Um pequeno clássico, hoje praticamente esquecido. Este é O Padrasto, suspense lançado no já longiquo ano de 1987, e que traz Terry O’Quin (o Locke do seriado Lost) em um de seus primeiros trabalhos no cinema. Carregando, hoje, a alcunha de um filme trash (erroneamente, diga-se), o filme assustou e divertiu muita gente na época, com seu clima psicológico intenso e a cara de psicopata de O’Quin. Hoje, mais de 20 anos depois, a fita parece datada, e de conteúdo pouco interessante. Claro, ainda é um bom filme, mas parece que o tempo lhe conferiu defeitos que, na época, não parecia existir.
Gerald Blake (O'Quin) é um homem ambicioso, que casa-se com a viúva Susan (Shelley Hack), mãe da adolescente Helen (Jill Schoelen). A vida segue normal e tranquita para a família, até que a menina começa a construir a fantasia de que seu padrasto é um assassino, e que também tirou a vida de seu pai.
O trabalho psicológico feito em cima do filme é bem feito, isso é inegável. Mas após todos estes, em que infindáveis filme sobre psicopatas mentalmente pertubados foram lançados, o filme acabou perdendo sua força, justamente por mostrar nada de novo ou revolucionário em relação a esta abordagem.
O que ainda permite que O Padrasto funcione como entretenimento é a atuação de Terry O’Quin, que com seu olhar penetrante e seu enganoso jeito dócil, consegue magnetizar o espectador em cima de sua figura, despertando curiosidade sobre qual será a próxima ação do personagem. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito das atrizes Shelley Hack (do seriado televisivo As Panteras), que interpreta a viúva Susan, e a jovem Jill Schoelen (que mais tarde, viria a protagonizar Popcorn - O Pesade Está de Volta), que interpreta a enteada Helen. Esta última, aliás, compoe uma personagem absolutamente irritante, com a atriz exagerado nas expressões de medo e no tom de voz infantil. O resultado é que o espectador torce logo para que Jerry acabe logo com ela.
A direção de Joseph Ruben (que fez aquele suspense babaca com a Julianne Moore, Os Esquecidos) também merece algum destaque. Sua direção segura ajuda na construção do clima do filme, trabalhando com as ruas vazias e as panorâmicas externas das casas, criando uma interessante sensação de melancolia. É notável também a preocupação no desenvolvimento e na apresentação do vilão, que evita o risco de cair no estereótipo do “assassino imortal”, tão comum na década de 80.
O Padrasto, apesar de envelhecido, ainda é um bom programa, tipíco de Supercine. Basta não exigir muito, que o resultado poderá se mostrar satisfatório.
Nota: 6.0
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