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sábado, 23 de abril de 2011

Encontro de Casais (2009)


Uma vida à dois nunca foi um tipo de convivência fácil. A dinâmica do casamento exige e apresenta regras que, por muitas vezes, é dificil seguir. E a convivência conjunta é justamente para isto: compartilhar seus sentimentos, ajustar a vida um do outro, para se adequar a rotina. Não à toa, neste assunto reside um grande potencial cômico, e que já foi incessantemente explorado pelo cinema. Encontro de Casais é mais um destes filmes que visam brincar com a dinâmica do casamento e como é difícil mantê-lo, mas infelizmente, não alcança o mesmo resultado de outros exemplares.

Jason e Cynthia estão prestes a se divorciar. Como última tentativa de salvar o casamento, eles resolvem fazer uma viagem para participar de uma terapia de casais chamada Eden. Para conseguir um desconto, eles incentivam seus amigos para que também viajem, no intuito de participar das atividades sem acompanhar a terapia. Inicialmente relutantes, Dave e Ronnie, Joey e Lucy, e Shane e Trudy aceitam o convite. Logo ao chegar, eles são alojados por Sctanley na parte oeste da ilha. Joey logo descobre que na parte leste há um resort de solteiros, mas que ele é proibido para casais.

O roteiro de Vince Vaughn, Jon Favreau (ambos também estrelando o filme) e Dana Fox faz questão de sempre usar os momentos de “vergonha alheia” na tentativa de fazer rir. Devo dizer que esta opção se sai completamente falha. Particularmente, vi um grande potencial no filme em realizar um estudo sobre “como manter a chama acesa”, sem dúvidas, tornaria a obra muito mais interessante de ser assistida, mas os roteiristas deixam isso completamente de lado para se ater as piadas de mau gosto, que de tão ruins, conseguem gerar vergonha até mesmo em quem está assistindo.

Além de não conseguir divertir (ok, existem uma ou duas boas piadas, nada de mais), o roteiro também falha no desenvolvimento dos personagens, que mesmo com seus problemas reais, tão costumeiros na vida de um casal, não conseguem gerar nenhuma empatia no espectador. Ao contrário, muitos deles são meros fantoches do roteiro, utilizados de forma grosseira para conseguir arrancar alguma risada, como o robusto Shane (Faizon Love). Vince Vaughn e Jason Bateman, atores que geralmente se saem muito bem neste tipo de filme, são pintados como sujeitos de comportamento irregular, por vezes tomando decisões que vão completamente de contra com o que a personalidade deles apresenta. De homens certinhos, eles logo passam a ser sujeitos que invadem uma casa, para logo em seguida, se tornarem os sujeitos certinhos novamente. Dificil, não?


O lado feminino do elenco surge quase que completamente desperdiçado, com o diretor Peter Billingsley usando e abusando da exposição das curvas das atrizes. A menos prejudicada é Kristen Bell, que se sai muito bem como a esposa de Jason, Cynthia. Em contraponto, Cali Hawk consegue irritar profundamente na pele de Trudy, uma garota de 20 anos, que namora com Shane e costuma chamá-lo de “papai”.

A direção de Peter Billingsley (por sinal, um grande colaborador de Jon Favreau) é redondinha, mastigada, sem qualquer tipo de inovação ou ousadia. E para alguém que ajudou a roteirizar o interessantissimo Separados Pelo Casamento, isto não seria pedir demais, mesmo sendo iniciante na direção. Ao invés disso, Billingsley investe em uma machista (como já foi comentado), e que alcança níveis risíveis em determinados momentos, como a cena do jogo de Guitar Hero, uma das sequências mais toscas de 2009.

Como já mencionado, existem alguns momentos divertidos, mas que não possuem força suficiente para salvar alguma coisa. Encontro de Casais não passa de um filme enfadonho e sem graça, cujo resultado não faz jus à sua boa premissa.

Nota: 4.0




3 comentários:

  1. Gostei do texto, é um filme totalmente sem graça mesmo, eu daria 0 pela perda de tempo que me foi assistir esse filme rs

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  2. Concordo com seu texto, o filme tem uma boa premissa desperdiçada com cenas sem graça e algumas até constrangedoras.

    É uma pena, Favreau e Vaughn já fizeram coisas melhores, inclusive escrevi há pouco tempo no blog sobre o ótimo "Swingers", produzido no final dos anos noventa, estrelado pela dupla e dirigido por Doug Liman, todos em início de carreira.

    Abraço

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  3. Também achei bastante fraco!

    http://filme-do-dia.blogspot.com/

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