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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cantando na Chuva (1952)



Desde muito, um dos gêneros mais emergentes no meio cinematográfico são os musicais; hoje, porém eles andam um tanto quanto eclipsados por obras mais modernas que fisgam seu público mais pelo material externo, que simplesmente por seu conteúdo e pura magia. Desde muito, os musicais foram um aspecto fílmico que ao mesmo tempo em que atraia muitos fãs, afastava também outros públicos, pois não são todos que gostam de ver músicas e coreografias constantes mescladas em um roteiro cinematográfico. Gostando ou não, esse gênero detém uma importância irreprochável perante a sétima arte e toda a história do cinema em si. Se os musicais concretizaram seu status ao decorrer dos tempos, muito disso se deve a um em particular, lançado em 1952, contendo uma estória aparentemente ingênua, Cantando na Chuva tornou-se um marco definitivo diante esta arte, presenteando-nos com umas das cenas mais famosas entre todos os filmes, e consagrando-se como um clássico indispensável a qualquer um que ame verdadeiramente o cinema.

Além de possuir elementos particulares que garantem entretenimento a todos os públicos até hoje, Cantando na Chuva é mais que um musical, é uma deliciosa sátira percorrendo os bastidores de Hollywood, mostrando o quão difícil para o cinema foi à passagem da filmagem muda para a falada. Gene Kelly protagoniza uma comédia musical leve, didática, que em quesitos de diversão, em nada deve a comédias atuais. Pode-se afirmar que Cantando na Chuva deu um novo gás aos musicais, desencapando o lado apenas romântico (muito presente na Era de Ouro do cinema), e mostrando um ângulo mais cômico e satírico, neste caso com sua própria área de transmissão. O humor aqui é elegante, não se entregando ao ridículo, nem (mesmo 59 anos após sua realização) soando datado para os tempos modernos.

A estória de Cantando na Chuva, narra a vida de duas consagradas estrelas - Don e Lina - do cinema mudo que agora têm que se desdobrar para manter suas famas intactas, mesmo com a chegada dos filmes falados. Don, por sua vez, sai-se bem nesta transição, já Lina encontra dificuldades por possuir uma voz extremamente fina e incomoda aos ouvidos, então para escondê-la do público, ela usa a sonhadora Kathy para dublar sua voz em filmes e apresentações. Entretanto, por ironia do destino, Don que sempre era par romântico de Lina em seus filmes, acaba por se apaixonar por sua dubladora, e fará de tudo para que sua amada tenha o reconhecimento que tanto merece.


Temos aqui uma história de amor plantada em meio de um palco de coreografias fascinantes e números musicais exuberantes, ele serve para açucarar a trama em si, deixando-a como um aspecto mais sentimental e mais palpável para o grande público (sempre adepto a um bom romance). Cantando na Chuva possui cenas memoráveis, bem como uma estrutura narrativa leve e suave, sendo um qualificado entretenimento (para todas as idades) até os hoje. É nítido que Cantando na Chuva manteve-se preservado como a passagem das décadas, fazendo valer sua denominação de clássico, e mostrando até os dias atuais, diferente de muitos outros filmes que recebem esta classificação, seus atributos e qualificações que o consagrarão.

Cantando na Chuva é exemplar de entretenimento delicioso, que representa com maestria os musicais, confirmando o status que imprimiu a seu próprio gênero. Ágil, divertido, dançante e vibrante. Qualidades que fazem frente em um dos títulos mais queridos da história. Hoje, alguns musicais o superaram a nível de qualidade, porém, o filme de Gene Kelly venceu as barreiras do tempo impostas a ele, e prova que, mesmo com mais de meio século desde sua realização, nunca deixará que o tempo apague sua estrela.

Nota: 8.0



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