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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Transformers:o Lado Oculto da Lua - 3D (2011)

Capricha na pose, Optimus!


É preciso muito talento para se fazer um filme ruim. Digo, verdadeiramente ruim, daqueles que estragam o seu dia. Mas só um gênio poderia fazer um filme como “Transformers: a Vingança dos Derrotados”, que misturava um roteiro psicodélico, personagens insuportáveis e até mesmo escroto de robô (é sério) em uma odisséia de ruindade. Apesar de ter milagrosamente sido um sucesso estrondoso de bilheteria (a humanidade está perdida...), não escapou de ser escorraçado por críticos como o pior filme de 2009. As horas que eu gastei na sessão de semelhante filme foram tão sofridas que eu, de fato, evitei blockbusters por um bom tempo.

Quando eu entrei para a sessão de “O Lado Oculto da Lua”, portanto, eu o fiz com passos de um condenado no corredor da morte. Jurava, com base no seu antecessor execrável, que vivenciaria mais uma dolorosa experiência cinematográfica. Bom, aí está a maravilha em não se criar nenhuma expectativa para um filme: quando você não espera nada, agrada-se muito mais facilmente. Este terceiro, e aparentemente último, capítulo da trilogia “Transformers” consegue, como desejavam seus produtores, ser o melhor da série: a história é (finalmente) coerente, os personagens estão mais suportáveis e as bizarrices do roteiro ficam de fora (bom, nem tanto, mas já é uma evolução). Eu não recomendaria “O Lado Oculto da Lua” como um bom exemplar de filme, mas indicaria facilmente para aqueles que querem um passatempo momentâneo e esquecível.

"Vamos dominar o mundo... pra variar."

Desta vez, a luta entre os Autobots e Decepticons (os nomes aqui são de uma criatividade lamentável) se intensifica quando um mecanismo poderoso é redescoberto nO Lado Oculto da Lua e que pode definir de vez a batalha titânica entre os dois grupos. Reviravoltas vão e vêm e a luta assume contornos mais sinistros, com a tomada do planeta Terra pelos Decepticons (bom, só foi a cidade de Chicago, mas já dar para ter uma idéia da coisa...) e um embate épico (nem tanto) entre Optimus Prime e seu mentor Sentinel Prime (como já disse, ignorem os nomes).

Michael Bay talvez seja o falastrão mais bem sucedido de Hollywood. Com um currículo de bilheterias que são inversamente proporcionais à qualidade de seus filmes e uma parceria mais do que desejável com o todo-poderoso Steven Spielberg, Bay não tem vergonha da ruindade de suas produções e sempre fez questão de afirmar ao mundo que este era seu estilo de fazer cinema, ponto final. Hollywood agüenta, é claro: enquanto o cara ganhar dinheiro, está tudo bem. Mas mesmo um ego tão inflexível quanto o de Bay saiu severamente arranhado depois da sua “obra-prima”, “A Vingança dos Derrotados”, um filme tão ruim que mesmo ele foi forçado a se desculpar publicamente aos cinéfilos. “O Lado Oculto da Lua” era, portanto, uma forma do diretor desfazer a sujeira que deixara graças ao antecessor, e não foi nenhum segredo que a equipe do filme estava dando o melhor de si para torná-lo o melhor da série... ou, no caso, o menos pior.

Shia LaBeouf e Rosie Hun... Hungtin... ah, esquece o nome e viaja nas curvas...


Para isso, a reestruturação foi brutal: saíram inúmeros personagens e entravam muitos outros. Megan Fox, a belíssima morena que enlouquecera os homens com suas curvas estonteantes e seus lábios carnudos, foi cortada sem perdão: afinal, nem mesmo a mais bela das mulheres consegue sobreviver à ira de toda uma equipe de gravações. Depois de destratar praticamente todo mundo com quem trabalhava e até chamar o diretor de Hitler, o próprio Spielberg assumiu a pose de Roberto Justos e proferiu seu ultimato: “Você está... demitida!”. Mas, homens de plantão, não se preocupem: no lugar da morena entrou a igualmente estonteante Rosie Huntington-Whiteley, cuja única coisa feia é o nome. Huntington, não nego, faz bem a sua parte e consegue ser um pouco mais do que um belo rosto (e um belo busto, uma bela cintura, belas pernas... aaaaaf...). Pelo menos ela aparenta ser muito mais gente boa do que sua antecessora boca-suja.

