Não que Harry Potter e a Pedra Filosofal fosse um primor de adaptação, mas conseguiu pelo menos fazer a série começar com um bom ritmo, assumindo fãs infantis pelo mundo todo e sendo razoavelmente fiel ao primeiro livro. Embora esta continuação, baseada no segundo, "A Câmara Secreta" seja muito mais bem feita tecnicamente, a adaptação é mais superficial e lenta do que o esperado e o aceitável para a obra original. Felizmente, não é um desastre total, serve como uma ótima diversão para os fãs (ou seja, quem não é fã, passe longe). A história é basicamente a mesma do primeiro, Harry Potter (Daniel Redcliffe), depois de voltar para a Rua dos Alfineiros após um conturbado primeiro ano letivo na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts se vê em uma situação complicada. Um elfo doméstico, denominado Dobby aparece em sua residência para dizer que Potter não pode voltar à Escola, pois correria perigo de vida. Esse primeiro ato é ótimo, assim como em todos os filmes da série, a primeira parte supera as expectativas, para depois o roteiro cair de rendimento. Mesmo ciente do perigo e após diversas proibições dos tios, Harry é resgatado por seu amigo Rony Weasley (Rupert Grint) e seus irmãos em um fantástico carro azul voador.Eles se dirigem À'Toca, casa dos Weasly. Em um cenário brilhante, criativo e muito bem trabalhado pelo sempre competente diretor de arte Stuart Craig. A partir daí, a melhor cena do filme, na qual Harry e Rony são obrigados a viajarem de uma forma diferente até Hogwarts, o filme caminha da melhor maneira possível. Pena que depois as coisas desandem dos trilhos.
Durante todo o filme é possível notar o quão a série melhorou no ponto de vista técnico. Desde a direção de arte até os evoluídos efeitos visuais, a arte da saga não é mais a mesma. O único pesar deste departamente talvez seja justamente a trilha sonora. O ótimo compositor e vencedor de vários Oscars John Williams foi extremamente infeliz ao resgatar a criativa trilha de "A Pedra Filosofal" e colocá-la praticamente inteira nesta continuação, fazendo pequenas reformas no arranjo musical de cada uma. Será que um pouco do seu dom criativo para esse filme seria pedir demais? Eu imagino que não.
É interessante, e nada bom, que toda a história que a escritora da série, a inglesa J.K. Rowling criou parece algo brilhante e magnífico quando lido nas páginas dos livros. Ou é a severa incompetência de um roteirista, ou é justamente a dificuldade de adaptar uma história tão detalhada como são todos os livros de 'Harry Potter' ao cinema. Talvez sejam os dois os principais motivos pelos quais o roteiro foi tão bem no início, mas extremamente piegas ao seu final. Chris Columbus, diretor deste e do primeiro também, não conseguiu repetir o feito da "Pedra Filosofal" e o pouco da magia dos livros que encontrávamos no primeiro episódio, se acha agora.
161 minutos de duração é um tempo extremamente longo para uma adaptação de um livro com pouco mais de duzentas páginas. Tudo bem que tem muitos detalhes novos, mas destas quase três horas, alguns preciosos minutos poderiam ter sido cortados da edição final, em cenas extremamente descartáveis. Falando em cenas, é bom lembrar de algumas que fizeram esse filme valer a pena. A cena da Poção Polissuco por exemplo é excelente e muito interessante de se ver.
Harry Potter e a Câmara Secreta não é nada mais, nada menos do que um filme regular da série. Este sendo o pior, enfrenta problemas na adaptação e também na direção de Columbus. Apesar disso, o filme pode ser divertido para os fãs, e sem dúvida que, se esse filme não existisse, o nível técnico das continuação jamais seriam como são hoje. Não tão bom quanto o primeiro, pode acabar sendo uma boa distração, que vai lhe custar duas horas e quarenta e um minutos do seu dia.
Nota: 4.0
É o que menos gosto tb, mas nao sei dizer se a culpa e totalmente do filme, afinal, tb e o livro que menos gosto, rs.
ResponderExcluirDo ponto de vista tecnico, de fato ha uma evolucao, porem tb achei extenso demais =/
Abs!