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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Chicago (2002)


Rob Marchall estreia muito bem na direção com um musical que prometia. Felizmente, deu tudo certo.

Deu mais do que certo na verdade. Como discordar que "Chicago" é um dos melhores musicais desde os clássicos "Amor, Sublime Amor", "O Mágico de Oz", "Cantando na Chuva" e "A Noviça Rebelde"? Não há justificativas plausíveis que possam assegurar a idéia de que Chicago passou em vão pelos cinemas internacionais e não representou em nada ao mundo cinematográfico. O filme de Rob Marshall faz tudo o que um verdadeiro musical de qualidade precisa fazer para ter sucesso de crítica e de público. Tem músicas eletrizantes e contagiantes, excelentes interpretações, um bom roteirista, um diretor com carreira promissora e uma equipe técnica fabulosa. Essa mistura de perfeições resulta em um filme divertido, intrigante e surpreendente, comandado com um estilo de um principiante, com cara de experiente, Rob Marshall que entra para o mundo dos grandes diretores com muito crédito.

Junto com Marshall caminha o roteirista Bill Condon, que já comandou filmassos como "Deuses e Monstros", "Kinsey" e o mais recente "Dreamgirls". Com ampla categoria de um (também) roteirista novato, Condon escreve uma história curiosa, baseada na peça teatral de Maurine Dallas Watkins, construindo belos números musicais, com canções divertidas e embaladas por um som de primeira qualidade.

A dupla do diretor e roteirista, Marshall e Condon conseguem ainda outra façanha. As interpretações estão abusivas e maravilhosas, sendo impossível destacar somente uma atuação memorável. No núcleo talentoso de Chicago, a atriz Renée Zellweger vive Roxie Hart, uma dançarina metida a cantora, acusada de assassinar seu namorado. A vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, Catherine Zeta-Jones, interpreta Velma Kelly, uma cantora amargurada que também fora presa por matar seu marido. Ela, que um dia já fora famosa, é uma das estrelas mais famosas das prisões de Chicago. Seu advogado Billy Flynn (Richard Gere) é conhecido por nunca ter perdido um caso sequer. Aproveitador, ele procura transformar suas clientes em verdadeiras estrelas do showbizz, mesmo elas estando atrás das grades. Quando Roxie é presa, Billy assume o caso dela também e decide adiar o julgamentp de Velma para poder explorar o máximo que puder os casos das duas dançarinas. Obviamente, Velma não gosta nem um pouco, dando início a uma batalha entre as duas para disputarem o posto de maior celebridade de Chicago.


As suas atrizes principais e Gere são um dos grandes pontos fortes de Chicago, mas eles não estão sozinhos. O talento dos coadjuvantes é invejável, aqui as provas são John. C. Reilly, Queen Latifah, Lucy Liu entre outros. Em fase inspiradora, todo o elenco ganham pontos com a crítica e alguns, pelo menos a maioria, receberam indicações ao Oscar. Nada mais normal da Academia que indicar artistas que passam por ótima fase ao prêmio máximo do cinema mundial. E embora não esbossem excelentes interpretações, Relliy e Latifah são competentes ao interpretarem um marido traído e uma carcereira, respectivamente. Aproveitando do auge de sua carreira, Renée Zellweger dá vida ao seu melhor personagem, mesmo perdendo o Oscar para Nicole Kidman em "As Horas".

Em termos técnicos, Chicago não peca. Tanto nas músicas quanto nos figurinos e cenários, o filme é um desfile de luxo riquíssimo e muito bem detalhado. A edição competente de Martin Walsh com suas pegadas de câmeras maravilhosas e passagens bem idealizadas, ela saiu vencedora do Oscar.

Chicago é um dos melhores musicais dos últimos tempos, igualando-se aos clássicos. Rob Marshall revela ser um diretor de talento, prometendo algo ainda melhor para sua próxima produção. Por enquanto, ele ainda ouve os aplausos de todos que assistem ao seu primeiro longa. Agora, anos depois da estréia do filme nos cinemas, é preciso dizer. Chicago significou algo ainda maior do que o esperado para o mundo cinematográfico, e além de ser divertido e contagiante, o musical entrou definitivamente para a história.


Nota: 8.5




Um comentário:

  1. Bacana sua crítica. Só tenho um detalhe a debater: o filme arrecadou 170 milhoes nos EUA e 136 milhoes no resto do mundo. 306 milhoes não é pouco, é o segundo musical mais bem sucedido na história (contando mundialmente, talvez fique entre em terceiro...). Mas não dá pra dizer que passou em vão. E ganhou o Oscar, premio máximo que um filme poderia ganhar, não?

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