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terça-feira, 26 de abril de 2011

Pânico 2 (1997)


No cinema, quando um filme torna-se um sucesso em seus números de bilheteria e, além disso, arrecada para si inúmeros elogios do público e da crítica, é certeza que desse exemplar sairá uma seqüência. E como todo caso é um caso, Pânico não fugiu dessa regra. Em 1996, o slasher criado por Kevin Williamson e comandado por Wes Craven explodiu em um sucesso imediato, devendo esse fator a sua originalidade e inteligência ao lidar com os clichês e regras habituais de seu próprio gênero. Até hoje, são poucas as pessoas que se pode dizer nunca ouviram falar desse filme, a prova disso é que se mostrarmos a famosa máscara do “Ghostface” certamente qualquer um que a veja irá associá-la a um dos maiores êxitos da década de 1990.

Pânico 2 chegou as pressas no cinema, ele precisava saciar seu público com mais uma frenética estória de assassinatos e mistérios, o tempo de intervalo entre o primeiro longa e sua seqüência foi de apenas um ano, e mesmo que divertisse e aterrorizasse seu público, esse segundo capítulo dificilmente proporcionaria a qualidade que o original providenciou. Estávamos certos. Pânico 2 não superou seu antecessor, mas isso não o fez ser um filme ruim, pelo contrário, essa é sim uma seqüência que podemos chamar de digna. Kevin Williamson merece os méritos por isso, pois ele conseguiu atar de forma brilhante os acontecimentos do primeiro as tramas e subtramas do segundo filme. Um trabalho que, convenhamos, já é digno de merecimentos.

Pânico 2 se sustenta nos ganchos deixados pelo primeiro filme para elaborar sua trama. O exercício de metalinguagem continua intacto, uma vez que esta seqüência utiliza das regras impostas pelo seu gênero, para dessa maneira criar algo novo, em outras palavras, original. Enquanto no primeiro filme, o assassino trazia seu fascínio por filmes de horror ao elaborar os assassinatos, em Pânico 2, o “Ghostface” ataca novamente, só que aqui ele pretende dar continuidade ao que foi deixado pelo(s) assassino(s) do filme anterior, sendo assim, as mortes aqui são premeditadas de acordo com as frestas que foram deixadas pelos acontecimentos do primeiro longa.


Pânico 2 narra seus eventos seguindo a risca os elementos primários presentes em uma continuação, como as regras citam: 1) No segundo filme, o número de mortes é sempre maior; 2) As cenas de assassinato são melhor arquitetadas; Williamson acerta nestes detalhes para criar um segundo capítulo consistente, ainda dotado com inteligência e bom humor costumeiros. A trama se passa um ano após o massacre em Woodsbooro, a repórter Gale Weathers escreveu um livro sobre os acontecimentos e este foi adaptado as telas; então na pré-estréia do longa, dois jovens são assassinados, “revivendo” o antigo horror, e acabando com a paz de Sidney, que havia se mudado para esquecer dos fantasmas passados.

A maior falha do segundo filme encontra-se no fato de ter sido arquitetado em um ano, e com isso, inevitavelmente, algumas pontas continuaram sem muito sentido, limitando as capacidades que essa continuação poderia chegar. Certos personagens são pouco explorados pelo filme, e, diferente do primeiro, aqui eles parecem deslocados quanto a sua posição nos eventos. Para citar, a identidade de determinado personagem como o “Ghostface” pareceu completamente desfocada, servindo mais como um esquema programado pelo roteiro para aderir alguma função ao sujeito.

Por decorrência a essa falha, e outros equívocos em seu ritmo narrativo (que por vezes torna-se monótono, coisa que não ocorria no primeiro), Pânico 2 torna-se uma sombra menor de seu antecessor. Mas, embora isso ocorra, o que temos aqui ainda é uma obra deliciosa de ser acompanhada, que ganha pontos também por conseguir não estragar os méritos conquistados por seu antecessor (algo muito habitual em continuações). Seja como for, este é um acerto da bela parceria entre Williamson e Craven, algo que resultou em uma franquia que, mesmo que hoje não seja tão apreciada por seus atributos cinematográficos, é certamente querida pela marca que cravou em toda uma geração.

Nota: 7.0


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