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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Amaldiçoados (2005)


Wes Craven é uma lenda do gênero terror/suspense. Nos anos 70, dirigiu dois grandes cults do gênero, Quadrilha de Sádicos e Aniversário Macabro (que ganhou uma refilmagem em 2009). Nos anos 80 e 90, criou duas franquias de sucesso, A Hora do Pesadelo e Pânico, que até hoje servem como referência aos filmes slasher. Com todo esse êxito, o nome de Wes Craven logo era associado quando se pensava em assustar e aterrorizar.

Mas é unânime a afirmação de que, hoje em dia, Craven não é mais o mesmo. Tudo começou quando dirigiu o mediano A Voz do Coração, drama que não carregava nenhuma das marcas do diretor. E foi quando chegou neste Amaldiçoados, filme que levou o nome de Craven direto para a lama, tanto para a crítica quanto para o público, que acreditava que o talento de Craven para criar novos clássicos havia desaparecido.

Um casal de irmãos órfãos, Ellie (Christina Ricci) e Jimmy (Jesse Eisenberg), sofre um acidente noturno de carro numa estrada pouco movimentada em Los Angeles, e ao tentarem ajudar a vítima do outro carro que caiu numa depressão de uma floresta, eles são atacados por um lobisomem, onde são apenas levemente feridos. Mas a partir daí carregarão uma maldição que os transformará lentamente em feras assassinas, a não ser que descubram a identidade humana do lobisomem que os atacou, matando-o e separando a cabeça do corpo.

Novamente em parceria com o roteirista Kevin Williamson (que roteirizou os dois primeiros filmes da série Pânico), o filme se mostra uma completa decepção, não apenas por ser um terror brochante, mas pela forma caricata com que Craven dirige o filme. Não apenas a história é ruim e completamente sem nexo, como as tentativas de assustar e fazer rir são totalmente falhas. Os sustos são forçados e banais, e as tentativas de gerar risadas são feitas de maneira chula e sem o menor bom senso. E destaco duas cenas que representam bem a “ruindade” da coisa: quando o lobisomem mostra o dedo do meio (ri de tão tosca que é a cena), e quando um certo coadjuvante revela para Jimmy que é gay. Estes são apenas exemplos, já que o filme está repleto de outros momentos constrangedores.


E me surpreende a forma contida com que Craven conduz o filme. A violência explícita, que fez o sucesso de alguns de seus clássicos, aqui é usada de maneira timida, quase inexistente, e para alguém que havia se mostrado um gênio em criar clássicas cenas gore, isto é bastante estranho. E como se não bastasse esta violência quase inexistente, o desfecho é demasiadamente estúpido, que além de trazer um vilão “boca grande”, se encerra de maneira detestável e previsível.

Antes da produção estrear, muito se comentava sobre as várias mudanças sofridas no roteiro e na escalação dos atores, que gerou uma grande conturbação na produção do filme. Isto foi o principal motivo para Amaldiçoados ser o que é. Com o objetivo de deixar o filme com cara de “filme comercial pra adolescentes”, o roteiro apostou em inúmeros clichês, personagens desinteressantes e fúteis, e reviravoltas mais que previsiveis. Se tem mulher nua? Não, mas tem aquele pseudo-final, que se acha bom o suficiente para surpreender o espectador, mas que não passa de uma solução já desgastada do gênero.

A única coisa boa do filme são as homenagens que presta a alguns clássicos dos filmes de lobisomem, como Um Lobisomem Americano em Londres e Gritos de Horror. Fora isso, é apenas um produto descartável e absolutamente decepcionante. Uma pena, Craven.

Nota: 3.0

3 comentários:

  1. Eu no fundo concordo absolutamente contigo, o filme substancialmente não vale nada e os efeitos estão horrendos. É descartável e decepcionante como dizes. No entanto, deu-me algum gozo quando vi o filme à uns tempos com a minha irmã, posso mesmo dizer que viu-se bem. Reconheço totalmente as inúmeras e grandes falhas do filme, mas não me custou assim tanto ver.

    Sarah
    http://depoisdocinema.blogspot.com

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  2. Horrível! Craven em uma de suas piores fases!

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  3. Este foi o pior momento da carreira de Craven, sem dúvida. Na época em que assisti, ele era um dos meus diretores favoritos, e foi uma decepção tremenda quando assisti. E continua sendo!

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