Encontre seu filme!

domingo, 1 de maio de 2011

Gattaca - A Experiência Genética (1997)


“No futuro, e se fosse possível gerar crianças geneticamente perfeitas, sem predisposições a doenças ou distúrbios psicológicos, com habilidades, as quais são além da capacidade humana atual. E se fosse possível gerar crianças que não teriam qualquer problema de saúde, seriam fortes e completamente saudáveis. E se fosse possível escolher o sexo e a opção sexual da sua criança antes mesmo de ela nascer. Se tudo isso fosse possível, isso chegaria a todas as pessoas? Como a sociedade iria se comportar? Será que a sociedade não seria dividida injustamente? Afinal, seria isso bom, ou ruim?”

São perguntas como essas que Gattaca - A Experiência Genética nos responde. A história se passa no futuro, onde a sociedade se divide em os que foram concebidos naturalmente, e os que foram manipulados geneticamente, e gira em torno de Vincent, um filho da fé (como os concebidos naturalmente são chamados no filme) que sonha em ser astronauta e viajar pelo espaço. Porém, ele foi concebido naturalmente e tem 99% de chance de ter problemas no coração (nesse futuro, o DNA das crianças é analisado logo após o nascimento) e isso o coloca na sub-raça dos inválidos, e ele sempre sofreu por isso. Tal raça sofre preconceito por ser inferior e o exemplo disso é que eles têm o direito aos empregos menos remunerados.

Ele consegue um emprego de faxineiro em Gattaca (uma espécie de agência que leva astronautas para o espaço - curiosamente, as letras que formam a palavra são as letras das bases nitrogenadas do DNA - G, T, C e A) onde seu sonho se torna mais forte. Para finalmente realizar o que sempre sonhou, Vincent resolve assumir a identidade de um ex-atleta paraplégico manipulado geneticamente (da super-raça dos válidos), Jerome Morrow. Eles preparam tudo certo, afinal, Vincent precisaria de amostras de sangue, urina, fios de cabelo, freqüentemente, e essa nova identidade é o seu passaporte para Gattaca. Porém, quando Vincent está prestes a tornar seu sonho realidade, finalmente poder voar e ir para o espaço, ocorre um assassinato em Gattaca, e sua verdadeira identidade é o principal suspeito, graças a um cilho seu perdido.

É interessante notar que a sociedade criada no filme é dividida pelo conceito de eugenia genética: quem tem os melhores genes (os válidos) são da elite, enquanto que quem foi gerado pela sorte (os inválidos) são das camadas mais baixas da sociedade. E a questão financeira, claro, ajuda nessa divisão injusta, pois o preço de escolher e usar os melhores genes são altos (vide o preço do tratamento de fertilização in vitro atualmente).

Que fique bem claro, Gattaca é um filme com praticamente tudo no lugar. O roteiro, tanto na parte científica quanto na parte da história em si foi cuidadosamente preparado. E ainda por cima uma mensagem muito inspiradora nos é mostrada, de que devemos correr atrás de tudo o que sonhamos, não importam os obstáculos, mesmo que estes sejam os mais avançados possíveis, que sejam difíceis de transpor, e de que devemos ser comandados pela vontade e não o contrário.

No filme, mesmo as pessoas mais saudáveis, os válidos, carregariam um fardo de serem pressionados pela perfeição. Nessa sociedade, recorrer à troca de identidade seria algo comum. As pessoas sem condições financeiras favoráveis não teriam condições à manipulação genética e sofreriam com o preconceito de pertencerem à sub-raça dos inválidos. Pessoas como eu, você, ou seus pais, irmãos ou qualquer outra seríamos os inválidos na sociedade de Gattaca.

Gattaca - A Experiência Genética foi considerado o filme de ficção científica mais plausível pela NASA. De fato, com o projeto Genoma Humano, que mapeou e localizou todos os genes dos seres humanos, já é possível, em pequena escala, escolher alguns genes para conceber uma criança, a partir da técnica de fertilização in vitro. E o que acontece no filme poderá ser possível num futuro não tão distante assim.

Lançado em 1997, Gattaca tem uma fotografia meio azulada e bastante limpa que inspira futurismo, boas atuações, e foi muito bem feito, mas me deixou um tanto pessimista em relação ao futuro, pois eu não gostaria de viver em uma época onde o que se aproveita dos seres humanos é apenas a genética, e por isso o resultado, para mim, não foi tão positivo quanto poderia ser.

“Se a manipulação genética já fosse possível, pessoas com qualquer tipo de doença ou distúrbios, até mesmo os mais fáceis de corrigir, não teriam nascido. Pessoas como Einstein, ou John Kennedy não teriam nascido. Outro nascimento que não teria sido realizado seria o seu próprio.” - Final Alternativo de Gattaca - A Experiência Genética.

Nota: 6.0

2 comentários:

  1. Excelente análise, é que disseste mesmo tudo. Concordo absolutamente contigo. Eu penso que a premissa é muito interessante e em parte é bem concretizada, mas sinceramente fica aquém das expectativas, e é inevitável pensar que não concretizou as suas verdadeiras potencialidades. Mas adoro Ethan Hawke e Jude Law no filme, muito bons.

    Sarah
    http://depoisdocinema.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Acho esse filme fantástico!

    http://filme-do-dia.blogspot.com/

    ResponderExcluir