Nova York. 11 de setembro de 2001. Num fatídico dia, um acontecimento acaba por atingir intensamente a vida de todos os cidadãos americanos, e eventualmente, todo o globo. Um dos capítulos mais tristes que presenciamos neste segundo milênio. Crash - No Limite vem às telas para abordar o quão difícil se tornaram as relações entre o povo americano após o maior atentado terrorista de sua história.
Crash é só mais uma demonstração dos acontecimentos pós-atentado, relatando como a partir deste se tornou o comportamento dos EUA sobre outras raças e etnias. O filme soma pontos a seus méritos principalmente por colocar a mesa assuntos contundentes e fortes, que a nação americana prefere não expor.
Para narrar essa análise social foram entrelaçadas múltiplas histórias que culminariam numa conexão exata de cada personagem com o outro, mostrando seus pontos de vista, preconceitos e falhas humanas. Durante um acidente de carro em Los Angeles, a vida de várias pessoas se colide de forma conflituosa e extrema, então são abordados temas difíceis (xenofobia, racismo, desigualdade social...) que demonstraram a intensidade a qual Crash narrará sua(s) história(s).
Haggis destilou em seu roteiro a hipocrisia de toda uma sociedade para com as demais raças e etnias, aderindo ao roteiro um debate denso e verossímil sobre uma nação que, hoje, encontra problemas por sua restrição e insegurança.
O argumento de Crash além de dissecar problemas verídicos e pô-los em discussão de forma contundente, consegue através de situações extremas, não apenas analisar as pessoas de cima - somente como sociedade -, mas sim de perto, exibindo seus medos, inseguranças, anseios e principalmente, sua real personalidade.
Embora tenha se concretizado como um sucesso (de público e crítica), Crash foi alvo de críticas negativas e até hoje provoca divergências por onde passa. Isso deve-se basicamente ao elevado índice de prêmios e indicações que recebeu em seu ano, e principalmente, por se sair vencedor enquanto haviam filmes melhores no páreo. De fato, Crash possui seus equívocos, mas na soma de toda essa equação, torna-se um grande filme, simplesmente por seus méritos sobressaírem a seus erros.
Crash é um filme que mesmo em decorrência de suas falhas, acerta em cheio na sua mira central: Gerar uma reflexão social. Não é um filme que ouse mudar o modo de como agimos em nosso dia a dia ou nosso comportamento perante a sociedade em que convivemos. Absolutamente. A impiedosa análise crítica a qual o filme nos submete relata apenas nossos problemas de um prisma diferente, em que um giro de 360º graus é dado para que conheçamos mais sobre nossa situação atual e, principalmente, conheçamos mais sobre nós mesmos.
Finalizando, assim como todo o filme, o resultado final ficará a cargo do poder de julgamento que Crash cederá a cada espectador. Todos os eventos ali apresentados mostraram algum efeito ou valor para você? Ao responder essa pergunta, terá sua conclusão própria sobre o filme, até lá, a decisão final está em suas mãos.
Nota: 8.0
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