Os anos de 1990 conseguiram canalizar toda a sua essência em exemplares cinematográficos de níveis supremos. Considera por muitos críticos como a melhor década para o cinema, esta trouxe consigo poderosas produções de todo o globo, e cada uma a sua forma, mostrava seu respectivo valor para a área do cinema. Um dos grandes representantes destes dez anos foi o suspense O Silêncio dos Inocentes, que trouxe junto consigo méritos incontestáveis e em meio a diversas obras grandiosas, emergiu essas qualidades e foi um dos maiores premiados pela academia no ano de 1992. Um dos únicos filmes (junto com Aconteceu Naquela Noite [1934] e Um Estranho no Ninho [1975]) a receber os cinco principais prêmios da noite.
Tudo dito até aqui pode parecer pleonasmo de minha parte, mas, todos os elogios que O Silêncio dos Inocentes arrecadou para si devem-se unicamente em conseqüência as suas muitas virtudes e qualificações. O filme faz uma equação de méritos que resultam no melhor que um filme pode possuir: Ótima direção, grandes interpretações e inteligentíssimo roteiro. Essas e outras técnicas conferem a O Silêncio dos Inocentes um destaque ainda maior.
A trama gira em torna de uma honesta agente do FBI, recém formada em sua profissão, Clarice recebe a missão de resolver um caso de desaparecimento de uma jovem, esta seqüestrada pelo serial killer conhecido por Bufallo Bill, que anda assolando a região. Para ajudá-la a capturar este assassino, a jovem recorre à ajuda de outro psicopata. Tem se então a partida de uma densa investigação criminal de desenvolvimento e conclusão magistrais.
Seu roteiro é baseado num romance homônimo escrito por Thomas Harris no ano de 1988, ou seja, sua adaptação as telas foi realizada a curto prazo, entretanto, sua qualidade cinematográfica não foi ofuscada nem um milímetro por este desafio. Ao contrário, esses três anos de produção resultaram numa das películas mais incisivas da década, de merecidos sucesso e reconhecimento.
O Silêncio dos Inocentes figura também entre os suspenses mais insanos e psicóticos do cinema. Foi o prelúdio para o reconhecimento mundial do tenebroso vilão Hannibal Lecter, que se tornou um dos ícones mais conhecidos do cinema. Todo este elo de tensão que a película cria com o espectador deve-se, primeiramente, a seu intrincado roteiro, que nos remete a uma investigação frenética e alucinante a caça de um perigoso serial killer. O outro quesito seria a ótima caracterização de personagens, em destaque especialmente o ator Anthony Hopkins na pele do maníaco Hannibal, pois mesmo aparecendo em poucos momentos, ele é capaz de fazer uma composição assustadora de seu personagem, incitando o medo e a aflição em seu público.
A princípio esperava-se um thriller policial corriqueiro, sem muitas surpresas ou maiores qualidades. Errado. O Silêncio dos Inocentes acerta em cheio em todos os seus quesitos, fazendo valer cada elogio e cada valor de arrecadação que ele ganhou na época de seu lançamento. O imenso sucesso de O Silêncio dos Inocentes resultou em três seqüências fílmicas, posteriormente a este vieram Hannibal (2001), Dragão Vermelho (2002) e o recente Hannibal - A Origem do Mal (2007).
Tudo de melhor que um suspense policial pode oferecer encontra-se nestes viscerais 118 minutos de duração. O Silêncio dos Inocentes é um marco na história da sétima arte. Uma espiral de frenesi e loucura durante uma trama ágil, inteligente, tensa e fenomenal. É o puro cinema de qualidade que buscamos sempre, e por fim, só temos a agradecer a Jonathan Demme por nos proporcionar o resultado desta procura.
Nota: 9.0
É um dos melhores filmes da década de 90, sem dúvida. Hopkins está assombroso.
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