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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Simplesmente Amor (2003)


Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração. E quem irá dizer que não existe razão...." - Renato Russo, música: Eduardo e Mônica.

Como já explica o trecho da canção que citei acima, do grande Renato Russo, o coração tem razões que até a razão desconhece. Em Simplesmente Amor nos deparamos exatamente com várias histórias de amor, todas com algo de irracional e inexplicavelmente romântico. Delicioso e criativo, esse filme conseguiu inovar num gênero que permite pouco espaço para mudanças.

Seria muito demorado explicar cada história romântica mostrada na obra, por isso me limito a dizer que todas são de grande ternura. Talvez a quantidade absurda de personagens importantes e núcleos diversos confunda um pouco o espectador no início, mas tudo se resolve depois de um tempo. O mais importante notar é as diversas formas de amor mostradas, desde as mais caretas até as mais inusitadas. Podemos checar o amor entre colegas de trabalho, o amor extraconjugal, o amor desconhecido, o primeiro amor, o último amor, o amor platônico, o amor desejado, o amor indesejado... enfim, o amor.

Em apenas um filme o diretor Richard Curtis incluiu a maioria das histórias de amor mostradas constantemente nos filmes do gênero. O plano de fundo usado foi uma Londres na época de Natal, onde tudo pode acontecer a diversas pessoas. Por se tratar de uma cidade tão grande, não espere ver todos os núcleos unidos em algum momento da história. No final talvez a maioria se encontre em um evento escolar, mas não todos.


Os destaques desta história vão para alguns poucos núcleos. Talvez a mais inovadora seja a paquera entre um casal de atores de filmes pornográficos, que fazem de tudo e mais um pouco em cena, mas que por trás das câmeras se mostram tímidos e encabulados, evidenciando todo o comportamento patético e adorável das pessoas apaixonadas. A história de amor platônico de um menininho por uma colega de escola também é cheio de carisma e ternura. Nas partes mais puxadas para a comédia conhecemos a história de um senador apaixonado por sua funcionária de campanha, além da divertida história de amizade entre um famoso e em fim de carreira ídolo do rock e seu empresário fiel. Há também núcleos dramáticos, como a história de uma mãe de dois filhos que descobre estar sendo traída pelo marido, e a de um homem que se apaixona pela esposa de seu melhor amigo.

Independente das histórias, o filme é agradável por inteiro. O ritmo é bem rápido e engraçado, com o objetivo de mostrar o amor na atualidade (afinal, o título original seria mais ou menos O Amor Atualmente). O título brasileiro para o filme, por incrível que pareça, acaba sendo mais condizente com o filme do que o próprio título original, e isso é algo praticamente impossível de acontecer.

Talvez a parte técnica não seja um primor, mas isso não faz tanta diferença num filme tão acelerado. De qualquer forma, a fotografia é bem feita, mostrando toda a beleza da cidade mais importante da Inglaterra na época do feriado mais importante do ocidente.


O elenco mais do que estelar, com nomes como Hugh Grant, Emma Thompson, Keira Knightley, Colin Firth e Billy Bob Thorton só serve como motivo adicional para se assistir ao filme, onde também é possível conferir a presença do querido Rowan Atkinson e do brasileiro Rodrigo Santoro.

Há outros trabalhos parecidos com esse, em que é usada a fórmula de várias histórias acontecendo ao mesmo tempo. Há alguns bem sucedidos, como “Magnólia” (Magnólia, 1999) e o recente e divertido “Ele Não Está Tão Afim de Você” (He's Just Not That Into You, 2009). Outros não foram tão bem sucedidos, como “Idas e Vindas do Amor” (Valentine's Day, 2010). Seja como for, quando assistimos um filme com várias histórias paralelas, devemos nos atentar ao roteiro, que é o grande responsável em tornar a história agradável ou confusa. Em Simplesmente Amor, o roteiro é bem escrito e não se perde durante sua duração, e isso é o mais importante.

Assim como as inúmeras histórias de Simplesmente Amor, há inúmeras razões para assisti-lo. Bem leve e descompromissado, com certeza é um bom pedido para quem procura uma comédia romântica diferente do comum. Mostrando de forma sincera e divertida todos os perrengues daqueles que já se apaixonaram, esse filme com certeza vai tocar em algum ponto de nossa memória amorosa. Sendo assim, é uma obra com a qual cada um se identificará de uma forma diferente, mas sempre agradável.

Nota: 8.0



Um comentário:

  1. Eu achei bem superficial, com histórias mediocres até, mas é gostoso de assisti pelo tamanho otimismo sobre o amor, nos incentivando a acreditar nele..

    Tem uma frase muito boa no final do filme:
    "Se procurar, creio que descobrirá, que simplesmente o amor está em toda parte. Nem sempre notamos mas ele está sempre presente."

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