[Baseado em fatos reais, “A Onda” mostra o quanto muitas pessoas são suscetíveis e não conseguem viver sem um líder]
Na década de 1960, na Califórnia, um professor faz um experimento em sala de aula, no qual ele cria um movimento com seus alunos para mostrar como funcionou o fascismo, o nazismo e outros regimes autoritários e como seus líderes agiram. Ele cria, dentro de uma sala com alguns alunos, uma ditadura completa. Os alunos aderiram o movimento que acaba crescendo e saindo do controle, resultando em um acidente e na demissão do professor.
Essa premissa rendeu dois filmes, um média-metragem americano em 1981 (The Wave) e um longa alemão em 2008 (Die Welle). O mais recente foi dirigido por Dennis Gansel e adaptado para se passar na Alemanha nos dias atuais. Em tal filme o professor Rainer Wenger tem que ensinar política (mais precisamente, autocracia) para seus alunos, e propõe criar um movimento com eles que, em uma semana, explique na prática como se dão os regimes autocráticos.
O movimento chamado de “A Onda” é aderido pelos alunos de Rainer e começa a crescer: ganha um líder (o próprio professor), uniforme, saudação e muitos outros membros, saindo, inclusive, da sala de aula. O movimento chega a ficar tão sério que muitos se seus membros mais radicais ameaçam e tem um preconceito com as pessoas que não são dele. Resumindo, “A Onda” sai completamente do controle, causando inúmeras consequências.
A grande adesão e aceitação de “A Onda” pelos alunos de Rainer e por outros jovens, mostra o quanto as pessoas, principalmente as mais novas que estão cada vez mais desunidas e indisciplinadas, são suscetíveis aos movimentos e ao surgimento de líderes autoritários que tenham uma boa argumentação. Não posso negar que durante o filme, eu mesmo tive vontade de participar do movimento.
Ora, o professor sabia falar, e, portanto conseguiu que a aprovação do movimento fosse quase de 100% das pessoas, inclusive da diretora do colégio. Os seus métodos fizeram que os alunos se tornassem mais concentrados, obstinados e disciplinados. E, claro, como líder ele conseguiu que os alunos fizessem o que ele dizia: se dirigiam a ele, todo o tempo em sala de aula como “Senhor Wenger”, pediam permissão para falar, escolheram um uniforme (a camisa branca), um nome (Die Welle em alemão e A Onda em português), um símbolo (uma onda), uma saudação, entre outras coisas, que também estavam presentes no nazismo de Hitler.
A adaptação da história para se passar na Alemanha nos dias atuais foi uma grande sacada. Grande parte porque a Alemanha foi o país que mais teve presente o próprio nazismo. E também para mostrar que mesmo vivendo em tal país, os jovens alemães não aprenderam com o passado da sua nação e pouco perceberam o que estava acontecendo, assim como aconteceu com a população alemã no século passado.
No geral, a imagem que fica é de um bom filme com algumas falhas, sim, mas que consegue muito bem mostrar para o que veio e ficar na cabeça por um bom tempo.
Nota: 9,5
A história é um grande estudo comportamental de como as pessoas são influenciáveis.
ResponderExcluirA versão alemã é melhor em todos os sentidos, o único detalhe é que ao parece o final verdadeiro foi modificado, sendo idêntico ao que foi filmado na versão americana para tv.
Abraço
adorei a critica e concordo que o mau desenvolvimento de alguns personagens é um ponto fraco, apesar de relativamente justificavel pela proposta, na minha opinião.
ResponderExcluirGrande filme!
Grande filme. Aborda uma temática complicada com um bom desenvolvimento de roteiro e cenas bem dirigidas.
ResponderExcluirExcelente filme. Bem construído, filmado, atuado, roteirizado. Seu post fala muito bem de tudo que o longa deseja passar ainda. Abraços.
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