso, foca na amizade entre Britt e Kato. Digo que o filme possui ares de comédia romântica, pois segue a estrutura padrão do gênero: os dois se conhecem,  desenvolvem o que sentem um pelo outro, brigam em determinado momento, e se reconciliam logo mais à frente. Não se preocupem, não estou contando nada de mais, é possivel prever cada passo que o filme irá dar.

Infelizmente, o longa tenta, ao mesmo tempo em que desenvolve a amizade entre a dupla, mostrar as ações do vilão, Reid tendo que assumir a responsabilidade de comandar o jornal de seu pai, o triângulo amoroso que surge entre Reid, Kato e Lenore. Enfim, muita coisa pra um filme só, e o resultado é uma certa superficialidade em boa parte do que se passa na tela.

Mas essa superficialidade é compensada com a ótima quimica entre Seth Rogen e Jay Chou. Rogen esbanja carisma na pele de Britt, combinando perfeitamente com o estilo inconsequente de seu personagem. Em contraponto, Jay Chou assume um tom mais sério e menos brincalhão, utilizando muito bem sua forma fisica e habilidade com as artes marciais. Os dois se dão muito bem, nos fazendo acreditar que aqueles dois, de fato, podem ser amigos.


Mas quem se sobressai mesmo é Christoph Waltz, que desde a primeira cena (e que possui uma ótima participação de James Franco), se mostra a figura mais interessante do longa, com seus conflitos de meia idade, tendo que lidar com uma sociedade que valoriza mais a aparência do que qualquer outra coisa, todos tratados com muito bom humor. Suas expressões que unem sarcasmo e insanidade faz de Chudnofsky uma figura deliciosa de se acompanhar. Já Cameron Diaz, não existe nada para se comentar, já que ela também não faz praticamente nada do longa, além de exibir sua “beleza”.

Michel Gondry, apesar de não possuir muito espaço para mostrar seu estilo, faz um bom trabalho com o que o filme lhe impõe. Suas cenas de ação possuem um bom dinamismo, e alguns planos longos do diretor se unem muito bem com o visual do filme, que beira o extravagante. Este ponto, aliás, deve ser analisado. A direção de arte entra em perfeita sincronia com a personalidade dos personagens, variando entre a simplicidade (a casa de Kato) e o exagero (a mansão de Britt e suas quinquilharias).

De um jeito ou de outro, Besouro Verde é um bom filme, divertido, histérico, e bastante canastrão, o que, com certeza, agradará aos menos exigentes. Mas quando analisamos os nomes dos envolvidos no projeto, percebemos que poderia ter sido muito mais.

Nota: 6.0


4 comentários:

  1. Parece ser muito divertido, mas não passa disto. Ainda verei, de algum modo.

    http://pudimdecinema.wordpress.com/

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  2. É divertido, sim. Filme pra ser visto com a galera, sem nenhum tipo de compromisso.

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  3. No começo, até criei alguma vontade ver o filme, mas acabei lendo a opinião de algumas pessoas e perdi a vontade. E, pra ter noção, das que eu li, a sua foi a que melhor falou do filme (e foi um 6,0, hehe).

    Seth Rogen ainda não me convenceu =[

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  4. Mas o filme não é mesmo digno de muitos elogios, Mateus. É divertido, e só.

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