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sábado, 9 de junho de 2012

Deus da Carnificina (2011)


Olá, antes de tudo, quero dizer que essa crítica era para ser postada ontem (assim ela teria mais valia), depois de ter assistido o filme, mas, infelizmente, não pude, acabei simplesmente apagando na cama após chegar da sessão. Não que o filme me tenha cansado, longe, mas o trânsito de Salvador e uma semana cansativa me deixaram cansado. E, para quem sentiu minha falta, ou melhor, se perguntaram o que eu fui fazer, pois, após fazer uma crítica a Alien, simplesmente desapareci, é que, entendam, eu não estava publicando nada porque não tinha nada no cinema que tivesse me animado a sair de casa, não fico feliz em pagar oito reais para ver um filme que tenta me empurrar goela abaixo que a Kristen Stewart é uma “princesa”, quando, na verdade, ela está mais para “sapo” (não que ela seja feia, mas ela não consegue passar de uma adolescente que tenta ver se os seios vão crescer. Se algum dia ela for um símbolo feminino, não será dentro dos próximos cinco anos).

Não vi o filme “Branca de Neve e o Caçador”, por isso não irei criticá-lo mais (e, admito mais uma vez, estou com a mínima vontade de ir vê-lo. Não que e repudie um filme sem tê-lo visto, mas são oito reais, eu posso fazer coisa melhor com ele). Talvez essa semana eu veja o novo filme da franquia “Madagascar”, o próprio "Branca de Neve e o Caçador" ou “MIB³” (que, mesmo gostando do primeiro, esse novo filme também não me anima e não sei se escreveria uma crítica dele, o Diogo Cisne já fez um comentário ao filme num de seus vídeos), mas, deixando de maior enrolação, vamos ao que interessa: “Deus da Carnificina” é bom ou não? Sim, é, e muito bom, na verdade.
Eu não sou um dos maiores admiradores de Roman Polanski. Foram poucos filmes que vi dele, conheço ele mais pela sua fama fora dos sets (ele pode ser considero a Amy Winehouse ou o Keith Richards dos cineastas) do que pelos seus filmes, logo não esperem que eu compare esse filme aos filmes do início da carreira dele (e é algo que preciso fazer- uma sessão com vários filmes do polonês).
O filme, adaptado de uma peça teatral com o mesmo nome do título brasileiro (o original é apenas “Carnage”, sabe Deus porque, ou opção do Polanski, mesmo, ou porque algum executivo metido a besta achou “God Of Carnage” ofensivo). Ele, assim como os outros filmes adaptados de peças teatrais, é curto (apenas 80 minutos), calcado em diálogos e se passa em poucos cenários (esse apenas uma cena rápido num parque e dentro da casa do casal Longstreet). Ele tem todos esses cacoetes de filmes adaptados de peças teatrais (até o clímax que não parece um clímax cinematográfico), mas não é teatro filmado, longe disso, Polanski usa uma composição de planos precisos, sempre aproveitando o uso de espelhos (que não só ajudam esteticamente, como contribuem para o ar de hipocrisia das situações) e usa uma montagem rápida que sempre mantém a atenção do público (mesmo o filme todo se passando entre um banheiro, uma sala e uma cozinha), tornando mais rico já o delicioso e hilário texto adaptado pelo próprio Polanski e a Yasmina Reza (que escreveu a peça original).
 
Tudo começa com um incidente. O filho do casal Cowan (Kate Winslet e Christopher Waltz) bate no filho do casal Longstreet (Jodie Foster e Jonh C.Reily) com um pedaço de madeira. Para resolver o problema causado pelos danos que o filho causou, os Cowan vão à casa dos Longstreet tentar resolver o problema. A partir desse molde simples se inicia um filme que vai destruindo pouco a pouco o falso moralismo de suas personagens; os discursos polidos e politicamente corretos do início do filme dão lugar a palavrões e conceitos sobre a própria vida, ainda que condenáveis num ponto de vista moral, sinceros. Mas, não só isso, sempre engraçado e nunca querendo ser grandioso, não é um texto que visa mudar vidas ou ser o mais excelente drama dos últimos tempos (é uma comédia, na verdade), mas apenas mostrar de maneira irônica e mordaz a hipocrisia de suas personagens, que são apenas estereótipos de tipos urbanos (uma "perua", um homem de negócios, uma mulher engajada e um homem simples perto da classe proletária).

As atuações são a cereja do bolo. Nunca teatrais (mais uma vez: é cinema, não teatro filmado), todos os atores mostram que estão se divertindo, e, não só se divertem, nos divertem também. Nem piores, nem melhores, todas as atuações são ótimas, o elenco está em estado de graça. Algumas cenas nasceram impagáveis (na verdade são pagáveis e até baratas pela qualidade. Oito reais a meia-entrada aqui em Salvador durante a sexta não é um preço ruim considerando a quantidade de risos que ouvi na sala), contando diálogos afiados e timing perfeito, “Deus da Carnificina” é uma ótima opção numa semana sem maiores obras no cinema.

Um comentário:

  1. Estou curioso com este novo trabalho de Polanski.

    Além do diretor, o tema também me agrada.

    Abraço

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