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sexta-feira, 23 de março de 2012

X-Men: Primeira Classe (2011)

Após uma ótima trilogia, terminando com o apenas ótimo X-Men: O Último Confronto, a Fox via mais conteúdo para ser explorado na franquia, mas isso já deixou maus sinais quando veio o longa X-Men Origens: Wolverine, que está previsto para ter uma continuação. Porém, enquanto isso, decidiram também cavar mais a fundo no passado da equipe mutante, interligando mais com os primeiros três filmes da franquia para chamar mais a atenção do público e quem se desagradou com o roteiro sem sal do filme solo do Wolverine, que só tinha apenas cenas de ação para chamar a atenção de um público mais adolescente. A expectativa em torno deste longa que mostraria a origem de uma das equipes mais conhecidas dos quadrinhos não era muito por uma "estratégica" auto-sabotagem através de seus postêrs que pareciam algo caseiro feito por fã e trailers pouco chamativos, mas não é que o filme surpreende com um roteiro bem estruturado, excelentes diálogos, personagens interessantes e carismáticos, uma direção bem competente tanto com os atores tanto quanto com a câmera, resultando em um dos melhores filmes de 2011.
Só para lembrar, o filme foi lançado no meio de um turbilhão de filmes da Marvel Studios, que iniciara com Homem de Ferro, seguido de Hulk, Homem de Ferro 2, e em 2011, com Thor e Capitão América, onde os filmes tinham um lado bem mais comercial para preparar os fãs do Universo Marvel para o filme-evento de 2012: Os Vingadores. X-Men: Primeira Classe surge no meio destes apelativos blockbusters chamando muito mais atenção com o cuidado que foi tomado pela história, e diferente de muitos filmes de super-heróis, X-Men: Primeira Classe se diferenciou pela sua importância na construção deste universo em torno dos mutantes, e com poucas cenas de ação de apelo comercial, sendo um dos poucos filmes adaptados de quadrinhos de super-heróis a serem tratados como cinema de verdade, como Bryan Singer fizera nos dois primeiros filmes, e Christopher Nolan com o Batman atual.

O filme já faz a ligação com o longa de 2000 de Bryan Singer, já nas primeiras cenas iniciais que remetem ao campo de concentração que se revela Erik Lehnsherr, o Magneto ainda garoto quando ele é separado de seus pais e revela seus poderes, aqui refilmado milimetricamente igual ao do primeiro filme da franquia, porém ele mostra o que acontecera depois do nocaute dado no garoto com uma espingarda dado por um nazista, e irá revelar o que o motivara a tamanho ódio pela humanidade. E é aí, que o filme inicia e durante seus minutos restantes ele irá apresentar cada personagem, como Charles Xavier (James McAvoy) e Mística (Jennifer Lawrence), além de um personagem que esbanja vilania, Sebastian Shaw interpretado por Kevin Bacon.

O roteiro é feliz também ao apresentar os mutantes em uma época conturbada da história: a Crise dos Mísseis em Cuba, e como ela serve de argumento para a história, onde os americanos viviam em época de paranoia contra os russos juntamente com os movimentos pelos direitos civis dos negros nos EUA, juntamente com o movimento de contracultura, não haveria época melhor para falar de mutantes confusos com o que são em pleno anos 60, onde valores foram repensados e questionados.

A direção segura o filme com mão firme, sem jamais apelar para fórmulas batidas, dando em tela um trabalho bem equilibrado, impondo um bom ritmo ao longa e jamais deixa o filme dar uma caída, além de que conta com Bryan Singer na produção e que escreveu a história (apesar de não ter feito o roteiro).

Se o filme é bom também, é por causa do excelente elenco, mas quem rouba o filme mesmo é Michael Fassbender (Bastardos Inglórios, Shame) como Magneto, equilibrando bem momentos de raiva e vingança contra o que foi feito a ele no passado tanto quanto de ternura, quando se lembra de sua mãe quando era menino, e se queriam fazer um filme solo de Magneto (um projeto que até se perdeu), tenho dizer que seria desnecessário, já que o personagem é um dos grandes focos do longa e o desenvolve bem por completo do começo ao fim nos dando uma idéia de quem é Magneto.

A direção de arte recria a época dos anos 60 muito bem, além do figurino, destaque para o uniforme, que diferente a da roupa preta que o filme X-Men de Bryan Singer criara (e seria usada depois nos próprios quadrinhos), remete ao primeiro uniforme dos X-Men quando surgira na revista X-Men #1 quando foram criados por Stan Lee e Jack Kirby.

X-Men: Primeira Classe ganha respeito por um roteiro e direção de qualidade, um ótimo elenco e boas e bem dosadas cenas de ação, de um certo modo sem muito apelo comercial, mas sem também tornar um filme de super-herói em um filme que não atraia um grande público por ser "artístico" demais, equilibrando bem cinema arte com cinema entretenimento.

Observação: em X-Men - O Confronto Final, mostra Charles em pé e careca e Erik entrevistando Jean Grey para o Instituto Xavier para Jovens Super-Dotados, enquanto em First Class eles recrutam vários mutantes mas não recrutam Jean, e no final, Erik vira Magneto já nos anos 60, mas a entrevista com Jean Grey parecia ser nos anos 70.

Nota: 8,0



Um comentário:

  1. Filme excelente. Dos melhores do ano. http://cineindiscreto.wordpress.com/2012/03/13/oscar-indiscreto-2012/

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