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quinta-feira, 21 de abril de 2011

400 Contra 1 - Uma História do Crime Organizado (2010)


Nos minutos iniciais de 400 Contra 1 – Uma História do Crime Organizado, vemos um grupo de bandidos se preparando para assaltar um banco, e esta cena é acompanhada por uma trilha sonora coll e por uma fiel reconstituição de época. Logo pensamos: “É, vem coisa boa por ai”. Pois é, se enganar o espectador deste jeito pode ser uma qualidade, o filme já merece nota 10...

William da Silva (Daniel de Oliveira), um dos grandes articuladores daquilo que viria a se tornar o Comando Vermelho, vai parar no presídio de Ilha Grande, onde presos ‘comuns’ eram colocados lado a lado com presos políticos. Neste universo de fugas consecutivas, assaltos e enfrentamento com os policiais locais, as amizades se destacavam e geravam dívidas que faziam com que foragidos retornassem à ilha para libertar seus companheiros.

Um dos principais equivocos do diretor Caco Souza é querer resumir os acontecimentos de quase uma década em apenas 90 minutos de projeção. Não que esta opção seja absurda, mas o diretor não soube trabalhar bem com isto, o que resulta em uma narrativa não-linear confusa, caótica, e que não obtem êxito em interligar satisfatoriamente os acontecimentos do filme.

Aliás, esta opção narrativa também impede que o roteiro possa trabalhar melhor com as figuras na tela. O resultado é que, além de emocionalmente nulos, fica difícil entender as motivações para os personagens fazerem o que fazem. Assim, a relação entre personagens e espectador é inexistente. E nem é preciso falar das presenças femininas, que entram e saem do filme com a mesma velocidade. Machismo puro.


Os clichês também tomam conta do filme, como a narração em off (extremamente irritante, por sinal), o interesse amoroso do protagonista, etc. Opções que tornam o longa extremamente óbvio e didático, abusando da inteligência e paciência do espectador.

Se existe algo mais de ruim para ser comentado? Sim, afinal, a hora de avacalhar é essa, não? Não apenas satisfeito em desperdiçar temas relevantes (como o preconceito existente entre politicos e bandidos), o clímax, que poderia surgir como a salvação do filme, é desprovido de qualquer tipo de emoção, seja ela qual for, além de ser pessimamente montado.

Talvez a única coisa boa do filme seja a presença de Daniel de Oliveira, que vale lembrar, deu um show em Cazuza – O Tempo Não Para. Fora isso, 400 Contra 1 não passa de uma novela de 90 minutos, só que mais descuidada do que o costume. Pena.

Nota: 3.0

Um comentário:

  1. Tu não é o primeiro que vejo falar mal! Deste passo longe!

    Você não viu 'Os Espíritos' de Peter Jackson! Dê um jeito URGENTE de vê-lo! Tu vai adorar, te divertir pra caramba!

    Gostei do blog!

    http://filme-do-dia.blogspot.com/

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