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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O Desinformante (2009)

Steven Soderbergh, definitivamente, não é um dos diretores que eu mais gosto. Cheguei a esta conclusão depois de ter assistido o apenas “na média” Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento. Tal filme tinha tudo para ser grande (história controversa, bons atores, boas atuações), mas graças à mão de Soderbergh isso não aconteceu, e o filme deixa muito a desejar. Enfim, nove anos depois e alguns trabalhos medianos desse diretor, ele vem com O Desinformante, que possui uma premissa bastante interessante que foi baseada em uma história real (ou “uma história quase real” como ele próprio diz).

Tal filme conta a história de Mark Whitacre um funcionário que está crescendo na indústria em que trabalha, mas, eis que um problema na produção dessa indústria ocorre e Whitacre é quem leva a culpa (afinal no mundo dos negócios alguém sempre leva a culpa). Por sentir que ele é sempre injustiçado e também porque almeja um cargo melhor ele decide fornecer informações confidenciais sobre “acordos de preços” e “cartéis” para o FBI. Porém, Whitacre é quem inventou todas as informações, e a partir daí somos levados ao mundo da grande mentira contada por ele. E também das conseqüências dessas mentiras.


Talvez seja aí que esteja o maior defeito do filme: o exagero. Há um exagero muito grande, pois Whitacre conta mentiras e mais mentiras e para muitas pessoas, inclusive para o FBI, para seus advogados, seu chefe. De fato, não sei se a história na qual o filme foi baseado tenha se desenrolado do mesmo jeito, mas creio que não, pois Soderbergh coloca uma cena no começo do filme que diz que a história aconteceu, mas que algumas situações foram modificadas e alguns diálogos dramatizados, por isso o “uma história quase real”. Isso é uma das poucas verdades desse filme.

Whitacre conta tantas mentiras que até ele passa a acreditar no que fala. E talvez seja a partir desse ponto (de não saber o que é verdade e o que é mentira) que sua mente não aguenta e ele se torna desequilibrado e só então é que percebemos que suas mentiras são, realmente, mentiras. Todo esse exagero de mentiras é legal (e bom para o filme) até certo ponto, mas depois que passamos deste ponto é só “mais do mesmo”.


Não pense que os exageros do filme terminaram. De jeito algum. É preciso ressaltar a trilha sonora, que a princípio foi feita para dar um toque irônico ao filme. Musiquinhas alegres nas partes mais tensas do filme dão um ar de leveza e graça e também de sarcasmo. Não posso negar isso me divertiu, mas chega uma hora que você se cansa e pede “músicas tensas em momentos tensos”.

O Desinformante (The Informant!) é dos poucos filmes que o título no Brasil ficou melhor que o título original. Pense bem, a única coisa que Whitacre informa são mentiras, coisas inventadas por ele, além de omitir vários detalhes importantes para quem está informando, por isso informa “desinformações” (do prefixo de negação -de) e se torna o “desinformante”.


Ao final chego a conclusão de que tudo o que é exagerado não é bom, como todas as coisas neste mundo. Com isto não quero dizer que o filme não seja bom, mas o exagero que presente no filme que não é. Gostei bastante de O Desinformante, mas teria gostado muito mais se fosse dirigido por outro diretor, algum que se arriscasse mais, por exemplo.


Nota: 7,0


Trailer do Filme
 

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