Como já explica o trecho da canção que citei acima, do grande Renato Russo, o coração tem razões que até a razão desconhece. Em Simplesmente Amor nos deparamos exatamente com várias histórias de amor, todas com algo de irracional e inexplicavelmente romântico. Delicioso e criativo, esse filme conseguiu inovar num gênero que permite pouco espaço para mudanças.
Seria muito demorado explicar cada história romântica mostrada na obra, por isso me limito a dizer que todas são de grande ternura. Talvez a quantidade absurda de personagens importantes e núcleos diversos confunda um pouco o espectador no início, mas tudo se resolve depois de um tempo. O mais importante notar é as diversas formas de amor mostradas, desde as mais caretas até as mais inusitadas. Podemos checar o amor entre colegas de trabalho, o amor extraconjugal, o amor desconhecido, o primeiro amor, o último amor, o amor platônico, o amor desejado, o amor indesejado... enfim, o amor.
Em apenas um filme o diretor Richard Curtis incluiu a maioria das histórias de amor mostradas constantemente nos filmes do gênero. O plano de fundo usado foi uma Londres na época de Natal, onde tudo pode acontecer a diversas pessoas. Por se tratar de uma cidade tão grande, não espere ver todos os núcleos unidos em algum momento da história. No final talvez a maioria se encontre em um evento escolar, mas não todos.
Independente das histórias, o filme é agradável por inteiro. O ritmo é bem rápido e engraçado, com o objetivo de mostrar o amor na atualidade (afinal, o título original seria mais ou menos O Amor Atualmente). O título brasileiro para o filme, por incrível que pareça, acaba sendo mais condizente com o filme do que o próprio título original, e isso é algo praticamente impossível de acontecer.
Talvez a parte técnica não seja um primor, mas isso não faz tanta diferença num filme tão acelerado. De qualquer forma, a fotografia é bem feita, mostrando toda a beleza da cidade mais importante da Inglaterra na época do feriado mais importante do ocidente.
Há outros trabalhos parecidos com esse, em que é usada a fórmula de várias histórias acontecendo ao mesmo tempo. Há alguns bem sucedidos, como “Magnólia” (Magnólia, 1999) e o recente e divertido “Ele Não Está Tão Afim de Você” (He's Just Not That Into You, 2009). Outros não foram tão bem sucedidos, como “Idas e Vindas do Amor” (Valentine's Day, 2010). Seja como for, quando assistimos um filme com várias histórias paralelas, devemos nos atentar ao roteiro, que é o grande responsável em tornar a história agradável ou confusa. Em Simplesmente Amor, o roteiro é bem escrito e não se perde durante sua duração, e isso é o mais importante.
Assim como as inúmeras histórias de Simplesmente Amor, há inúmeras razões para assisti-lo. Bem leve e descompromissado, com certeza é um bom pedido para quem procura uma comédia romântica diferente do comum. Mostrando de forma sincera e divertida todos os perrengues daqueles que já se apaixonaram, esse filme com certeza vai tocar em algum ponto de nossa memória amorosa. Sendo assim, é uma obra com a qual cada um se identificará de uma forma diferente, mas sempre agradável.
Nota: 8.0
Eu achei bem superficial, com histórias mediocres até, mas é gostoso de assisti pelo tamanho otimismo sobre o amor, nos incentivando a acreditar nele..
ResponderExcluirTem uma frase muito boa no final do filme:
"Se procurar, creio que descobrirá, que simplesmente o amor está em toda parte. Nem sempre notamos mas ele está sempre presente."