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domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Núcleo - Missão ao Centro da Terra (2002)



Lá pelos idos de 1950 à 1960, o gênero da ficção-cientifica estava em alta, e as plateias entregavam-se a diversão de inúmeras produções ‘B’ que, hoje em dia, são consideradas clássicos do gênero, como O Dia em que a Terra Parou (que ganhou uma péssima refilmagem estrelada pelo igualmente péssimo Keanu Reeves) e Guerra dos Mundos (que também ganhou uma refilmagem pelas mãos de Steven Spielberg, mas com um resultado muito superior). E apesar de ter sido lançado no começo dos anos 2000, O Núcleo – Missão ao Centro da Terra poderia ser facilmente comparado a uma realização da época, não somente pelo desleixo técnico, mas também por sua cara assumidamente trash e, acima de tudo, sua capacidade de rir e debochar-se de si mesmo.

A primeira metade de O Núcleo é dedicada a apresentação e desenvolvimento (!) dos personagens, e só por este lado já podemos perceber como a produção pouco se leva a sério: os personagens não passam de um grande desfile de clichês e estereótipos, sendo que poucos (ou nenhum) possuem algum arco dramático interessante, restando ao roteiro de John Rogers e Cooper Layne trabalhar os diversos conflitos emocionais enfrentados pelos personagens. Mas o abuso de obviedades, infelizmente, atrapalha a experiência, já que cada diálogo e cada confronto entre as figuras na tela se mostram absolutamente previsíveis, impedindo que o filme consiga pregar boas surpresas ou surpreender em algum momento.

Porém, o fato é que isto pouco importa aqui, e se visto com olhos descompromissados, O Núcleo pode ser uma experiência realmente divertida. Muitos reclamaram da falta absurda de lógica presente na narrativa do filme, sendo que pouco posso comentar sobre isso, já que pouco conheço do assunto. Mas é inegável que, de certa forma, o filme consegue até ser inventivo (dentro do que propõe, é claro), seja nas criações mirabolantes dentro do núcleo da terra ou mesmo em alguns diálogos debochados. E apesar de não contar com efeitos absolutamente satisfatórios, as cenas de ação são bem realizadas, conseguem prender a atenção e até a levantar a adrenalina em certos momentos. E esta é a grande vantagem de O Núcleo, ter a total ciência de sua irregularidade narrativa e ter como único objetivo divertir e entreter por meio de um espetáculo visual e sonoro, revelando seu completo desleixo no que se refere a ser inteligente e assumindo-se como uma produção completamente trash, usando o auto deboche como sua principal arma.


Contando com um elenco repleto de nomes conhecidos (Hilary Swank, Aaron Eckhart, Stanley Tucci, Delroy Lindo, entre outros) e uma duração acima do permitido, O Núcleo – Missão ao Centro da Terra é daqueles típicos programas que podem ser bem aproveitados numa tarde chuvosa em que você não tenha nada para fazer. Neste caso, é recomendado.

Nota: 5.0



Um comentário:

  1. É quase uma versão de "Armageddon" em direção ao centro da Terra.

    Apesar do bom elenco, Aaron Eckhart e Hylary Swank parecem deslocados. Eles funcionam muito melhor em outros gêneros.

    Abraço

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