Encontre seu filme!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

À Procura da Felicidade (2006)


À Procura da Felicidade” é um filme clichê, mas esse não é nem de longe seu único pecado. Ele é previsível, melodramático, criativamente inócuo e tão satisfeito na sua zona de conforto que também pode ser chamado de covarde. Num trecho de dez minutos é possível extrair mais chavões motivacionais do que em todo um best-seller de auto-ajuda! Se eu quiser descer ao nível “Eufrazino Compra-Briga”, poderia argumentar que sua mensagem, por baixo da finíssima camada superficial, é moralmente perigosa. Mas que se dane: eu gosto desse filme. Não me desculparei tentando classificá-lo como um “guilty pleasure”, o que ele não é. Não consigo imaginar um humano com a mente sã ou o coração no devido lugar que ao menos não se simpatize com o que vê na tela, apesar de tantos apesares. O motivo é simples: “À Procura...” mexe com os instintos humanos muito além do que sua razão - sua pobre coitada e sempre secundária razão - pode refrear. É como um filhotinho de leão que, por um motivo qualquer (e pelo amor desta metáfora), acaba parando na porta de sua casa, como um bebê abandonado. Você sabe que não pode criá-lo. Sabe que ele crescerá e que 1) destruirá sua casa ou 2) fará de você uma refeição, e depois destruirá sua casa. Mas então você vê aquela linda carinha de filhote, aqueles olhinhos negros no meio daquela carinha peluda e diz: que se dane! Vou criar este filhotinho!

Pois eu, do mesmo modo, irei aprovar este filme.

Nenhum comentário:

Postar um comentário