Um remake do cult Quadrilha de Sádicos, um respeitado clássico trash dos tempos de ouro da carreira de Wes Craven, era, no mínimo, algo duvidoso. Afinal, se o próprio material original perdeu um pouco de sua força e impacto com o passar do tempo, o que dizer de uma nova versão que, basicamente, deveria seguir as mesmas regras? E mesmo a fórmula do original de anos atrás já não parece mais funcionar atualmente, já que sua narrativa transpira clichês por quase toda a projeção.
E por incrível que pareça, o diretor desta nova versão, Alexandre Aja (do recente e divertidíssimo Piranha 3D), consegue driblar muitos dos problemas prévios e entrega um produto com resultado surpreendente. Quando digo “driblar”, não significa que Aja tenha escapado de seus próprios problemas, porém o mesmo consegue trazer à tona muito do que deu certo no original de Wes Craven, criando uma ótima diversão explotation, carregada de muito sangue, adrenalina e alguma tensão.
Tecer ou apresentar comentários sobre a trama seria desrespeitar a inteligência e paciência do público, e o próprio Aja parece saber disso ao apresentar uma abertura violenta e pesada, deixando claro o tipo de experiência que o espectador irá enfrentar durante os minutos seguintes. Mas Aja não se deixa entregar pelo espetáculo sanguinolento logo de cara, e assim como Craven acertadamente fez no original, a primeira metade é dedicada a apresentação e desenvolvimento dos personagens, no objetivo de que criemos alguma empatia pelos mesmos. Talvez o roteiro não tenha tido muito sucesso neste sentido (alguns personagens, como o caçula Bob, são realmente chatos), porém é louvável que em tempos onde filmes de terror se resumem a banhos de sangue e corpos sendo decepados, este aqui encontre tempo e disposição para algum desenvolvimento adequado para as figuras na tela.
Após isso, o banho de sangue começa, e é ai que o filme começa a sabotar a si mesmo. Se a primeira versão em sua época fora considerada tão violenta a ponto de receber a classificação X (nível da censura americana para filmes pornôs), Aja também não poderia fazer feito neste sentido, e o resultado é uma experiência extremamente visceral, explicita e sem pudores no que se refere a exibir excessos de violência na tela. O que acaba por diminuir este perante o material original é quanto ao objetivo do uso da violência exacerbada. Quadrilha de Sádicos era, lá no fundo, uma análise sobre o pior lado do ser humano e o como o homem pode ser o pior dos monstros, já Viagem Maldita parece ter esquecido deste detalhe, se contentando em utilizar a violência com o único objetivo de revirar o estômago do público.
De fato, o filme funciona neste sentido. Semelhante ao nada sadio, porém sadicamente divertido O Albergue, a violência se torna o destaque do filme, com tripas de fora e cabeças decepadas sendo exibidas aos montes na tela (de fato, algumas cenas são tão fortes que é difícil encarar), isso sem mencionar a aparência dos vilões, bizarra e realista a ponto de causar repúdio no espectador. Aos que gostam de uma experiência desse porte, Viagem Maldita é um prato cheio.
Entretanto, isto também revela a falta de pretensão da produção, que lá no fundo, não passa de apenas mais uma dentro do gênero. O desenvolvimento dos personagens é interessante, e mesmo as atuações se mostram muito acima do exigido para algo do tipo, mas jamais conseguindo esconder os clichês e a futilidade da produção como um todo. Os fãs do gênero deverão gostar, porém os admiradores do original deverão considerá-lo sórdido e desnecessário. Mas em termos de entretenimento, não chega a ser um total desperdício de tempo.
E por incrível que pareça, o diretor desta nova versão, Alexandre Aja (do recente e divertidíssimo Piranha 3D), consegue driblar muitos dos problemas prévios e entrega um produto com resultado surpreendente. Quando digo “driblar”, não significa que Aja tenha escapado de seus próprios problemas, porém o mesmo consegue trazer à tona muito do que deu certo no original de Wes Craven, criando uma ótima diversão explotation, carregada de muito sangue, adrenalina e alguma tensão.
Tecer ou apresentar comentários sobre a trama seria desrespeitar a inteligência e paciência do público, e o próprio Aja parece saber disso ao apresentar uma abertura violenta e pesada, deixando claro o tipo de experiência que o espectador irá enfrentar durante os minutos seguintes. Mas Aja não se deixa entregar pelo espetáculo sanguinolento logo de cara, e assim como Craven acertadamente fez no original, a primeira metade é dedicada a apresentação e desenvolvimento dos personagens, no objetivo de que criemos alguma empatia pelos mesmos. Talvez o roteiro não tenha tido muito sucesso neste sentido (alguns personagens, como o caçula Bob, são realmente chatos), porém é louvável que em tempos onde filmes de terror se resumem a banhos de sangue e corpos sendo decepados, este aqui encontre tempo e disposição para algum desenvolvimento adequado para as figuras na tela.
Após isso, o banho de sangue começa, e é ai que o filme começa a sabotar a si mesmo. Se a primeira versão em sua época fora considerada tão violenta a ponto de receber a classificação X (nível da censura americana para filmes pornôs), Aja também não poderia fazer feito neste sentido, e o resultado é uma experiência extremamente visceral, explicita e sem pudores no que se refere a exibir excessos de violência na tela. O que acaba por diminuir este perante o material original é quanto ao objetivo do uso da violência exacerbada. Quadrilha de Sádicos era, lá no fundo, uma análise sobre o pior lado do ser humano e o como o homem pode ser o pior dos monstros, já Viagem Maldita parece ter esquecido deste detalhe, se contentando em utilizar a violência com o único objetivo de revirar o estômago do público.
De fato, o filme funciona neste sentido. Semelhante ao nada sadio, porém sadicamente divertido O Albergue, a violência se torna o destaque do filme, com tripas de fora e cabeças decepadas sendo exibidas aos montes na tela (de fato, algumas cenas são tão fortes que é difícil encarar), isso sem mencionar a aparência dos vilões, bizarra e realista a ponto de causar repúdio no espectador. Aos que gostam de uma experiência desse porte, Viagem Maldita é um prato cheio.
Entretanto, isto também revela a falta de pretensão da produção, que lá no fundo, não passa de apenas mais uma dentro do gênero. O desenvolvimento dos personagens é interessante, e mesmo as atuações se mostram muito acima do exigido para algo do tipo, mas jamais conseguindo esconder os clichês e a futilidade da produção como um todo. Os fãs do gênero deverão gostar, porém os admiradores do original deverão considerá-lo sórdido e desnecessário. Mas em termos de entretenimento, não chega a ser um total desperdício de tempo.
Nota: 6.0
Não considero uma refilmagem ruim, inclusive tem algumas sequências a mais e um roteiro que explica melhor as deformações.
ResponderExcluirNo geral considero um empate, o filme de Craven é um clássico cult e a refilmagem um trabalho que diverte os fãs do gênero.
Abraço