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sexta-feira, 4 de março de 2011

A Órfã (2009)


Nos últimos anos o cinema suspense/terror não rendeu bons frutos para a safra hollywoodiana, a isso se deve uma baixa qualidade na média das produções atuais. O gênero já não possui a qualidade de outrora, vindo hoje a apresentar a seu público, obras molhadas de muito sangue, como um artifício medíocre de esconder sua visível falta de originalidade e objetivos. Eis que no ano de 2009, surgiu o que aparentava ser uma luz no fim do túnel, A Órfã veio de fininho e conseguiu atrair inúmeros admiradores para si.

Dirigido por Jaume Collet-Serra (A Casa de Cera), o filme conta com uma narrativa convencional do gênero que o abriga, e narra à estória de um triste casal que, após perder prematuramente um de seus filhos, resolve - mesmo tendo outros dois - adotar uma nova criança. Eles então procuram ajuda do orfanato para lá encontrarem uma criança que preencha seu vazio; o casal é conquistado pelo carisma e educação da menina Esther, e mesmo sendo advertidos pela dificuldade de se criar uma criança crescida, eles a adotam. Passa-se o tempo e Esther mostra ser aquilo que realmente é, uma menina maléfica, psicótica e totalmente perigosa.

O que parecia ser um suspense diferente da média que nos é proporcionada anos a fio, mostrou - assim como a personagem título - sua verdadeira personalidade; em primeiro lugar, o roteiro está quase sempre a um passo atrás do raciocínio do público, isso porque suas fórmulas de provocar sustos e tensão são totalmente previsíveis, bem como as soluções utilizadas por este, é onde temos a plena ciência que A Órfã abdicou de qualquer temática profunda e complexa (depressão pós-parto, relações familiares, deficiência física [surdez]...) para ilustrar os clichês e a sua falta de criatividade.

Infelizmente o que deveria ser trabalhado para criar uma verdadeira atmosfera de horror e tensão, ficou anônimo para dar lugar ao que vemos de mais convencional, e garanto, outras inúmeras obras souberam, ao contrário deste aqui, usar o “convencional” a seu favor, não que estas não possuam clichês em sua narrativa, mas, com certeza, sabem pôr seus defeitos a seu favor, e não tentam apresentar-se ao público como algo... “original”.


Outro quesito a se salientar em A Órfã, são seus personagens, que ao invés de demonstrar alguma profundidade para dessa forma sustentar os pilares corroídos de sua trama, mostram que suas personalidades são o resultado de uma somo de clichês, onde cada um - sem exceção - demonstra que o trabalho com relação a seus papéis é tão frágil que, logo de início a película de inovação que envolve eles e toda a obra em si se rompe para declarar que o que aparentava ser um ânimo para um gênero tão maltratado, é na verdade mais um mero título em meio aos muitos que surgem a cada ano no cinema, tão ordinário e medíocre quanto a média correspondente aos filmes de suspense/horror.

Esther, a psicótica homicida da trama é um personagem completamente raso, de ambições mínimas e movimentos previsíveis (leia-se: sabemos a distância quando ela irá “aprontar”); mesmo tratando-se de um personagem diferente do habitual, ela não se difere de qualquer outro estúpido assassino que, mesmo que queira esconder seus reais objetivos, utiliza de artimanhas que só denunciam sua real personalidade. O roteiro estampa para nós, e para os próprios sujeitos da trama, que Esther é uma menina puramente malvada, só que a estupidez de todos os personagens é tão nítida que os mesmos só notam (com exceção da mãe e da garotinha surda) a estranheza da menina nos atos finais.

Por fim chegamos a “revelação” que o desfecho nos apresenta; certamente seria uma resolução interessante (observem, eu disse: “seria”) se o roteiro contribuísse para enaltecer o impacto da surpresa, entretanto, ao que parece toda a produção, direção e, principalmente, o roteiro focaram-se exclusivamente nesta “revelação”, como se esta fosse o único recurso capaz de salvar esta película do caos total. Então, agora fica a pergunta, e se tirarmos a “surpresa” final de A Órfã, o que sobra dele?

...Acho que sei muito bem qual é a resposta.

Nota: 3.0


3 comentários:

  1. Achei o filme muito bom. Consegue prender a atenção, apostando no lado psicológico da trama. A surpresa no final é muito boa, apenas a correria que ocorre após ela é que é clichê.

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  2. Pelo que tinha lido da sinopse, eu nem tive vontade de assistir. Parecia um roteiro de "terrir", mas conforme muitas pessoas comearam a dizer que o filme era bom eu resolvi arriscar. E que ótima surpresa eu tive! Um dos melhores filmes de terror dos últimos anos.

    http://acervodocinema.blogspot.com
    http://memoriadasetimaarte.blogspot.com

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  3. EU AMEI O FILME
    serio
    ate minha melhor amiga ddisse que eu era parecida cm ela
    ahahha
    e so mesmo
    (fisico ok? pq jeito n neh haahahahah)

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