Zumbilândia (2009)

A juventude atual realmente sente uma enorme vontade de ser ouvida, interpretada. Há todo o momento, interlocutores da voz juvenil aparecem para darem vez ao universo adolescente, mostrando os anseios e as preferências dessa nova geração, sendo assim, apresentado ao mundo, sua ótica peculiar sobre este. O cinema é um dos grandes instrumentos a qual o jovem tem o direito de ser compreendido e analisado, produções chegam a cada instante para satisfazer esse tipo de público, e garantir a observação jovem por trás de tudo.

Zumbilândia é mais uma dessas muitas produções que chegam ao mercado; primeiramente, é um filme tipicamente adolescente, com sacadas modernosas, humor contemporâneo e muita, mas muita diversão descompromissada. Dito isso, o que este parece ser, é um filme descartável para os demais não pertencentes a esta faixa etária, mas aí é que esta a peculiaridade desta comédia, pois mesmo com seus lances modernos, Zumbilândia certamente agregará aqueles que forem em busca de um entretenimento pirado e completamente divertido. Não é um filme que arrecadará um lugar eterno em nossa memória, mas é de fato competente em tudo o que propõe em seus gloriosos 88 minutos de duração.

O prisma que temos do filme é a visão do jovem Columbus - que proporciona ao filme uma narrativa em off -, um garoto esperto que montou suas artimanhas para sobreviver no mundo, agora infestado por zumbis. Em sua trajetória em busca de sua terra natal, ele encontra o pirado Tallahassee, um homem rude e grosseiro que lhe fornecerá carona durante essa jornada. Ambos são alvos de um golpe armado por duas garotas aparentemente inocentes, e vão a busca delas, até que todos aqueles destinos se conectam em uma só aventura.

Tem um roteiro original? Não. Tem uma profundidade reflexiva em sua trama? Não. Mas querem saber? Isso realmente não importa, pois o que Zumbilândia marca é um compromisso com a diversão, e isso o filme realiza com êxito. Este é o típico cinema pipoca de qualidade que buscamos todos os dias, um entretenimento saboroso em uma estória por vezes absurda, mas sempre alucinante. O mundo destruído analisado pela visão de um jovem nerd, anti-social e introspectivo é de fato, algo interessante de se observar, tanto por garantir uma aproximação ainda maior para com o público, quando por termos a ciência de como as comédias adolescentes andam completamente escassas nestes últimos anos.

Toda a categoria técnica foi construída para fazer de Zumbilândia uma também diversão em aspectos estéticos, isso porque todas as piadas visuais, a maquiagem e os efeitos que preenchem aquele mundo caótico tornam Zumbilândia um filme ao mesmo tempo nostálgico, para os mais calejados ao subgênero zumbi, além é claro, das muitas criações “gamísticas” ou televisivas para adaptar essa criatura tão famosa na mídia geral. Columbus e sua turma somos nós, os adolescentes, exaltados para serem ouvidos em um planeta dominado por feras, que não pretendem dar atenção a nossa expressão; e essa metáfora notória é a amostra de que Zumbilândia é uma produção que compreende tudo aquilo que um jovem busca, e, essencialmente, o que ele deseja.

É um filme idiota. Isso pode parecer um defeito, e é, pelo menos para aqueles que buscarem um exemplar de cinema inteligente e reflexivo, porém, como já supracitado, este é um daqueles filmes que trará ao público uma completa diversão descompromissada e interessante em toda a sua - curta - duração. E, podemos dizer que se todas as comédias adolescentes atuais fossem iguais a essa, definitivamente, os jovens teriam nesse gênero um lugar mais amplo para apresentar sua manifestação.

Nota: 7.5