Marcado pela interpretação de Daniel Day-Lewis, o novo longa de um dos diretores mais geniais de Hollywood tornou-se o melhor filme de 2007.
Paul Thomas Anderson já era conhecido por filmes que deram o que falar, é o caso de Boogie Nights e do surpreendente Magnólia, sua última grande produção, pela qual recebeu a indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Agora, PTA volta com tudo em um drama inspiradíssimo. Baseado no romance de Upton Sinclair (Oil!), o diretor e roteirista é simplismente inacreditável no modo como escreve seu roteiro. Grandes diálogos e cenas memoráveis tornam Sangue Negro um filme grandioso e sua primeira obra-prima. "There Will Be Blood" consegue ser surpreendente e de certo modo "desagradável" com a forte trilha sonora assinada por Jonny Greenwood (falarei dela mais tarde). Marca disso, são os primeiros 15 minutos, onde não há diálogo algum, mas consegue não perder a atenção do espectador, jamais.
Claro que Sangue Negro jamais seria um filme grandioso se não contasse com pelo menos um destaque nas interpretações. Não é esse o caso. O filme conta com dois grandes destaques: Daniel Day-Lewis (Daniel Plainview) e Paul Dano (Paul/Eli Sunday). Quando os dois entram juntos em cena, temos o privilégio de assistir à dois shows de atuações. Porém obviamente, quem se sobressai entre os dois é o magnífico Day-Lewis, que ganhou o Oscar, o Globo de Ouro, o SAG, o BAFTA, entre outros. Sua interpretação é, na minha opinião empatada com a de Philip Seymour Hoffman em Capote, a melhor do século XXI até agora. Simplismente incrível! É realmente um grande ator, que sempre que entra em cena chama a atenção por sua categoria como intérprete.
É impossível deixar de comentar as cenas de Sangue Negro. As minhas preferidas são a da briga que envolvem Plainview e Eli, a do batismo(sensacional) e a final (sem comentários...), ambas matêm um ritmo bem acelerado em seus momentos de clímax e contam sempre com ótimas atuações. Afinal de contas, estamos falando de um longa-metragem que é perfeito em tudo, tanto na direção, roteiro e elenco, quanto na parte técnica.
E por falar em parte técnica, como não elogiar a linda fotografia de Robert Elswit, que conseguiu o feito de vencer Roger Deakins no Oscar, o único cinematógrafo a ser indicado no mesmo ano por dois filmes (Onde os Fracos Não Têm Vez e O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford). A iluminação escura, as belíssimas paisagens, tudo ajuda o filme de PTA a se tornar uma produção memorável. A direção de arte também é destaque, especialmente os cenários da igreja, da casa de Plainview (onde tem a pista de boliche). E Jonny Greenwood, o guitarrista do Radiohead, como foi competente na trilha sonora. Músicas fortes e inquietantes tornam o conjunto de criações instrumentais no mais abusado do ano que passou e, injustamente não recebeu a indicação ao Oscar.
Sangue Negro entra para a lista de Daniel Day-Lewis como o filme de sua carreira, pelo qual ganhou seu segundo Oscar e, por sinal, deve muito ao grande diretor Paul Thomas Anderson, que lhe deu essa oportunidade. Assim, como Anderson também deve muito a Day-Lewis, que ajudou seu filme a entrar para a história e consequentemente, consagrar o diretor como um dos mais genias do cinema norte-americano.
Nota: 9.0
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