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segunda-feira, 14 de março de 2011

2001: Uma Odisséia no Espaço (1968)



Realmente, o universo e o homem são incansáveis materiais de infinito estudo, em especial suas próprias e verdadeiras origens, não importa o tempo, mas o homem e seu meio espacial sempre serão enigmas abertos a novas análises e hipóteses. Dito isso, alguns fatos históricos e teorias bíblicas encontram-se para dar uma justificativa para a existência de tudo, a ciência disputa contra a religião para apontar qual seria o ponto inicial que deu origem a tudo que vemos, e é claro, a nós mesmos. Darwin criou a teoria do evolucionismo na qual consiste em afirmar que o ser humano adveio do macaco, hoje este conceito é respeitado e adotado pelos padrões científicos. A Bíblia por sua vez afirma que Deus criou tudo, em seis dias, bem como fez o homem e em seguida a mulher, fruto de uma de suas costelas. Durante toda a história, a humanidade se dividiu entre as afirmações científicas e religiosas para poder entender um pouco de como tudo se formou; esta origem foi abordada pelo cineasta Stanley Kubrick em 1968, com a chegada de seu filme 2001: Uma Odisséia no Espaço que, sobre a camada de uma ficção científica, constrói uma análise particular sobre o surgimento de tudo, e molda sua própria previsão sobre o futuro da humanidade.

Definitivamente, 2001: Uma Odisséia no Espaço tornou-se um dos filmes mais importantes de toda a história do cinema, não apenas por marcar sua época (além é claro de ser dirigido e escrito por um gênio nesta área), mas por construir uma mensagem palpável e relevante sobre a própria história do universo. Não apresentando respostas, pelo contrário, a cada segundo questionando o público sobre tudo - desde teorias religiosas e científicas. A função do filme é, através de suas imagens, fornecer ao espectador o poder das interpretações e das próprias conclusões sobre tudo o que lhe foi apresentado. Kubrick realiza um verdadeiro espetáculo de imagens, feito para compreender sua própria origem e, através dessa experiência audiovisual, mostrar ao mundo suas próprias hipóteses sobre as dúvidas universais, mas para isso o diretor não utiliza da elaboração de respostas, e sim de preencher as dúvidas com mais dúvidas, pois em certas ocasiões, uma pergunta se torna a melhor e mais apropriada resposta para uma outra.

O filme mostra uma trajetória que transcede os limites de tempo, e cria uma linha com toda a criação da humanidade, desde a Aurora do Homem (pré-história) a uma previsão futurística de todo o universo. Há quatro milhões de anos atrás, um misterioso monólito negro aparenta emitir sinais com outra estranha civilização. Milhões de anos depois, propriamente no início do segundo milênio, a nave espacial Discovery One é enviada numa missão a Júpiter para investigar o estranho objeto. Kubrick, junto com Arthur C. Clarke, cria uma trama de revestimentos interpretativos ilimitados, onde o único horizonte para as teorias que o filme cede é, até onde sua fé e razão levam sua mente. O mais incrível é que, o cineasta modelou uma obra sólida onde apresenta através dela, teorias consistentes, mesmo em uma época (1968) onde não se havia muito espaço para previsões e análises tão ousadas. Kubrick defronta a ciência e a religião, a por a fé e o conhecimento que ambas sustentam sobre uma mesma equipagem, deixando a cargo de quem crê em alguma destas, o próprio proveito que possa extrair (ou não) das análises especulativas do filme.

Por fim, fica a cargo total do público enxergar o proveito em toda e qualquer teoria que o filme tenha lhe repassado. De fato, 2001: Uma Odisséia no Espaço é, e sempre será um filme muito controverso, não apenas porque analisa a origem geral de tudo, mas porque cabe ao ponto de vista de cada um ser humano ver se aquilo tudo contém algum sentido, ou merece qualquer relevância. Portanto, é nítido que Stanley Kubrick era (e ainda é) dono de trabalhos que divergem as opiniões gerais, tanto do público cinéfilo, quando da própria humanidade em si, mas isso apenas declara a imparidade dele como diretor e claro, como um explorador. 2001 pode não ter concretizado todas as suas previsões, já que nos encontramos dez anos após o que o título de sua narrativa sugere, mas mesmo assim, o filme revela, com o passar dos anos, se tornar cada vez mais real e concreto em suas observações e análises sobre o tempo e o ser humano. Quando será que, um dia nós, seres humanos, teremos a tão almejada resposta para todas as nossas dúvidas? Provavelmente, nunca. Mas com certeza, assim como Kubrick fez em sua obra, podemos tentar prever e construir nossas próprias teorias.

Nota: 10.0


4 comentários:

  1. Ótimo texto. A morte de Kubrick foi uma perda imensa para o cinema, o cara era um visionário. Criou um filme, agora antigo, com referências a um futuro que não se pode prever, e conseguiu moldar as mensagens de vida em outro planeta, existência e evolução de forma a separar águas e opiniões, como você bem fala.
    Já estou seguindo o Cine Lupinha, e já linkei no meu blog. Parabéns pelos textos, abraços.

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  2. Um filme que abre margem para reflexão! Extraordinário, um dos melhores de tantos ótimos filmes do genial Stanley Kubrick!
    Ótima trilha sonora!

    Nota: 10,0

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  3. Me desculpe, mas não consigo entender aonde um filme como este perde pontos. 2001- Uma Odisséia no Espaço é a perfeição em forma de cinema. Qualquer nota que não seja 10,0 me deixa surpreso e intrigado.

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  4. Desculpem-me, meus caros. Hehehehehe'

    O caso da nota 9.0 para 2001 foi puramente minha cabeça ranzinza que me impediu de dar a nota máxima (Haha'), mas também a narrativa lenta demais empatou-me de me envolver com a obra por completo, mas no futuro, irei revê-lo, e, quem sabe aumentar minha avaliação... (:

    Obs.: Adoro o Kubrick, e Laranja Mecânica é um de meus filmes preferidos.

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