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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Harry Potter e o Enigma do Principe (2009)


"Harry Potter e o Enigma do Príncipe", mais novo filme do bruxinho mais famoso da história da literatura e do Cinema chega causando verdadeiro alvoroço entre fãs de longa e breve data. Trata-se de uma produção deslumbrante para aqueles que já trazem certa simpatia pelo personagem - o longa mais poderoso de Potter até aqui, e porque não o menos ruim -, que enfim em sua quinta sequência consegue adquirir o tom que vem buscando à tempos e imprimir sua tão falada "magia". No entanto, tais modificações só podem ser percebidas, sob meu ponto de vista, por aqueles que já são fãs do personagem criado por J.K. Rowling. Aos demais, o filme de Yates continua sendo um exercício de boa vontade (são longos 153 minutos preenchidos quase que na sua metade por relações adolescentes triviais).

Estamos no sexto ano de Harry Potter na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, e os efeitos do ressurgimento de Voldemort no mundo bruxo começam a emfim gerar certas consequências no mundo trouxa: numa sequência inicial, vemos o ataque dos comensais da morte destruindo uma ponte em Londres. Em tal momento, percebo um dos primeiros erros de falta de atenção e/ou competência de Yates, ao retirar todos cidadãos que se encontravam na passarela na hora da destruição (claro, muito mais fácil destruir a construção livre de pessoas para atrapalhar). Também outra situação estranha, e que já vem de seus antecessores é que os Comensais possuem o curioso poder de voar, coisa que no original de Rowling somente o Lorde das Trevas era capaz - maneirismo de lado, esse pode ser encaixado como uma artifície de Yates e Kloves em tornar a ação mais atrativa cinematograficamente não só para não iniciados como para fãs xiitas da série toda.

Adiante, é perceptível diversas mudanças no andar dos acontecimentos, alguns grandes, outros nem tanto. David Yates e Steve Kloves não tocam no roteiro ao seu bel-prazer, mas sim reformulam e aprimoram o desenrolar para torná-lo menos chato e mais dinâmico (algo que ainda falta muito, culpa do maçante material original advindo dos livros que limitam tudo às paredes da mal descrita escola), um bom trabalho em minha opinião, que não só adiciona em muito o arrojamento da produção como também dá uma outra enorme carga de tensão em partes criadas como o ataque de Belatriz e Greyback à Toca (numa incrível cena, Belatriz sai cantarolando è plenos pulmões que matara Sirius atordoando ainda mais Harry). Não só louvores faço aos dois roteiristas, "O Enigma do Príncipe" peca por pegar pesado demais nas desequilibradas cenas de romancezinhos vazios, ao qual o diretor tenta a todo momento mostrar os hormônios dos personagens e a mudança em suas personalidades.


As atuações dos infantis Daniel Radcliff, Rupert Grint e Emma Watson enfim melhoram; ao menos a dupla de amigos perde suas caricatas facetas, já a intérprete de Hermione continua sendo apenas um rostinho bonito com baixo poderio dramático, quase risível eu diria (veja a cena em que ela chora por Rony e Lilá). Dumbledore acha seu tom e, no capítulo de sua morte alcança o domínio de seu personagem (questionado por muitos desde o terceiro); Jim Broadbent é surpresa, na pele do inseguro Slughorn; Alan Rickman segue com muita propriedade sobre seu trabalho (continua sendo uma das poucas coisas realmente ótimas) e Bonham Carter... bem, sigo com a tese que ela faz o mesmo papel de Clube da Luta, Sweeney Todd...

Mas o que chama a atenção mesmo é o visual. "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" já inicia com uma belíssima cena em que a câmera viaja lateralmente por Alvo Dumbledore e dar uma amostra de uma das Horcruxes, algo surpreendente para eu que francamente esperava um filme menos ousado. Ousa pouco, é bem verdade, mas o bastante para trocar a aborrecedora trilha sonora babaca que repetia desde o primeiro - as músicas muito bem orquestradas dão um tom mais épico ao filme, um ótimo trabalho. O clima atinge seu ápice: Yates finalmente alia a boa produção dos dois primeiros com o clima sombrio dos 3 seguidos, com uma fotografia impecável em tons verde-escuros e ensolarados. O figurino é de ponta; a direção muito segura e os efeitos visuais evoluíram um bocado.

Para finalmente terminar: o sexto filme do bruxo de óculos de nerd é uma produção pra fã nenhum colocar defeito, entretanto faço elogios ao trabalho dos envolvidos na adaptação e ao filme por si; sigo gostando deste campeão de vendas e que tornara uma medíocre escritora milionária, mas sigo entendendo o quão bobo é a matéria prima deste filme, que para quem nunca se interessou por "Harry Potter" não fará se interessar aqui.

Nota: 6.0


2 comentários:

  1. É que esta crítica foi originalmente publicada em outro site, na época de lançamento do filme. Apenas agora é que ela chegou aqui no nosso blog ;)

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