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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Preciosa - Uma História de Esperança (2009)


Seja em maior ou menor escala, filmes que abordam a realidade em que vivemos preenchem as telas do cinema todos os anos. Alguns cumprem essa temática de forma sublime, mostrando nossas atitudes perante a sociedade e a nós mesmos. A cada produção temos um prisma diferente do dia a dia, mostrando situações que vemos durante nosso cotidiano, mas que por algum motivo, fechamos os olhos para não enxergar.

Preciosa - Uma História de Esperança figura entre estes filmes que mostram de forma verossímil acontecimentos corriqueiros em nossa sociedade. Este, foi um dos filmes mais bem quistos e aplaudidos do ano que se passou, revelando estrelas ao mundo, e conseqüentemente, aderindo mais a seu reconhecimento internacional. Entretanto, assim como muitos destes filmes que citei a princípio, Preciosa esconde sobre as belíssimas atuações (isso de fato) um conteúdo frágil que se dissolve em meio a uma narrativa maçante e um desenvolvimento forçado.

O filme abrange a trajetória de Claireece Jones Precious, uma jovem obesa, frustrada que vive sobre martírios durante o seu período juvenil. Violentada sexualmente pelo pai - do qual espera seu segundo filho -, e abusada pela mãe, a garota vive reprimida com todas estas situações, que pioram por ela ser analfabeta e sem qualquer tipo amor que a preencha. Entretanto, durante sua caminhada, a jovem passa a conhecer pessoas que irão mudar sua vida.

Visivelmente trata-se de um filme intenso e forte, que amplia uma realidade através do ângulo ocular de uma jovem sobre a mesma. Porém, em decorrência de problemas de sua narrativa, o filme começa a perder seu interesse quando passa a bater unicamente numa mesma tecla: A dor de Preciosa. Esta ênfase excessiva ao sofrimento não consegue, infelizmente, agüentar uma trajetória de 110 minutos de duração.


O uso de recursos visuais (especialmente durante as ilusões da protagonista) é outro fator que canaliza a fraqueza que, como filme, Preciosa exerceu. Esses serviram para mostrar um contraste entre a dura realidade da moça e seus sonhos e almejos, entretanto, isso foi trabalhado de forma rasa, torando estes recursos, desnecessários e sem maior relevância para o desenvolvimento da trama.

Outro quesito a receber ênfase em Preciosa são suas tentativas de comoção. Triste? Sim. Porém, o diretor Lee Daniels tenta a cada segundo forçar lágrimas nos rostos de seu público, utilizando de suas cenas para provocar abalo emocional, simultaneamente e exaustivamente, acabando por se esquecer de que a naturalidade seria o melhor método para comover o público de maneira eficiente e verossímil.

A força de Preciosa reside em suas atuações magistrais, que fazem valer o reconhecimento das estrelas da produção. Em (maior) destaque temos a fortíssima interpretação de Mo’Nique, no papel de mãe da personagem central, sua interpretação consegue aderir a personagem tamanha intensidade, fazendo o público odiá-la e ao mesmo tempo indignar-se suas atitudes. Em uma cena (durante a conversa dela com a personagem de Mariah Carey), ela consegue desviar todo o foco da produção para si, durante um depoimento arrasador, fazendo valer seu Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Todos os equívocos que Preciosa cometeu tornam-no subjacente a altas expectativas e conseqüentemente a outros reconhecimentos que não seja o campo de atuações. Isso reduz parcialmente os méritos que o filme conseguiu e as projeções que poderia alcançar, e para um filme tão premiado quanto, isso é realmente uma lástima.

Nota: 5.0

Trailer do Filme:

2 comentários:

  1. Particularmente, eu acho este filme incrivel. Mo'Nique é um verdadeiro monstro em cena.

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  2. Esse é um daqueles filmes que são feitos para chocar. Mas não é um choque gratuito, é um choque em nome de uma causa social. Acho válido, mas não é o tipo de filme que me atrai inicialmente.

    Quanto a forçar a emoção, de fato, não era necessário, e isso só gera antipatia no público (que não cai na trap, hehe).

    =]

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