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A Pixar dispensa apresentações. Sua quase absoluta onipresença no Oscar de animação, suas bilheterias incríveis e sua qualidade insuperável a fizeram a mais bem-sucedida empresa de animação do séc. XXI e uma das melhores de toda a história (pareando duro com a própria Disney, sua "dona"). Entre as tradições seculares de suas produções estão os curtas no início de cada filme. Nesse gênero pode-se dizer que a Pixar é menos favorecida: embora sejam todos curtas excelentes, poucos são verdadeiros clássicos. Afinal, é muito "fácil" construir e desenvolver uma idéia genial em duas horas, mas como desenvolver um roteiro maduro em apenas cinco, dez, ou quinze minutos. Macbeth não pode ser resumido em um ato e a Capela Sistina não pode ser miniaturizada em um azulejo! Assim continua o esquema em 2010, com o ótimo Dias & Noite, que antecede o também ótimo porém não excepcional Toy Story 3. Um curta com técnica curiosa, abordagem cômica e mensagem sublime que, embora reúna muitas qualidades, não consegue muita coisa além e fica abaixo da classificação de "clássico".
Dia & Noite relata o encontro dos dois seres antagônicos do título, animados com uma técnica muito peculiar: enquanto os personagens em si são em 2D, seus "interiores" revelam mundos em 3D, que agem de acordos com suas ações. O encontro, que de início se revela arisco e antipático, acaba evoluindo para uma amizade à medida que ambos descobrem as maravilhas que as diferenças do outro podem proporcionar.
A mensagem (respeite as diferenças) é para lá de comum, mas a abordagem singular (apoiada na animação inovadora) dão um novo vigor a este tema. Ainda assim, é um tema por demais batido; já não agüentamos mais ouvir o mesmo discurso, por mais bonito que ele nos possa ser mostrado. É o mesmo nível dos temas ecológicos: nós já sabemos que a coisa está feia e que devemos cuidar da natureza. Então dá para parar de repetir a mesma ladainha?
A mensagem (respeite as diferenças) é para lá de comum, mas a abordagem singular (apoiada na animação inovadora) dão um novo vigor a este tema. Ainda assim, é um tema por demais batido; já não agüentamos mais ouvir o mesmo discurso, por mais bonito que ele nos possa ser mostrado. É o mesmo nível dos temas ecológicos: nós já sabemos que a coisa está feia e que devemos cuidar da natureza. Então dá para parar de repetir a mesma ladainha?
Bastidores da produção
A animação é um ponto muito a favor, realmente muito diferente de qualquer coisa que tenhamos visto neste ano. A interação curiosa entre os planos 2D e 3D é fascinante, principalmente no primeiro minuto do curta. A condução da história é perfeita, com a ressalva de sua lição de moral no final: ao sermos apresentados à narração do rádio, há um misto de sentimentos: graça, por vermos como o tema foi tratado de maneira tão diferente, e ao mesmo tempo decepção, por percebermos que é um tema já muito velho.
Dia & Noite é uma produção graciosa e sentimental e com toda certeza estará figurando entre os indicados ao Oscar de melhor curta. Se merece ganhar ou não, isso deve ser deixado ao gosto da Academia. Uma coisa, porém, é certa: apesar da grandeza de sua história, é um curta que se situa na média das ótimas produções deste ano, sem se destacar de maneira grandiosa. É um curta para ser apreciado, não para ser reverenciado. Mas é um curta que toca o coração de qualquer um e, no fundo, é isso que importa.
NOTA: 7,0
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