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quinta-feira, 14 de abril de 2011

30 Dias de Noite (2007)


É interessante notar como a mitologia dos vampiros sempre exerceu grande fascínio em cima do imaginário humano. Inúmeros livros, contos e filmes foram feitos, tendo como abordagem o universo dos sugadores de sangue, que na maioria das vezes, eram retratados como seres sedutores, elegantes e aristocráticos, mas que buscavam apenas sugar o sangue de suas vítimas.

30 Dias de Noite apresenta uma visão completamente diferenciada sobre estas caracteristicas que dominam o universo vampiresco. Baseado na graphic novel de Ben Templesmith, o filme transforma os vampiros em seres absolutamente repugnantes, nojentos, passando longe de apresentar o charme que tais criaturas já apresentaram, como em Drácula de Bram Stoker, por exemplo. Esta liberdade criativa tomada pela produção abre portas para que o diretor David Slade (do elogiado MeninaMá.Com) construa uma obra mais atraente (ao menos, aos apreciadores de um filme sangrento) e visceral, ainda que não consiga escapar de alguns problemas, tipicos de uma adaptação.

Imagine um lugar no mundo onde o Sol não nasce por 30 dias. Um lugar distante, quase esquecido, e, ainda assim, habitado. Bem... Este lugar existe e se chama Barrow, uma cidadezinha perdida no Alaska, cujos moradores já se habituaram às condições inóspitas do local e nem imaginam que algo de muito ruim está para acontecer. Mal sabem eles que a longa e gelada escuridão de Barrow servirá de cenário para o banquete sangrento de um grupo de vampiros famintos. A única esperança de sobrevivência dos moradores da cidade está nas mãos de Stella (Melissa George) e Eben (Josh Hartnett), marido e mulher que atuam como os xerifes locais.

Sem dúvida, os apreciadores de filmes deste estilo terão sua alegria feita. Slade não poupa o espectador dos detalhes mais sangrentos, insistindo em mostrar o desespero dos habitantes da cidade, e um ótimo exemplo disso é a tomada aérea na cidade, que vai mostrando diversas mortes simultaneamente. E aqui, tanto a fotografia de Jo Williems é importante para traduzir o clima de tensão entre os personagens, quando o trabalho de maquiagem, que dá aos vampiros o aspecto ideal para que eles pareçam, de fato, ameçadores.


Infelizmente, o roteiro de Steve Niles, Stuart Beattie e Brian Nelson é ineficiente na construção dos personagens e de seus conflitos internos. A abordagem da crise conjugal entre Eben e Stella é feita de modo artificial, e nada acrescenta ao filme. E de acordo com que as mortes vão ocorrendo, vários personagens se vêem diante de situações emocionalmente dificeis, como o garoto que vê um ente querido morrer bem na sua frente. O roteiro chega a abordar os conflitos psicológicos dos personagens, mas trabalha com eles de forma preguiçosa, falhando naquilo que poderia ter tornado a obra muito mais interessante, e que poderia ter feito um diferencial no meio dos filmes do gênero.

Mas David Slade compensa (um pouco) estes erros com uma direção precisa e bastante detalhista, construindo planos eficientes e estabelenco um clima de horror bom o suficiente para manter a atenção do espectador até o final. Quanto as atuações, elas são apenas corretas, com exceção de Ben Foster, que fisga a curiosidade do espectador com a aparência suja e apodrecida de seu personagem.

30 Dias de Noite é um filme divertido, que além de fazer a alegria dos admiradores das criaturas vampirescas, também se mostra bastante fiel a obra original. Uma pena que a preguiça do roteiro em trabalhar em seus pontos cruciais tenha diluido o que poderia ter sido algo muito melhor.

Nota: 6.0

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