A história de Sexta Feira 13 conquistou milhares de fãs ao redor do mundo, trazendo novos elementos que ao longo dos anos contribuiria para modelar o terror moderno nos cinemas, embora modelos como o Massacre da Serra Elétrica e Halloween, ambos da década de 70, já tinham inserido tais características dentro do gênero, e com muito sucesso, diga-se de passagem. Com um pequeno orçamento de pouco mais de R$ 500 mil dólares, uma equipe apaixonada por filmes de terror B se uniu para, além de tentar pegar carona nos sucessos já referidos aqui, realizar um filme que ao menos se pagasse, e com muita ajuda divina, se tornasse um pequeno sucesso. Nem o diretor Sean S. Cunningham imaginaria o quão seu filme se tornaria um mito.
Com uma trama centrada em adolescentes que só pensam em se divertir, tudo regado a bastante cerveja, sexo e drogas, todo o cenário é propício para o aparecimento de um vilão, mas nada de sobrenatural, alguém muito vivo, que arma planos perfeitos para acabar, um a um, com todos os jovens que ali estão arruaçando. O clima do filme se mostra o grande diferencial, onde paira no ambiente um mistério arrepiante, construído de forma eficaz por um a trilha sonora inspiradíssima, além de uma edição bem desenvolvida, revelando um caráter sombrio de primeira. A fotografia, mesmo que seja escura em sua maioria, provoca arrepios, principalmente quando os jovens estão em meio à floresta.
Os adolescentes vão morrendo um a um, de forma surpreendente, e acima de tudo, incrivelmente assustador, já que o diretor abusa de passagens lentas, antes do ataque misterioso do vilão. A ordem pré-estabelecida por estes filmes seriam seguidas rigorosamente por outros modelos mais a frente. O filme fez tanto sucesso que jovens da época pensavam três vezes antes de acamparem, levando ainda em consideração que tal geração possuía uma mentalidade totalmente diferente da atual, sendo marcada profundamente por estes tipos de filmes, que com a chegada de Freddy aos cinemas, o medo passaria a se transformar em admiração e estes monstros sagrados do terror acabariam tornando-se heróis da juventude dos anos 80.
O mistério criado até o final do filme é digno de parabéns, pois o público se pega tão apreensivo e assustado com tudo que acontece na projeção, que se torna uma tarefa quase impossível descobrir quem está realizando os assassinatos. Quando todo o mistério é solucionado, os detalhes começam a fazer sentido, e a trama assume características de perseguição, caindo as cenas lentas de mistério na mata, para dar lugar a uma verdadeira luta corporal entre mocinha e vilão do filme. Impossível não se impressionar com a belíssima atuação da hoje senhora Palmer, que vestiu a camisa com bastante determinação e entregou ao público e futuros fãs da série um trabalho maravilhoso e marcante.
Sexta Feira 13 também possui defeitos, e um destes é a perseguição final, que contraria praticamente tudo que fora realizado anteriormente. O responsável pela matança no acampamento parecia ser alguém perfeito, sem deixar rastros, armando planos e situações perfeitas para agarrar suas vítimas, para ao final, com o cair das máscaras, passar a ser alguém tão frágil quanto a mocinha. Claro que o diretor teria que construir um clima de correria, onde não faria sentido a mocinha chegar e matar o assassino com apenas uma machadada. O problema é que a embolação que se cria no desfecho, embora traga emoção de sobra ao telespectador, vai contra ao que fora apresentado antes. Essas características seriam copiadas nos capítulos seguintes, principalmente na Parte II.
Enfim, o primeiro capítulo de uma extensa saga, que ao longo dos anos e de seus capítulos perderia sua essência, e acabaria se tornando filmes caça níqueis, sem propósito algum de existir, além ainda, de estragar toda a mitologia que fora criado pelos primeiros capítulos. Adrienne King entrou para a história dos filmes de terror como uma das melhores mocinhas até então, o que lhe rendeu muito sucesso em feiras e eventos de filmes de terror, além de um psicopata real que lhe atormentava após o sucesso do filme. Porém a surpresa maior estaria guardada para o final do filme, uma idéia de última hora do diretor, que faria a platéia gritar em um último e digno susto. Jason viria para ficar na historia dos filmes de terror e do cinema.
Nota: 8.5
Bem fraquinho esse, e lotado de falhas. Porém é um bom filme.
ResponderExcluirSuperestimado, é a melhor palavra para definir Sexta-Feira 13.
ResponderExcluirEu adoro, apesar de toda a tosqueira dele.
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