A história deste “Transformers” está, finalmente, compreensível! O roteiro está com um acabamento muito melhor que os anteriores, e o desenvolvimento está mais fluido e menos afetado pelas reviravoltas malucas dos outros filmes. Maaaaaas... só porque não fede, não quer dizer que cheira a rosas: o roteiro pode estar melhor, mas está longe de ser algo que se leve a sério. Honestamente, ninguém vai a uma sessão de “Transformers” para ter um entretenimento intelectualmente recompensador. É o tipo de filme que a gente desliga o cérebro para poder assistir: a história pode estar mais coerente, mas continua a mesma maluquice dos blockbusters hollywoodianos: um diálogo aqui, um diálogo acolá e tiros e mais tiros e explosões descontroladas! A ação, de fato, ultrapassa limites: ok, gostamos de uma boa cena de ação, com carros voando e coisa e tal, mas aqui eles exageraram! O filme é, basicamente, 15% de diálogos e 85% de coisas explodindo freneticamente, o que resulta em uma monotonia esmagadora. Isso mesmo: é tanta ação que o filme fica chato!

Corre, miséria!


Outra coisa sem sentido é a duração excessiva de duas horas e quarenta minutos! Ninguém agüenta ficar tanto tempo contemplando somente cenas de ação, uma atrás da outra! O filme pode estar mais enxuto, mas nem por isso está simples: os personagens são tantos que é inevitável que uns sejam esquecidos vez por outra e que outros tantos fiquem sem um destino definido ao final do filme. Isso sem falar dos personagens totalmente inúteis que conseguiram, infelizmente, sobreviver à sanha de cortes na produção: os pais de Sam, por exemplo, são o tipo de personagem mais descartável que existe!

As atuações estão todas na média e os aspectos técnicos são irrepreensíveis. Quanto à trilha sonora, devo comentar, nunca gostei do estilo afetado e exagerado de Steev Jablonsky, e aqui ele não faz nada de diferente, compondo músicas carregadas de água-com-açúcar. Bay, um diretor extremamente pedante, usa e abusa de maneirismos irritantes: cortes violentos, câmera lenta sensacionalista, closes dramáticos e clichês tão açucarados que perigam matar os espectadores com diabetes.

Bumblebee, em um momento dramático.


E, para concluir, vamos ao 3D: quem, depois de umas poucas experiências com a tecnologia, continua disposto a pagar por algo tão inútil?! Depois do choque inicial, daquele “oooh” pelos objetos saltando da tela, tudo se normaliza. Sério, não há diferença nenhuma entre o 3D e o 2D! A única sensação que permanece é a raiva por jogar dinheiro no lixo e, a depender do espectador, tontura e coceira nos olhos. Apesar de ser alardeado como o “filme que melhor usa o 3D depois de ‘Avatar’”, este “Transformers” não possui absolutamente nada de especial quanto à tecnologia. Nada! Tudo que acontece de emocionante nas cenas de ação pode ser igualmente apreciado sem os óculos.

No final, “O Lado Oculto da Lua” é um filme bom? Assim, assim... ele transita na tênue linha entre o “ok” e o “chato”. No fundo, é uma experiência neutra, tendendo para o positivo. Não recomendo a ninguém, mas também não aconselharei alguém a passar longe dele. Se você não tiver nada mais interessante para fazer e quiser realmente ver alguma coisa no cinema, então “O Lado Oculto da Lua” talvez seja uma boa opção. Você vai esquecê-lo imediatamente no fim da sessão, mas pelo menos terá ocupado seu tempo com alguma coisa mais ou menos divertida.

Eu poderia ficar olhando para esta boquinha linda o dia todo...

NOTA: 6,0

7 comentários:

  1. Assisto ou não? assisto ou não? assisto ou não? assisto ou não? .... NÃO!

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  2. Kkkk. Quando leio qualquer coisa sobre Transformers, me lembro de um critico dizendo que esse tipo de filme parece que vem um selo "anti-critica", ja que ele ta tao distanciado de qualquer tentativa de se levar a serio que naum tem como o critico avaliar, kkkkk. Michael Bay eh esperto, kkkk.

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  3. Depois daquele 2º filme horrível, qualquer coisa pode ser melhor. Apesar de não ser fã da série, não deixarei de conferir este no cinema.

    http://filme-do-dia.blogspot.com/

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  4. Se você cumprir estes requerimentos, você pode assitir:

    1. Não ter mais NADA pra fazer;
    2. Quiser realmente ver um filme;
    3. Não tiver mais NADA interessante no cinema;
    4. Gostar de cenas de ação infinitas;
    5. Não se importar com histórias sem sentido.

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  5. Vou me juntar ao coro e dizer que não curto Transformers. A história não me cativa nem um pouco (a não ser algumas partes do primeiro filme).

    Esse 3º eu passo. =S

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  6. Acrescento dois pontos à escala de Diogo, kkk:

    6. Estiver com dinheiro sobrando mesmo.
    7. Não estar com vontade de ver nenhum filme repetido em casa.

    Abs

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  7. Ahh eu quero ver!!! (vergonha)

    To afim de assitir umas porcarias divertidas no cinema rsrs

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