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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Planeta Terror (2007)

Dirigido por Robert Rodriguez (Sin City – A Cidade do Pecado), Planeta Terror é a outra parte do projeto Grindhouse, cujo objetivo era homenagear os filmes trash da década de 70 e 80. Em parceria com Quentin Tarantino (que foi responsável pela primeira parte, À Prova de Morte), os filmes deveriam ser exibidos em uma sessão dupla, dividos apenas por alguns falsos trailers. Infelizmente, o fracasso financeiro da produção fez com que os dois filmes fossem divulgados separadamente, o que também culminou no atraso para que À Prova de Morte fosse lançado no circuito brasileiro.

O filme de Tarantino já é um gore icônico: grandes personagens, diálogos incríveis, um cuidadoso tratamento da história e diversão nas alturas. Em contraponto, o de Rodriguez é bem mais “avacalhado”, e não mostra a mínima preocupação em apresentar o cuidado do anterior. Como resultado, Planeta Terror é bem menos levado a sério, e arrisco-me a dizer, mais divertido.

Na trama, uma operação militar acaba espalhando pela cidade de Austin, no Texas, uma terrível epidemia. Os infectados se tornam zumbis comedores de gente e caminham pelos espaços públicos cobertos com feridas e bolhas de pus. Este fiapo de abordagem, na verdade, não passa de uma mera desculpa para Rodriguez encher a tela de imagens asquerosas e nojentas, que farão os mais sensíveis terem o estomago revirado.
O filme traz muitas das características que fizeram de Rodriguez um diretor de sucesso, mas também traz os melhores elementos que um filme de terror pode apresentar, e que promete agradar os fãs ardorosos de séries como Jogos Mortais. O diretor não mostra pudores ao enfatizar cada aspecto asqueroso dos zumbis, que são capturados com uma frieza impressionante. E aproveitando todo esse clima underground, Rodriguez investe em incessantes momentos cômicos e exagarerados, mas que surgem de forma inteligente, satirizando as produções de baixo orçamento de antigamente. O filme abusa das imagens de sexo, violência e sangue, além de aproveitar a canastrice de seus personagens, como uma ex-stripper (que em um dos momentos mais inspirados do longa, tem uma metralhadora implantada no lugar da perna decepada), um xerife teimoso e vingativo, uma enfermeira adultera e lésbica, um cozinheiro de uma lanchonete nojenta, e enfim, uma figura mais inusitada do que a outra

Sim, Planeta Terror é um filme facilmente odiavel, e que pode, sem nenhum esforço, cair no esquecimento. Mas isso apenas para aqueles que quiserem levar o filme a sério, pois para aqueles que entrarem no clima de descontração e diversão proposto por Rodriguez, o filme é uma grande pedida. Os cortes secos, a qualidade deplorável de som e imagem, tudo isso faz com que o filme se torne uma experiência deliciosa, aparentemente sem sentido, mas que surge como uma grande homenagem aos filmes B. Falar mais do que isso seria estragar a experiência daqueles que, por algum motivo absurdo que seja, ainda não conferiram este divertidíssimo filme, que nas mãos de qualquer outro, poderia ter se tornado um desastre.

Nota: 8.0


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