Bombardeado de elogios à Forest Whitaker, O Último Rei da Escócia vê mérito ir todo à interpretação do ator principal.
Na certa, o filme de Kevin Macdonald foi feito para causar polêmicas, e das grandes. O enredo do filme, escrito pelo mesmo roteirista de A Rainha, Peter Morgan, ressalta a vida de um médico escocês que logo após se formar em medicina, escolhe aleatoriamente um lugar do mundo para pôr suas habilidades médicas em prática. Hilariamente, o lugar escolhido é Uganda, um país palpérrimo da África, que acaba de sofrer uma terrível guerra civil, causada pelo imperialismo da Europa. James McAvoy interpreta o médico Nicholas Garrigan, que ao ingressar nos árduos trabalhos do país africano, é chamado para socorrer o então presidente da Uganda, Idi Amin Dada (Forest Whitaker). Amin se mostra desde o início um presidente do povo, respeitável e justo, disposto a fazer uma carreira política completamente oposta a de seu antecessor, que roubou dinheiro público e afundou o país em uma miséria ainda maior. Amin, ao ser observado mais em seu íntimo, se mostra um homem egoísta e autoriatário. Tais caracteríticas lhe são atribuídas após um acidente envolvendo o presidente e uma vaca, atropelada pelo carro do mesmo. A vaca estava quase morrendo, gritando, berrando de dor, ela estava em um estado crítico. Já Amin, fez seus seguranças percorrerem distâncias para achar um médico e cuidar de um pequeno machucado em sua mão. Desconcentrado pelos berros da vaca, Garrigan dá um tiro no animal, com a arma de Amin. Este, incomodado que o médico usou sua arma para matar um animal, logo ganha a simpatia do rapaz, ao descobrir que o mesmo é escocês. Amin tem um grande respeito pelos escoceses. Aos poucos, o presidente começa a mudar seus hábitos de comandar o governo de Uganda, transformando-se em um ditador. Garrigan logo vai adquirindo a confiança de Amin, tornando mais tarde, o médico particular do presidente. É o início de uma série de problemas que envolvem os dois, desde traição e desconfiança até a perda de um grande respeito.
Se falar mais um pouco, o filme não precisará mais ser visto. Que tal gastar um parágrafo para falar do grande destaque de O Último Rei da Escócia? Forest Whitaker comanda a melhor atuação de sua carreira no papel do ditador ugandense. Em uma incrível caracterização, Whitaker muda seu tom de voz para ficar mais próximo ao sotaque que Amin possuia. Sua interpreação é ótima e merecidamente, ganhou o Oscar, prêmio muito adiado a um dos atores mais promissores dos EUA.
Além dele, James McAvoy também está muito bem, mas sua atuação chega a ser entediante em alguns momentos. Está bem para o começo da carreira do ator, mas poderia ter sido melhor.
Em geral, não há reclamações plausíveis para o roteiro de Morgan, muito competente e alerta a cada detalhe deste roteiro baseado em uma história real. O diretor, apesar de ser seu primeiro trabalho no cinema, acaba sendo bastante influente e foi o principal responsável pelas interpretações do filme. O Último Rei da Escócia, assim como A Rainha, é um filme de ator e atriz, respectivamente. Pode ser devido ao modo como Peter Morgan escreve seu roteiro, levando destaque especial aos intérpretes principais, ou um simples confronto de idéias entre o diretor deste e de Stephen Frears do filme de Helen Mirren. Mas o fato é que funciona, e muito.
Nota: 7.5
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